Na infância desejei todos os sapatos
E os vestidos que as minhas amigas tinhamMeus sapatos brancos de natal nem sempre
Eram aquilo que eu mais queria
Quando o ano transcorria e então eu via
As meninas com sapatinhos vermelhos
Os olhava sempre com desejo
De que eles fossem, na verdade, meus
Depois cresci e aprendi que a vida
Nem sempre nos oferece o que queremos
Mas que muito mais que sapatinhos de cores
Vale uma vida branca de sossego
De quem teve a chance de ser filho por inteiro
De pai e mãe tão bons e verdadeiros
No seu sentir e agir, e então querer
Crescer ainda mais e imitar os pais
E aos seus filhos dar, nem sempre o que pedirem
Mas o que realmente precisarem ter
Educação de boa qualidade
Propiciar-lhes além de ler, escrever
As suas vidas da melhor forma possível
Assim então, colorir os seus dias
Com tintas que não se encontram em nenhum sapato
E muito menos em vestidinhos bordados
Outubro 2009
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