"Ando devagar porque já tive pressa..."

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02/03/2009

Sebá

Recebi do amigo Sebá, uma fotografia dos tempos de faculdade. Mais que alegria, a foto me despertou para algumas coisas que nem sempre se pensa, principalmente em tempos que não nos dão o tempo suficiente para reflexões mais profundas. Naquele que a foto revela, “éramos alegres e jovens”, no dizer de Caetano.
Voltei à UFPB, ao tempo da graduação, que segundo o próprio Sebá, nos fazia a todos “marxistas”.
Aquele, certamente era um dia festivo, já que alguns estão com copos nas mãos. Passei então a ouvir o som que vagava pelo C.A de Ciências Sociais, os burburinhos, as misturas de vozes...a alegria que geralmente permeava o ambiente. Vi João perguntando por Dulce, Charlinho fazendo poemas, Ballo com seus shorts muito curtos, Francimar e Henrique naquele namoro velado... E claro, eu e Mara inseparáveis. Ah, Sebá sempre por perto, conversando sobre tudo, de marxismo a machismo... E como sempre foi feminina a sua alma... E como sempre foi benquista a sua presença...
Sebá é uma daquelas unanimidades que nada tem de “burra”. Querer-lhe bem é quase uma imposição que ele nos faz, devido ao seu trato fino, delicado, alegre e cheio de sabedoria. Disse sabedoria; o que o diferencia e muito de alguns intelectuais que, apesar de terem muito preparo sobre alguns assuntos, lhes falta a sabedoria para a vida.
Sentimentos não me faltam a respeito deste meu amigo, mas confesso que me tenham faltado as palavras certas para concluir esse breve depoimento. Busquei então trechos de um lindo poema que seu irmão escreveu pra ele e que me arrepia a alma a cada vez que o leio:

“[...] Porque a vida pra funcionar
Conta, sim, com um pouco de tristeza,
Mas pra azeitar seu funcionamento
Há de haver um Sebá em cada mesa.

Sebá é o fermento, é o sal
Da comida nascida desde a terra.
Hoje o mundo tem guerra e carnaval.
Sem Sebá ele só teria guerra.”

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