Certo dia, postando recado no Orkut de uma amiga, encontrei uma pessoa chamada Jô. Como tenho outra amiga chamada Jôsy e achei a da foto bem parecida com ela, entrei no Orkut da tal Jô, pensando ser minha amiga e me deparei com uma estranha.
Minha visita ao Orkut da moça foi denunciada e ela prontamente também visitou minha página de recados, deixando escrito que pensou que fosse Lola, uma amiga sua (Conceição), que, por coincidência, havia sido minha professora de antropologia no Brasil, na graduação.
Bem, na verdade, ela deixou dito que agradecia a minha visita e que eu poderia voltar quantas vêzes desejasse, bem como enalteceu as homenagens que eu fiz no álbum, a papai e à minha família. Percebeu, por intermédio de uma crônica, o quanto gosto de flores e daí em diante, criamos um laço de amizade.
Esta amizade se consolidou ainda mais, quando soube, por intermédio de Lúcia Linhares, que Jô estava iniciando um tratamento contra o câncer de mama que lhe acometera e que os amigos estavam organizando um brechó em prol de angariar fundos para ajudá-la durante o processo.
Fui postando recadinhos no Orkut de Jô e ela sempre me respondia com um carinho e uma disponibilidade de admirar. Até que passamos a pensar em nos encontrarmos numa pizzaria, (sugestão dela, acatada por mim, já que adoro pizza). Marcamos umas duas vezes, ou mais, mas o encontro nunca aconteceu. Digo o encontro face a face, visto que o encontro de nossas almas, esse já tinha acontecido.
Quando falo em encontro de almas, não estou exagerando; acredito mesmo que aconteçam encontros desse tipo. E que, na verdade, eles nunca se dão por acaso. Considero-me amiga de Jô, mesmo que nunca a tenha visto nesta vida e que saiba que isto jamais acontecerá, posto que, há pouco menos de um mês, recebi por intermédio de Uelma, outra amiga comum, a notícia de seu falecimento.
Após distribuir sorrisos e simpatia, com uma maneira de se expressar que faz até os mais incrédulos acreditarem na vida, depois de um luta exaustiva contra a doença que tomou conta do seu corpo, a minha amiga partiu desta vida, deixando a marca indelével, que só as almas especiais deixam. Sinto remorsos por não tê-la presenteado com os gerâneos que a prometi, quando ela ficou empolgada ao saber que eu os tinha.
Uma das marcas deixadas por Jô, e que sempre me fazem lembrá-la ao abrir meu blog, pois lá a deixei estampada já há algum tempo, foi uma coisa muito interessante que ela fez: em um sítio onde viveu seus últimos tempos aqui na terra, personalizou cada árvore com o nome de amigos queridos, entre eles, eu. Todas elas estão publicadas em fotos em seu álbum do Orkut.
Esta crônica, mais que uma simples homenagem a minha amiga virtual, é um tributo à amizade – este sentimento que, embora raro, reputo como imprescindível à vida.
Encravada na árvore do sítio de Jô, meu nome e apelido, ficarão, até que alguém ou o tempo os retire de lá. Porém, a marca que ela deixou tatuada em minh’alma, esta jamais se apagará e passarão de uma existência à outra, ratificando a beleza do sentimento de amizade que passou a existir, quando do encontro de nossas almas aqui na terra.
Feliz Ano Novo amigos queridos. Vocês sempre estarão marcados em meu coração
Lola (31/12/2010)
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