Não sei se alguém mais percebe assim, mas acho que o pé de castanhola está mais frondoso. Que sua copa vem se abrindo, se alargando e o que surge a partir dele, é só beleza.Não sei se alguém se importa com minha intromissão, mas senti vontade de falar um pouco sobre ele, o pé de castanhola, o encontro anual de primos-irmãos e tios-pais.
Iniciei essa crônica com o parágrafo acima e só dias depois, após uma conversa com Graça e Lulu, no dia em que Mouribe recebeu a notícia de que passou no concurso do exército - agora ele é o tenente Mouribe Arruda Felinto. Falávamos, enlevadas pelos agradecimentos que ele fez no seu convite de formatura e compactuamos a constatação de que somos uma família privilegiada. Pensei então, em voltar à crônica, desta feita enfatizando a conclusão da graduação de Mouribe.
Nosso comentário era justamente relacionado a esses que chamo de frutos do pé de castanhola, os netos e bisnetos de Zé Felinto e Nicinha. Todos bem encaminhados na vida e nos dando, quando em vez, o prazer de chorar de alegria.
Revisitei a infância de Mouribe e me lembrei dos seus apelidos que nós mesmos, tios caducos, lhe demos : Gasparzinho, Biro-biro, Biro, Bibi, o careca, depois Momô e Mô. Nem sei se esqueci algum. Hoje, todos eles compõem o Dr. Tenente Mouribe, para o qual nossos olhares se voltam, nesse momento festivo. De certo que o dia de Tarcinho também está por vir, mas esse é tema pra outra crônica.
Nos três primeiros anos de vida, que foram bem vividos na casa dos avós , eu não acreditava na possibilidade de um amor maior, visto que ainda não tinha abraçado a maternidade – digo ser mãe de verdade, dando a luz às minhas filhas, posto que o gostinho da maternidade já se misturava com todo o sentimento que nutria pelo careca, Lheca-lheca, como ele mesmo se dizia, bem como pelos sobrinhos que lhe antecederam: Moema, Adnan e Maíra.
Eita como o tempo passou! Com ele muitas experiências boas, outras tantas ruins. O certo é que tudo o que foi vivido faz deste momento o que ele é: Hora de agradecer a Deus pelas oportunidades que temos em vida e de oferecer-lhe o nosso melhor.
Mais que filho do meu irmão, meu sobrinho querido, primo das minhas meninas, Mouribe agora é cidadão do mundo. É do povo que precisa de cuidados médicos, é dos que sofrem de dores no corpo. Juntamente com Priscylla que se formou enfermeira, é a contribuição do pé de castanhola à saúde e bem estar das pessoas que necessitam de tratamento.
“Aprendendo a amar e a curar”, esse é o título de um livro com o qual presenteei Mª Eunice, minha irmã médica e que incentivei Priscylla a ler e é o que espero, eles tenham aprendido ao longo dos anos de universidade, além de diagnósticos, medicamentos prescritos, intervenções cirúrgicas e cuidados gerais com o corpo do paciente.
Pela dedicatória que li ontem no convite de Mouribe, a certeza de que amar e curar são partes intrínsecas a um mesmo processo e que jamais poderão ser desvinculadas, sob pena de não se alcançar o êxito desejado: o bem estar das pessoas que são e serão cuidadas por eles.
Quando Pri decidiu prestar o vestibular pra enfermagem pensei: eis aí a minha oportunidade de contribuir para a tão pretendida humanização da saúde. Pensei assim porque acredito no quanto a educação que ajudei a repassar a ela a fez perceber o mundo e as pessoas de maneira humana, como deveria acontecer com todos.
Pelo que venho constatando, meu tiro foi certeiro. E agora, vendo Mouribe, cujo jeitinho carinhoso herdou do pai e do avô, deixando claro na dedicatória que, apesar de papai não estar mais entre nós enquanto corpo continua sendo seu mestre e seu guia espiritual ratifico o quanto a sombra do pé de castanhola tem nos dado de bom. E incluo entre nós o resto do mundo. Onde ele possa ir com suas “mãos que curam” e mais ainda com sua alma doce, repleta de bons ensejos e boas práticas.
Vai Mouribe. Mostra aos seus, agora colegas, que fazem parte da categoria dos médicos, que se pode, tanto quanto se deve, fazer uso das mãos lavando-as sempre. Porém, que o ato de lavar as mãos não passe de prática de assepsia, jamais tendo a conotação de braços cruzados, de desistência. Mostra que, muitas vezes as dores no corpo são reflexo das dores na alma e que só se cura almas deixando que elas se encontrem e se ajudem mutuamente. Diz que, melhor que o salário de médico, é o prazer de proporcionar a cura. E mais: que, se ela não pode ser paga via dinheiro, nunca poderá deixar de ser praticada.
Vai Mouribe. Com esse teu modo de ser, ensinar a amar e a curar e diz ao mundo inteiro que cura de verdade, só acontece quando se coloca o amor a serviço da cura.
PARABÉNS MOURIBE. MAIS QUE ATLETA, QUE TOCADOR DE VIOLÃO, QUE SOLTADOR DE CORUJA, JOGADOR DE PEÃO, VOCÊ ENCARNA DAQUI PRA FRENTE, NÃO SÓ O SEU DESEJO DE SE R MÉDICO, MAS A SATISFAÇÃO DE SEUS PAIS QUE UM DIA DESEJARAM SER E A ESPERANÇA DE UMA PRÁTICA MÉDICA HUMANA, DEMASIADO HUMANA.
E É CAM- PE -ÃO! É CAM- PE- ÃO!
E VIVA MOMÔ, GENTEEEEEEE!!!!!!!!!!
“Hay Que Endurecer, Pero Sin Perder La Ternura Jamás!” Lembra dessa máxima, né Zé?
Lola (14/01/11)
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