Janela da vida - outonal, primaveril.
Quem sabe, de verão, ou até inverno
O que importa é o que se encontra interno,
No nosso coração, cuja colheita
Pode até não ser perfeita, mas é nossa
Marcada pelo nosso esforço - nossa obra.
Lola (29/03/19)
Janela da vida - outonal, primaveril.
Quem sabe, de verão, ou até inverno
O que importa é o que se encontra interno,
No nosso coração, cuja colheita
Pode até não ser perfeita, mas é nossa
Marcada pelo nosso esforço - nossa obra.
Lola (29/03/19)
Em Adélia ,vi Inácia, minha colega das séries iniciais, nas Lourdinas. Menina negra, que não conseguia brincar de roda, simplesmente porque a única criança que aceitava pegar em suas mãos era eu.
Em Ivone, vi meu medo de me expor em concursos para professor... Medo de me expor na hora de concorrer. Sei que sou boa em sociologia e antropologia, adoro uma sala de aula - me sinto no lugar e momento certos- consigo trabalhar os conteúdos de forma a tornar agradável o processo ensino/aprendizagem. Mas me tirem de uma seleção com aula expositiva. Sou capaz de gaguejar, quanto mais travar a voz, o raciocínio e a vontade de viver.
Em Lígia, vi meus momentos, ora ousados, ora recatados... Quando sinto vontade de, muitas vezes, ir além do que socialmente é esperado de mim. A oscilação entre a esposa, mãe, profissional, mulher plural e complexa.
Em Tereza, vi minha competência, nem sempre aparente, minha condição de mulher amável e amante, meu jeito de crer na pluralidade de formas de amar e de se relacionar ...
Em Malu, vi um pouco da criação que tive, dos cuidados paternos, na vocação para a verdade das coisas... Mas vi também o que eu não sou capaz... Malu realmente transforma em possibilidades tudo o que lhe obstaculariza os caminhos. Apesar de ir à luta e de não ser do tipo que chora o leite derramado, estou longe de ser audaciosa e prática como Malu.
Mas sou eu e gosto muito do que sou - em contínuo processo de construção e reconstrução, vir a ser permanente...
Lola, baseada nas personagens da série Coisa mais linda.
Eu tenho certa resistência às mudanças... Mesmo assim, estou aberta a elas e aproveito as oportunidades que a vida oferece.
Hoje experimentei um dia dos avós diferente dos oito que vivenciei desde que Alice me tornou avó - uma comemoração remota.
Eles me ligaram por chamada de vídeo, pela manhã. E no início da noite, demos continuidade às conversas e brincadeiras que havíamos começado.
Adoro conversar com eles assim e vê-los brincando e se esforçando (como se fosse necessário) para nos agradar. Hoje combinei de fazer uma geleia de morango, há alguns dias prometida, em tempo real. Eles viram todas as etapas e Alice até anotou o passo a passo. A geleia está pronta, fria e acomodada em um vidro. Amanhã o vovô Rostand irá fazer a entrega.
O sabor vai além dos morangos... Transcendeu pra gostinho de céu, disfarçado em casa de vó... Com a certeza de que minhas "formiguinhas" vão adorar, caprichei na doçura.
Se prestarmos atenção, há muitas coisas na vida que não tem preço, mas cujo valor é imensurável. Mimar meus queridinhos se enquadra numa destas coisas e me faz um bem enorme.
Vivi hoje um dia dos avós diferente, mas muito bom. Claro que sinto falta dos abraços, beijinhos e cheirinhos deles. Mas conto com o amor que vejo em seus olhinhos e na sua alegria de estar conosco.
Agradeço pelo dia de hoje e, principalmente, pela condição de avó. E desejo a todos os avós do mundo, que logo estejam juntos aos seus netos e possam desfrutar de suas amorosas companhias. Que tudo isso logo passe e continuemos a ser felizes com o que tivermos para o momento. O que temos pra hoje é a certeza de sermos avós e isso nos basta.
O meu dia dos avós foi muito feliz. Espero que o de todos também.
Lola, em 26/07/20 - Dia de Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus)