"Ando devagar porque já tive pressa..."

"Ando devagar porque já tive pressa..."
"Ando devagar porque já tive pressa..."

24/07/2014

O Sal da Terra (Acróstico)

O lha o que há de bom pra ver

S em vendas nos olhos, olha
A ma a vida, que é tão bela
L inda, suave, cuida dela

D ela que é dom de Deus pra ti
A té pra mim, sei que Ele deu

T udo pra a gente Ele faz
E nada nos cobra, além da fé
R ia sempre que puder
R ia até mesmo sem poder
A ame a si mesmo e viva em paz

Lola (24/07/14)

Eu Atesto

Dizem que perdemos três
Pessoas muito importantes
Que com a palavra escrita
Nos fizeram imaginar

Um mundo, um qualquer lugar
Que se parece conosco
De tudo se tem um pouco
E que vale a pena tentar

Viver a fundo, intensamente.
E como eu também sou crente
Que isso é mesmo possível
A todos, assim, eu digo

Perdemos nada, ninguém
Pois quem um João Ubaldo tem
E um Rubem Alves também
Sabe de certo, muito bem

Que eles e Ariano, meu bem
São imortais como os livros
O choro e os muitos risos
Que seus personagens contém

Propõem e nos oferecem
Pra que nos acompanhem sempre
E assim sendo, nos convém
Lembrar que a um passo da leitura

Se encontra o seu legado e vida
Eterna a serem (re)descobertos
Perdemos, não...eu atesto
E um viva a eles eu peço

Lola (24/07/14)

"Só sei que foi assim..."

Lola Araújo relata emoção de presenciar a aula espetáculo proferida por Ariano Suassuna em CG


Eu adoro escrever. Às vezes nem sei definir ou enquadrar meus escritos. Se crônica, poema, “causo”, “estórias da carochinha”, artigo... Sei lá... Mas uma certeza tenho: gosto de escrever e gosto do que escrevo. Sem falsa modéstia, é assim que me relaciono com meus escritos. De forma que, sempre que algo, algum evento ou alguém me chamam atenção eu registro escrevendo. É essa minha maneira de expressão mais verdadeira, a que mais se assemelha ao meu jeito de ser.

O motivo das palavras de hoje é, nada mais nada menos, que Ariano Suassuna – Escritor Paraibano, de Taperoá, que tanto admiro e que tive o prazer de conhecer pessoalmente esta semana. Presenciei uma aula espetáculo proferida por ele, quando da inauguração do Teatro do Colégio Motiva, que recebeu seu nome. Nada mais interessante do que homenagear em vida um escritor de seu quilate.

Ouvindo Ariano falar, depois de ser aplaudido de pé pela platéia, pelo simples fato de adentrar ao recinto, o que me fez arrepiar, literalmente, e derramar algumas lágrimas, no que fui chamada a atenção por minha filha “– Mainha, não vejo ninguém chorar, só tu...”, continuei a me emocionar e isso se entendeu às horas que se seguiram ao espetáculo, indo pra cama com uma sensação de que havia realizado mais um sonho. E que sonho! Ver pessoalmente um ídolo, e ratificar tudo o que imaginava ao seu respeito.

Feliz em saber que, como eu, aquela figura inenarrável, a despeito de eu estar aqui tentando narrar o que penso dela, gosta de gente. E não poderia ser diferente; os tipos que descreve em suas estórias revelam justamente isso – um bem querer aos tipos de gente que existem e que fazem o Brasil ser o que ele é, uma multiplicidade sem fim.

Meu choro e riso se confundiam, enquanto ele falava e Talitta além de rir pelo que ouvia dele, também o fazia por me ver desaguar. E sempre a ressaltar que mais ninguém ali, além de mim, chorava. Vai ver que sou um dos tipos que Ariano enxerga na vasta possibilidade de sermos humanos – o tipo chorão, que apesar das diferenças gritantes em relação ao Chorão morto esta semana, se assemelha ao mesmo no sentido da expressão da palavra. Eu gosto muito do que aquele menino Chorão deixou escrito e cantado.

Algo que me chamou atenção na fala do escritor foi a afirmação de que todo escritor é um mentiroso. Não há como escrever sem inventar, sem aumentar, sem realçar cores, sem chamar atenção, fazendo de detalhes sutis algo capaz de saltar aos olhos. E achei interessante ele ressaltar que entre os tipos de mentirosos existentes, o escritor é o “mentiroso de Deus”. Que metáfora linda! Que jeito maravilhoso de esclarecer que existem mentiras e MENTIRAS e que não há como se safar delas. Há sim, e ele o faz muito bem, como se aproveitar das mesmas, trazendo-as pro campo da verdade, ao passo que se tornam ferramentas para o entendimento de tudo o que é humano.

O que mais fez este escritor tão querido, como ele mesmo se diz, foi contar causos. E a cada um que contava, revelava sua visão de mundo, marcada por hábitos interioranos e que compõem sua identidade cosmopolita. Cada personagem citado enaltecia a simplicidade, mas de uma maneira rebuscada de inteligência e conhecimento de si, dos mesmos e do mundo. Um homem que transita entre o particular e o geral de maneira notável. Eis aí o que me parece ser este conterrâneo. E se não abro mão de ressaltar sua paraibanidade, não é por ter apego egoísta ou desconhecer que não somos de lugar nenhum, ao passo que somos de todos os lugares. Mas pra esclarecer aos de visão turva ou deturpada, que talvez nem leiam meu texto, mas que não deixam de ser potenciais leitores, que a Paraíba tem muito a oferecer, como este escritor tão querido, que afirma que não deve ser o melhor escritor, mas que tem certeza de ser o mais querido. Que sabe o quanto o Brasil o ama. E eu digo mais: quando o Brasil o ama, esquece que ele nasceu na tribo dos cabeças chatas, como Chico Cezar, que esteve na platéia e que, além de maravilhoso compositor, cantor, músico, é também secretário de cultura deste lugar, desta Paraíba de quem só fala mal quem a desconhece. E discurso preconceituoso só deve ser levado a sério para ser combatido, nunca assimilado.

Ariano Suassuna é sim, Paraibano, e não pernambucano, como muitos pensam. Nasceu em Taperoá, Cariri paraibano e estudou em Campina Grande, no Colégio Alfredo Dantas, quando ainda se chamava Instituto Pedagógico. Como foi morar em Recife e chegou a ser secretário de cultura, muitas pessoas pensam que nasceu naquele estado.

Independentemente do lugar onde nasceu Ariano é gente. E gosta de gente. E escreve justamente por este motivo. É brasileiro amado por todos, inclusive os que desconhecem suas origens e nem imaginam que a Paraíba possa dar tão belos frutos, como ele, Chico Cezar, Assis Chateaubriand, Jackson do Pandeiro, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, Elba e Zé Ramalho, João Pessoa, João Suassuna, Epitácio Pessoa e tantos outros nomes de peso no cenário cultural do nosso país.

Ele que, sem ser bom de voto, como destacou, e que foi escolhido por 83% dos votos de professores, alunos e funcionários da escola que abriga o teatro, numa quase unanimidade, faz jus à homenagem e ao amor que lhe é dedicado. De minha parte, esta crônica é a maneira que encontrei de comungar esse amor. Amor que faz sorrir e faz chorar com a mesma intensidade, porquanto vem do âmago, onde o sentimento que se revela nas palavras nasce e se enraíza.

“Só sei que foi assim”: Um turbilhão de emoção tomando conta do meu ser, mas sem encobrir aquilo que se revelava mais e mais, ao ouvir o meu ídolo, que, embora tendo “a voz muito ruim”, fala sua, jamais será inaudível, enquanto a palavra escrita existir.

Vida longa a Ariano Suassuna e a tudo o que ele representa!

Lola Araújo (10/03/13)

15/07/2014

Resumo criativo da Oficina de Oração e Vida



Oficina de Oração e Vida (Acróstico)

Obra de Deus, sei que é
Fácil demais, constatar
Isto muito agradeço
Cada segundo orado
Indo sempre rumo ao pai
Nada me faz voltar atrás
Amando Jesus, seguindo-o

De coração sempre aberto
Eu e demais oficinistas

Oramos a Deus, todo dia
Recordamos as lições
Acalentamos a esperança
Com alegria e ações
Avançamos num sentido
O de sermos iguais ao Cristo

Existirmos como Jesus

Vem, Espírito Santo
Imploro a Tua presença
De luz, aqui e agora
A iluminar nossas vidas e nos aproximar da Glória
(Maria do Rosário Nascimento Araujo , em 15-06-14)



Deserto (Acróstico)

Dia de recolhimento e oração
Este dia de domingo, em que o céu molha o chão
Sei que Deus aqui está, disto não duvido
Rio, me acalmo, confio
Tudo em mim remete ao Pai
Oro e me sinto agradecida demais

(Maria do Rosário Nascimento Araujo, em 15-06-14)





Sem Aridez

No meu deserto não há aridez
Como a chuva, o frio desliza sobre o meu corpo
E minha alma os acolhe contemplativa
É Deus que se manifesta, nesta manhã de domingo
Me chama a atenção, me sorri, me acolhe
Eu o aceito e guardo em mim toda a sensação do momento
Que dia tão lindo, meu Senhor, meu Deus!
O que fazer com tanto que recebo
Como usar em benefício meu
Omo  fazer pra estender aos outros
Me diz agora, ou vai me dizendo aos poucos
Só não me deixes sem Tua palavra
É ela que eu quero manter pra sempre
É dela que  jamais esquecerei
Pois Tu e somente Tu és meu
Pai, irmão e também meu rei

(Maria do Rosário Nascimento Araujo, em 15-06-14)





Contemplação

Dia de luz, festa da chuva
Que lava e purifica Minh ‘alma
Que exala perfumes múltiplos e vitais
Que gorjeia com os pássaros e ternura me trás
Falo com Deus, sei que sou ouvida
Ele me sorri, me aquece, energiza
Resplandece o seu rosto em minha vida
Me chama de filha e eu me sinto querida
A Ti, meu Deus trino, eu agradeço
Por este dia, este momento tão lindo
Ao Te contemplar eu me pego sorrindo
E é nesta alegria que pretendo seguir
Pois Tu segues comigo, meu pai, meu amigo
Me segura a mão e passeia ao meu lado
E pra onde desloco o meu olhar, só Te vejo
Já que a natureza, Tua criação
É parte de Ti e vem me despertar
Pra Tua obra infinita, que aprendo a contemplar.

(Maria do Rosário Nascimento Araujo, em 15-06-14)





Chuva (Acróstico)

Cai água, com brilho de cristal
Harmoniza ainda mais , meu momento
Uma a uma, as gotas derramam
Vida sagrada, na terra, nossa amiga e casa
Agradeço ao Senhor, por mais esta dádiva

Maria do Rosário Nascimento Araujo, em 15-06-14)





Como os Passarinhos

A passarada canta, entoa louvores
A Deus criador, que é todo bondade
Que lhe deu a vida, com gratuidade
E ao ouvir seu cantar, comungo com ela
Mesmo sem gorjear, consigo louvar
Cantando alguns hinos, também balbucio
Orações que me agradam e me aproximam de Deus
Este é o dia que Ele me deu
Aproveito e escrevo – como gosto disso!
E posso ficar à vontade a escrever
A contemplar a grandeza deste Deus, tão vivo
Eu reavivo-O cada vez mais em mim
Eu, que nada! É Ele quem reaviva, isto sim.

(Maria do Rosário Nascimento Araujo, em 15-06-14)

14/07/2014

Pinguinho de Ouro

Pinguinho de ouro
Pra lá e pra cá
É Alice na escola a brincar
"Não sou bebe não"
E quem é você?
- "É Alice"
Mas claro que é!
De um mundo encantado
Bem mais que o país
Das maravilhas, bem sei
Neste seu "reinozinho"
Meu pingo "d'ourinho"
Você é quem manda
Sou só um freguês
Então tenho razão
Em dizer para todos
Meu pingo de ouro
De uniforme amarelo
Como um sol dourado
Reluz muito também

Lola (08/02/14)

Primavera "Outonal"

Há uma primavera "outonal" em mim
Enquanto as folhas caem, flores brotam, dentro, aqui
Se borboletas passeiam em meu jardim
Posso colher, além das flores, amores - posso sim!
Pois o amor venho há tempos cultivando
Sem me importar com o sabor dos ventos
O amor já está fincado em meu ser
E meu pranto, tanto quanto minha alegria, faz gosto ver
São verdades plantadas, cuidadas, e que extrapolam, quando em vez
Foi assim que Deus me fez
Apenas exercito e reelaboro o que é preciso
E o que não necessito, recolho e entrego ao Pai - Ele sabe o que faz

Lola (04/04/14)

Da Emoção


Calo pra ouvir-te
Ganho com isto
O que me vem de ti, no instante da fala
Exala e se expande em mim, assim
Como se Deus viesse ao meu encontro
De esperança se alegra o meu coração
Que te acomoda dentro dele e bate
Bem compassado, com amor, quase sagrado
Se desdobrando em emoção

Lola (23 -05-14)

Do Parentesco

Lembro de muitos momentos da minha infância...Uma lembrança muito querida, sempre foi a presença de Maria de Rosa lá em casa.
Certo dia, isso quando eu já era mulher feita, perguntei a mamãe qual o grau de parentesco dela com Maria e ela disse, se não me engano, que, a minha bisavó paterna era irmã da avó de Maria, e que nem sabia o que isso queria dizer, já que a vida delas eram tão misturadas, ao ponto de ser irrelevante a consaguinidade. "Crescemos juntas, brincamos juntas, vivemos juntas a vida toda...Ela é minha prima, irmã, amiga...Nem sei mais o que..."
E eu, que como meus irmãos já gostava tanto de Maria de Rosa, passei a admirá-la ainda mais. E pra mim, o elemento essencial para o amor, é a admiração.
Quando deitei para dormir, nesta quinta feira, Cida, sua filha, me ligou, avisando de sua partida. Ontem foi um dia assim, como sugere um post que vi; dia de chorar, mas com a certeza que tinha bem mais porque sorrir... Maria se foi com 91 anos, bem vividos, alegremente, sorridentemente...Que privilégio, meu Deus! E como também fui privilegiada em conviver com ela! E aprender, a partir do seu jeito de ser e do depoimento da minha mãe, o quanto a coonsaguinidade é o que menos conta nos relacionamentos entre as pessoas. O amor supera tudo...
Que Maria encontre sua Rosa (sua mãe) lá no céu... E encontre também a minha flor mais querida (mamãe)... Ratificando a eternidade que só o amor proporciona.
"É só o amor que conhece o que é verdade.)


Lola (12/07/14)

De amor e cor

No meu quintal, as cores do mundo brincam
Pulsam todos os corações em uníssono
Se eu vejo ainda mais do que me vem aos olhos
Logo constato que alegria é assim 

Família unida, bem juntinho de mim
E a ansiedade de ver mais um gol
Logo me deixa, e eu brindo ao amor
Nesse 12 de junho quando comemora-se
O dia dos namorados, peço ao Senhor
Que dê vida longa a todos os amores
E ao meu, realce, sempre, com mais cor.

Lola (12/06/14)

10/07/2014

Colibrí

Como colibrí que beija a flor
Retira o nectar e adoça a vida
Um toque doce um mimo traz
Sempre alegra e anima

Lola (15-06-14)

Via Coração

Firmeza na fala
Suavidade no olhar
Tudo me encanta
Me chama a atenção
E eu vou seguindo
Via meu coração
Quem sabe encontro
O teu, nestes dias
Que de tanta alegria
Chego a pensar que é meu

Lola (29/05/14)

Das Coisas de Deus



Quero mais ouvir do que falar
Fala que eu estou a escutar
O que acontece no momento do encanto
De falares e eu, simplesmente ouvir-te
É indecifrável, um algo mais, quase um convite
Para que eu entre em tua vida e também curta
O que emana de tua conduta santa
Que me levanta quando estou a decair
Convite a ir até o fim – que é um começo
De tudo aquilo, que desejo e não conheço
Que eu mereço e  Deus já sabia disso, eu sei
Então te trouxe pra mais perto e eu te encontrei

Lola (23-05-14)

De noite e de dia



Vem, noite
Cobrir-me com teu negro manto
E acariciar-me o corpo e a alma nua
Sou inteira tua
Me faz adormecer
E que eu acorde sem te ver aqui
Que o dia ocupe o espaço que era teu
Que traga o sol, a chuva, o que quiser
Mas me atice à vida aproveitar
Vem noite
Estou a esperar
Não seja falsa
Amiga, negligente
E me conduza àquilo que espero
Dormir até que um sonho bom me alcanse
E que eu descanse o fardo e a beleza
E continue a recomeçar
Lola (06/07/14)

Luz

Toda luz que emana de ti, me clarifica
E é tão bela quanto o voo de algum pássaro
Em sua luz, sem me ofuscar, me aqueço e me refaço
E é tão bom, voar com as palavras e te encontrar

Lola  (junho, 2014)

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