"Ando devagar porque já tive pressa..."

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"Ando devagar porque já tive pressa..."

21/02/2021

O pedacinho que faltava







Ontem, enquanto estava envolvida com meus afazeres na cozinha, ouvi um barulho e logo intui que se tratava da terceira queda do meu pequeno nicho, onde coloco alguns dos meus santinhos. A saber, santos: José, Antônio, João, Pedro e a N. Senhora de Fátima.

Corri até a sala e me deparei com a cena desagradável aos meus olhos. Olhos de quem acreditou no reforço que tinha dado, na segunda vez que colou o nicho na parede. Entre todos, só São Pedro saiu ileso. Peço a ele que interceda por nós e nos conserve assim, ilesos à Covid19, que assola a humanidade.

Talitta também correu até a sala e desdenhou da minha teimosia em colocar novamente os santinhos naquele lugar, depois de já ter passado por experiência igual. Daquela feita, N. Senhora não estava lá. Inclusive nos sentimos agradecidas por isto. Como reforcei os adesivos 3M, pensei ter deixado o nicho seguro e, teimosa que sou, coloquei a N. Senhora, que é de porcelana, presente que Talitta me trouxe em uma de suas viagens (os demais são de resina). Isto bastou pra que ela,Talitta, tenha sido contundente em sua crítica.

Minha resposta a ela foi dizer que graças a Deus, a santinha tinha quebrado apenas em três pedaços, o que facilitaria a restauração.

-"Só três?" Ironizou ela. - "Simplesmente acabou, né mãe?!"

Respondi que não. Que iria colar cada pedacinho e minha Maria voltaria a  me encher os olhos com sua beleza terna.

Hoje resolvi iniciar meu dia, após o café da manhã com Rostand, providenciando a restauração dos santinhos, aproveitando pra colar, também, outras resinas e uma doceira. (Haja cacos a serem colados, hein?!) Mas melhor que sejam cacos materiais. Difícil mesmo é quando se tratam de cacos na vida, na alma... Mesmo assim, acredito no poder restaurador que a própria vida forja em nós.

Iniciei o processo pela N. Senhora de Fátima. Colei a base que era o maior pedaço. Depois o rostinho, segunda maior parte. Restando a cruz da coroa - o terceiro e menor pedaço. Pelo menos foi isto que eu imaginei, até me deparar com um pequenino espaço. 

Enquanto dava um tempo para que as peças fossem coladas, a cola rápida fizesse efeito, eu ia colando os outros santinhos. A cada um deles, agradecia e entregava algumas intenções. Me sentia cada vez mais leve, segura e abençoada, conforme me aprofundava em oração e via o resultado das colagens.

Segura, confiante e esperançosa, resolvi voltar ao lugar que encontrei os pedaços dos santos, na tentativa de encontrar o pedacinho que faltava para deixar minha Mãezinha do Céu como ela merece. Ao mesmo tempo, já me sentia agraciada por ter conseguido deixá-la daquele jeito, faltando apenas um micro pedaço.

Minha "surpresa" - e coloco assim, entre aspas, para enfatizar que não me surpreendi tanto assim, pois revesti meu desejo de fé - encontrei, debaixo da espriguiçadeira, o pedacinho que faltava. Lá, jogado ao chão, virado para baixo, se confundia com o piso, de tão minúsculo que é.

Lembrei das palavras de Jesus, que disse que se nossa fé for do tamanho de uma semente de mostarda, conseguiremos grandes feitos, grandes graças.

Não que a colagem quase perfeita de uma santinha de porcelana se compare a um grande feito ou a uma graça importantíssima, não. Mas o que tiro de lição do acontecimento, isso sim, me vem como graça. Os pequenos milagres diários que recebemos contam e muito. E por eles sou toda gratidão. Além de me fazerem vislumbrar o poder da oração - sim, orei enquanto fiz o meu trabalho. Rendi graças a Deus, pedi em nome de Jesus, ressaltei a importância dos santos intercessores e pedi, inclusive, pra me permitirem ser intercessora como eles. Que a minha oração chegue sempre a Deus, em nome de Jesus, por todas as pessoas por quem peço.

Hoje meu domingo está abençoado e com estas palavras escritas,  intenciono dividir minha fé e esperança com cada leitor.

Que elas sejam a base de todo trabalho, para que rendam frutos e façam resplandecer em cada um, a comunhão dos santos, o poder da oração, o desapego no sentido de entrega a Deus de forma responsável, como Jesus propôs: "Orai e vigiai."

Ao encontrar o pedacinho que faltava, recompus a imagem de N. Senhora, mas sobretudo, me senti agraciada por inteiro.


Lola, em 21/02/21 (em estado de graça)


20/02/2021

Presente




Quando o presente vem com a alegria das flores e o sorriso das manhãs,

Não é apenas presente, se faz futuro.

E eu juro, pra mim não tem igual.

Parece até Natal, em verde esperança.

Passo a ver a vida como criança

Que aprecia o doce e o saboreia devagar, com medo de acabar.

Meu aniversário é dia 14, mas já hoje, usufruo do que ele tem pra me dar,

A certeza de que é preciso esperançar.

Eu vejo as flores, as folhas, todo o jardim,

E fico assim, sem caber em mim

De satisfação e leveza, que me fazem flutuar.


Lola, em 12 de outubro de 2020.



16/02/2021

Pela paz

Ao som de Chico, sob as bençãos dos Franciscos, (o Santo e o Papa -  que massa!), nas vibrações de Brown, aviso:

Não há carnaval.

Mas  ferve em mim a esperança colorida, das sombrinhas de Olinda,

Brilham em meu ser os balangandãs das baianas das escolas de samba,

Roga por todos nós, o espírito comunitário da Nova Consciência,

E me alenta tudo isso e muito mais.

Me alenta a paz, que sinto resplandecer, mesmo que, nem todos, aparentemente, devam querer.

Ou não se toquem de que dela, da paz, não se pode prescindir.

Enfim, aqui, resguardada no meu canto, me sobrepõem os encantos que esta vida tem. 

E por eles, sigo em frente, buscando ir além

Das obviedades, mesmo as nem tão percebidas...

Sigo o fluxo da vida, esta querida, que nos alcança como dádiva

E que, por mais que as turbulências nos invadam,

Sempre nos guia para a calma... Não aquela, estacionada, mas a que circula por aí, embora se encontre no fundo da alma...

Atingível, disponível, desde que a ela desejemos e por ela não cansemos de viver.

Viver pela calma, pela paz da alma... Que bom viver!


Lola, em 16/02/21, refletindo sobre o Não Carnaval. 😷



14/02/2021

Sobre o dom da amizade

Tenho 56 anos e durante minha trajetória sempre cultivei amizades. Tenho uma amiga do Jardim de infância, amigos da rua onde morei até os 19 anos, quando casei, amigos da escola, da universidade, virtuais... Não passo sem amizades, e hoje, assistindo o É de Casa, nesta manhã chuvosa em João Pessoa, vejo uma matéria sobre amizade, que tem um dia de comemoração que é amanhã, dia 14 de fevereiro.

Ao tempo que vejo Zezé Polessa falando sobre o tema a Patrícia Poeta, me vem a poética do significado do amigo na vida das pessoas. E resolvi escrever a respeito. Vou dar uma pausa para focar no programa e retorno para continuar.

Retomando a palavra, recordo dias remotos, quando a amizade já apontava como algo importante em.minha vida. E dando um grande salto, analiso este último ano, marcado pela pandemia do Novo Corona Vírus e pela prática do isolamento social e, a despeito do distanciamento presencial da minha grande família, destaco a presença das minhas amizades como fundamental à minha saúde mental. E ressalto alguns amigos como imprescindíveis neste tempo que seria apenas de sombra, não fosse o colorido de suas presenças.

Como seriam meus dias sem dividir, mesmo que de forma remota, via redes sociais, angústias, mas sobretudo esperanças, com eles?

Agradeço a dádiva de ter e ser amiga, já que não existe amizade  via de mão única. 

Ser e  estar para o outro, interagir, reciprocidade, são requisitos à construção dos relacionamentos de amizade. Eles não surgem do nada ou por acaso. São respostas do universo às nossas atitudes que são respaldadas pelas pessoas com quem interagimos.

Compartilhar momentos, acontecimentos, tristezas, alegrias e até banalidades, nos permite a sensação de estar vivo. E isso é fundamental para continuarmos vivos de fato. Como mensurar, então, a grandeza desta relação interpessoal chamada amizade? 

Na impossibilidade de medir quantitativamente, me detenho em aprofundar o sentimento e agradecer a Mildred, desde o Jardim de Infância, a Fubica, que resgatei desde os encontros virtuais dos colegas do CPUC, com quem divido alguns momentos e idéias remotamente, o que me enche de satisfação, ao meu grupinho querido, também herança "cepuquiana" - Tela, Edilene, Tatiana, Libânia e Selma, com quem nunca perdi o contato e temos atravessado períodos diferentes da vida. Esta última também do Bairro Santo Antônio, onde compartilhamos as brincadeiras de rua, desde os nossos 11 anos de idade - À minha duplinha amada, Mara e Enedina, que a universidade me deu e eu não largo jamais, bem como a Jussara, amizade também da graduação e aprofundada no mestrado. Relação que só cresce e me faz feliz.

Posto isto, reflito que a vida continua e que, independe de sua lógica, nem sempre por nós compreendida, não fosse o poder que a amizade exerce em minha existência, eu não me sentiria tão viva quanto me sinto, mesmo que vivendo num tempo onde a doença e a morte campeia e muito nos entristece. Prevalece em mim, o zelo, o carinho, a atenção, a disponibilidade e o colorido que as minhas amizades me proporcionam. E por elas sou grata. E por elas rogo a Deus. E por elas sou quem sou, justamente por cada amigo ser quem é.

Viva o Dia da Amizade! Viva os amigos! (Inclusive os não citados aqui) Viva! 



Lola, em 13/02/21, agradecendo a Deus o dom da Amizade.



Se Deus quiser

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Se Deus quiser, vou virar jacaré.

Ter pele verdinha, boca bem grandinha.

Vou ter grande calda e andar arrastada.

Vou virar jacaré, maior, vacinada.

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