Aprendi a ser mãe com a minha mãe. Nada mais legítimo. Fui criada como a maioria das mulheres, pra cuidar e esse cuidado se estende da casa aos filhos e às pessoas que fazem parte do meu círculo social.
Ser, mãe, embora a antropologia mostre que é algo bem mais cultural do que biológico, visto que é aprendizado processual e construído, se revela naturalmente, porquanto é naturalizado pelos costumes, que a própria antropologia reconhece.
A naturalização da maternidade nos faz ver, enquanto seres sociais que somos que essa é uma tarefa eminente feminina, nos fazendo olhar com estranhamento diferentes maneiras de ser mãe.
Tenho vivenciado um evento que elucida a afirmação antropológica e que mostra o quanto o processo de maternagem pode ser experimentado não só por mulher que dá a luz, nem muito menos apenas por mulher, como também não de maneira meramente individual. Venho acompanhando um processo de maternagem coletivo e ele me salta aos olhos como espectadora que virou fã. Falo do que vem acontecendo na minha família a partir da gravidez de Priscylla, minha filha mais nova.
Na verdade, o que venho assistindo é um verdadeiro espetáculo de amor ao próximo e à família.
Desde o momento da revelação aos meus irmãos de que eu iria ser avó, algo mais se revelou. Não que eu já não soubesse e sua existência, mas o carinho, amor e sentimento de união afloraram mais belos e sorridentes.
Todos querem ser mães, pais e avós de Alice e eu diria que sinto legitimidade nesse querer, posto que é o bem querer a mim e à minha filha que se manifesta na expressão de amor a Alice.
Sejamos então avós, coletivamente, assim como temos experimentado a maternidade de nossos filhos e sobrinhos de maneira igualitária.
Só uma família verdadeiramente intensa pode sentir e praticar algo do tipo. E eu só tenho a agradecer a Deus não ser a única avó materna da minha primeira neta. Como bem sei não serei dos outros tantos netos que hão de vir. Amor é sentimento coletivo e por sê-lo, é de maneira grupal que ele melhor se mostra.
Alice chegará a qualquer momento, pois Priscylla já completou as quarenta semanas necessárias para sua formação intra-uterina. Quanto à extra-uterina, está por vir e certamente não será processada apenas por Pri e Fábio, mas por todos esses pais e avós que curtem esse momento lindo e significativo para a nossa família.
Seja bem vinda, Alice! E reconheça em cada um de nós um pouco do amor que Deus ensinou a José Felinto e Nicinha e eles tão bem souberam imprimir em nós.
Vida leve, suave e bela a Alice!
Lola (18/09/11)
"Ando devagar porque já tive pressa..."
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