"Ando devagar porque já tive pressa..."

"Ando devagar porque já tive pressa..."
"Ando devagar porque já tive pressa..."

22/12/2019

Roupinhas de Natal

Estamos a 3 dias da véspera da festa que eu repulto a mais linda do ano. O Natal, per si, dispensa comentários, mas no nível individual, para mim, é repleta de aspectos simbólicos e me preenche todos os sentidos.
Depois de um dia envolvida com as costuras das roupinhas dos netinhos (Natal pra mim tem de ter roupinha exclusiva), varei a noite pra poder acelerar o processo de confecção de um vestidinho para Alice. Não por acaso, escolhi um modelo que me trás muitas recordações e afaga o meu coração saudoso.
Sinto muitas saudades de minha mãe, embora consiga perceber que ela nunca se apartou de mim. Ela vive em tudo o que sou, e um dos aspectos que mais exemplificam tal afirmação é o meu amor por costura. Costura afetiva, diga-se bem.
Quando falo em sentidos, não é apenas de forma genérica. Digo sobre o sentir com os olhos, ouvidos, nariz, toque... Isso tudo permeia o meu fazer de pessoa amante da costura e seu simbolismo.
Apartir da escolha do tecido, sentindo seu caimento e o TOQUE na pele, seu cheiro, sua cor, VEJO minha mãe, que tanto sabia transformar meros tecidos em coisas tão lindas.
Quando parto para a mesa para cortar o tecido e sinto o seu cheirinho de coisa nova, me vem como por encanto, o PERFUME da infância, quando a via desembrulhar os pacotes, estender os tecidos, apresentá-los a gente...
A tesoura provoca um SOM maravilhoso, entre o tecido e sobre a mesa, me remetendo aos dias remotos, quando a espectativa da roupa nova me alegrava os dias, tanto quanto o amor que sempre me foi dado pela minha linda e terna mãe Nicinha.
Tudo emana e retorna a ela, mas nada tão intensamente quanto minha disponibilidade para encarar horas sentadas à máquina de costura, independentemente da hora do dia. Ontem varei a noite, como já disse, e era mamãe a minha companhia.
Dia destes, desenhei alguns dos vestidinhos da minha infância, que não saem da minha memória. Me veio o desejo imenso de reeditar cada um deles e presentear Alice. Estou dando prosseguimento ao projeto e, como tudo que me é caro, acho que vale a pena escrever e eternizar além do palpável, do visível, do vivido, pois acredito no poder da palavra para nos transportar  aos momentos. E este, sem dúvida nenhuma, é um momento lindo em minha existência.
Mamãe - presente. Sempre. Em minha vida, em mim em minha descendência. É terna, eterna mamãe... É terna sua lembrança, eterna em mim.

Lola, em 20/12/19 (emocionada nesta reta final do advento)

11/12/2019

A lua e eu

Houve um tempo em que a lua nem me dizia tanto... Tanto quanto me diz hoje, quando me conta das coisas belas.
Neste tempo  remoto, haviam outras formas de chegar a mim  a beleza da vida.
Eu ouvia os pássaros, corria pela rua descalça, jogava bola solta, pensando que era livre.
Minha liberdade me prendia em pensamento sobre o amor, sobre o amado...
E mesmo sem ser meu namorado, ele me fazia feliz.
O via como o principezinho via sua rosa - "única no mundo"...
Ele chegava a ser meu mundo e nada mais me importava além de amar.
Hoje ele reina em meu pensamento. Isto pra mim é um alento... Vivo assim...
Contando com a lua pra cuidar de mim.

Lola (11/12/19)


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