"Ando devagar porque já tive pressa..."

"Ando devagar porque já tive pressa..."
"Ando devagar porque já tive pressa..."

20/08/2011

Sobre o post de Carla


Tem coisas que ao lermos pensamos sobre elas – eu poderia ter escrito. Há outras que pensamos alguém poderia ter-nos escrito. Foi o que aconteceu comigo, ao ler o texto de Marta Medeiros, postado pela amiga Carla, na PENSARE.


Pensei: estas palavras me soam como se houvessem saído da boca de alguém e diretamente pra mim. Eu diria que ao ler, imaginava a face dela, da pessoa que escreveu, e ela tinha um olhar tão conhecido, um cuidado tão igual.


Mas identificação é assim mesmo; nos identificamos com algumas coisas e imaginamos que elas existem por nós, ou para nós. Foi isso o que me aconteceu em relação a ele. Eu o vi, nem gostei da sua imagem no primeiro momento, mas algo nele me seduziu de primeira, é por isso que costumo acreditar em amor à primeira vista. Sei que esse termo primeira aparece como exagero,como expressão útil para se destacar o que se quer dizer. E eu diria: me apaixonei desde então, desde a primeira vista.


Ao ler o texto de Marta Medeiros, cujo título Carla suprimiu, viajei na imaginação e alcancei o pensamento dele. E era igual ao relatado na crônica. Fiquei triste à primeira leitura, mas voltei a ler tentando entender melhor. E percebi que algo em mim lhe cativa ou cativou, apesar da alegria que surgiu com o distanciamento.


Mas acredito tanto que muitas vezes é preciso “morrer pra germinar, plantar n’algum lugar, ressuscitar do chão”... Então passei a ver o texto não mais com ênfase na despedida e sim como um aceno de que o que ainda não foi pode passar a ser. Ou seria o que já foi voltará a ser?


Bem mais que ressurreição eu aguardo o retorno, “o eterno retorno,” no dizer de Nietzsche, aquele que quando acontece vem com as mudanças necessárias e boas. E se isto não acontecer, pelo menos ficarei feliz em ter-lhe proporcionado uma alegria, mesmo que esta seja a de prescindir de mim, da minha companhia.

Lola (18/08/11)

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