Em um feriadão de outubro de 2018, fui para João Pessoa com a família. Numa tarde de praia, Aninha, se juntou a nós. Entre muitas conversas, rolou o tema bariátrica. Há muito tempo, meu marido e minhas filhas, Talitta e Priscylla, me sugeriam fazer a cirurgia. Eles viam as dificuldades que eu enfrentava, principalmente relacionadas à saúde e à perda de peso, embora essa fosse minha preocupação e meu empenho.
A conversa com Aninha me despertou a curiosidade de conhecer Dr. Pachú, cirurgião do aparelho digestivo, cuja equipe ela compõe. Falei sobre a possibilidade de marcar consulta com ele. Ela me alertou para o fato de que ele só atende para cirurgia, então lembrei que preciso retirar a vesícula. Pensei nesta opção como estratégia de conhecer o renomado cirurgião e sondar a possibilidade de, quem sabe um dia, me abrir para a bariátrica. Na verdade, aquela já era uma fresta para tal abertura. E quando chegou o dia da consulta, em dezembro, ainda na sala de espera, eu me encantava com aquele jovem médico que vinha até a sala e perguntava quem seria o próximo paciente a ser atendido. Fazia isso com o seu indefectível sorriso "de orelha a orelha".
Chegando a minha vez, brinquei com ele, que sorridente me atendeu, dizendo que nem se animasse e não me olhasse como quem vai me operar. (Juro que fiz isso! rs) Ainda sorrindo, sua resposta foi: "- Oxe, mas você não está com pedras na vesícula?! Tem de operar mesmo." Foi então que assumi que essa era uma desculpa para eu me aproximar, embora realmente eu precise retirar a vesícula. Mas naquele momento, eu estava dando mais um passo no sentido de me abrir à possibilidade de fazer a bariátrica.
Saí do consultório com a requisição dos exames para a cirurgia, e quando voltei das férias, na última semana de janeiro de 2019, iniciei a batalha. Lembro que em todos os consultórios, clínicas e laboratório que passei, ao falar sobre estar me preparando para cirurgia bariátrica e dizer que seria com Dr. Eduardo, todos o reverenciavam, ao ponto de dois, dos médicos que fui, a saber, Godofredo Borborema e Ricardo Wanderley, dizerem com todas as letras - " Você vai fazer com um médico que opera de olhos fechados", considerando sua experiência exitosa.
Os exames preparatórios foram avançado... Assim, Aninha se tornou Dra. Ana Paula, minha querida nutrucionista. E me prometeu cuidar de mim da mesma forma que cuidou de sua mãe, que já passou pela cirurgia. Ela vem honrando sua promessa de uma forma que me emociona. Não sei como retribuir tanta dedicação amorosa e profissional.
No início do processo, pedi a Deus que me iluminasse e que sinalizasse no sentido de fazer ou não, a cirurgia. Que se fosse realmente para eu fazer, que os exames fossem compatíveis. Quando recebi o resultado da polissonografia, entrei em pânico. A pneumologista, Dra. Andreza, em seu laudo, indicou que as primeiras horas pós cirurgia fossem na UTI, o que me abalou profundamente, visto que meu pai, minha mãe e minha irmã mais velha, morreram na
Unidade de Rerapia Intensiva do hospital que eu seria operada. Ela também me encaminhou ao fisioterapeuta da equipe de Dr. Pachú. No mesmo dia, entrei em contato com Dr. Danillo, que foi extremamente receptivo e soube lidar com minha inquietação. Daí em diante, com o trabalho desenvolvido por ele, passei a dormir, a melhorar a respiração, a ficar preparada para a cirurgia. Desde então, vejo Danillo como um anjo bom que Deus colocou em meu caminho.
Antes de chegar a ele, desabafei com a psicóloga da equipe - Elaine (sempre receptiva) - e fiquei mais tranquila, podendo me consultar com Dr. Eduardo sobre a gravidade de ser cirurgiada tendo apneia e a probabilidade de ficar em UTI. Probilidade descartada por ele. - "A coisa mais rara do mundo, é um paciente meu ir para UTI. Nem se preocupe com isso...E quanto a apneia, meu Deus do céu, a gente já faz esse tipo de cirurgia para melhorar essas coisas mesmo..." Nunca suas palavras tinham me soado tão benditas, a despeito da empatia, desde o primeiro encontro.
Daí em diante, minha fé foi reforçada, a coragem tomou conta de mim e a alegria de estar vivenciando aquele momento, rumo à saúde, me contagiou e assim se deu até a cirurgia.
No dia 08/04/19, as 6:30 estávamos, eu e Rostand, na Clínica Sta. Clara. Às 8:00 entrei alegremente na sala de cirurgia. Nunca esquecerei a oração que fiz, quando a enfermeira me avisou que iria me levar ao Centro Cirúrgico: Eu vou com Jesus, que me cura, com Maria, que me cuida e com meu anjo da guarda, que me protege. Papai, mamãe e Graça, vão conosco.
A sensação que eu tinha era que, se fosse o caso de haver uma pane e todas as luzes do CC se apagarem, ainda assim ele estaria iluminado. Luz. Muita luz iluminou aquele momento.
Desde então, tudo passou a fluir de forma ainda mais intensa, e meus dias tem sido bons dias. Hoje, no 12° dia pós cirúrgico, me sinto muitíssimo bem e vislumbro dias ainda melhores, daqui pra frente.
No dia 10/04/19, recebi alta e voltei pra casa. Mas nas minhas boas lembranças, sempre guardarei os dois dias e meio que passei na ala 600.
Renasci. E reconheço que sem Deus não teria chegado até aqui. A Ele, toda a honra e toda a glória.🙏. Foi a Ele que clamei, em minhas "noites traiçoeiras". Foi Ele que me ouviu, me entendeu e através de Seus sinais, pude chegar até aqui. Foi Ele que colocou as pessoas certas em meu caminho e eu as busquei, confiei minha história de doente. Sim, a obesidade é uma doença. E além dela, sou portadora de artrite reumatóide, que me faz sofrer de dores terríveis, maximizadas pelo peso demasiado.
Portanto, me encontro em estado de graça e sou só gratidão ao Nosso Senhor. A Ele e a cada um que contribuiu para eu sair do sofrimento em que me encontrava e estar hoje curtindo dia a dia a minha recuperação.
Destaco a equipe do ICOEP, sabendo que minhas palavras são muito pouco para dizer o quanto são profissionais competentes, engajados, equipe coeza e acima de tudo, humana.
Agradeço, de coração também aos médicos que sempre busquei e que chamo de meus - minha ginecologista, Dra. Francisca, minha endocrinologista, Dra. Marta, e minha reumatologista, Dra. Sandra. Esta última, a mais recente da lista, mas não menos importante. Foi uma simples frase dela que me deu um "estalo" e eu que já estava de consulta marcada pra Dr. Pachú, porém cheia de dúvidas, pensei - sim, este é o momento de eu me decidir.
Todas estas médicas me sugeriam, carinhosamente, a cirurgia bariátrica. Francisca, que me cuida a pelo menos 30 anos, sempre me alertou para os perigos da obesidade e percebia que minha luta vinha sendo inglória. Marta, que também me cuida desde os anos 80, embora eu tenha passado um tempo afastada e retornado há uns 3 ou 4 anos, até me revelou sua "tristeza" ao sugerir a cirurgia. Ela entende que pode passar a idéia de que a endocrinologia falhou. Mas não falhou... Desde meu retorno ao seu consultório, me sentia bem melhor do que antes. Quanto à Dra. Sandra, ao me indagar sobre a possibilidade de ser operada, ao ouvir minha resposta, que eu tinha medo e que a via como uma mutilação, me mandou essa, de maneira bem tranquila: " - Você tem medo da bariátrica mas não tem medo da obesidade..." Foi assim que passei a desmistificar a cirurgia, a tirar o véu do preconceito com o qual eu a havia coberto, e assim fui para a consulta com Dr. Pachú bem mais aberta às possibilidades.
Dizer que agradeço à minha família é pouco. Rostand se desdobra em atenção para suprir todas as minhas necessidades. Talitta e Priscylla se esmeram nos cuidados. Meu genro, meus netinhos e irmãos, também compõe a rede de solidariedade que me fortalece.
Eu nunca desisti de mim. Sofri muitas dores mas nunca deixei de sorrir. Minha máxima de vida eu a encontrei no Gênesis: "O Senhor me encheu de risos..." E mesmo com todas as limitações que as doenças me traziam ( já falo no passado), meu sorriso não se esvaiu. E hoje, posso dizer com propriedade, que outra parte da fala de Sara me representa. "- O Senhor me encheu de risos e todos os que disso souberem, rirão comigo."
Eis-me aqui, Senhor, agradecendo a dádiva e prometendo contribuir para que outras pessoas sorriam de felicidade, como estou fazendo agora.
Lola ( Abril de 2019 - em estado de graça.)
A conversa com Aninha me despertou a curiosidade de conhecer Dr. Pachú, cirurgião do aparelho digestivo, cuja equipe ela compõe. Falei sobre a possibilidade de marcar consulta com ele. Ela me alertou para o fato de que ele só atende para cirurgia, então lembrei que preciso retirar a vesícula. Pensei nesta opção como estratégia de conhecer o renomado cirurgião e sondar a possibilidade de, quem sabe um dia, me abrir para a bariátrica. Na verdade, aquela já era uma fresta para tal abertura. E quando chegou o dia da consulta, em dezembro, ainda na sala de espera, eu me encantava com aquele jovem médico que vinha até a sala e perguntava quem seria o próximo paciente a ser atendido. Fazia isso com o seu indefectível sorriso "de orelha a orelha".
Chegando a minha vez, brinquei com ele, que sorridente me atendeu, dizendo que nem se animasse e não me olhasse como quem vai me operar. (Juro que fiz isso! rs) Ainda sorrindo, sua resposta foi: "- Oxe, mas você não está com pedras na vesícula?! Tem de operar mesmo." Foi então que assumi que essa era uma desculpa para eu me aproximar, embora realmente eu precise retirar a vesícula. Mas naquele momento, eu estava dando mais um passo no sentido de me abrir à possibilidade de fazer a bariátrica.
Saí do consultório com a requisição dos exames para a cirurgia, e quando voltei das férias, na última semana de janeiro de 2019, iniciei a batalha. Lembro que em todos os consultórios, clínicas e laboratório que passei, ao falar sobre estar me preparando para cirurgia bariátrica e dizer que seria com Dr. Eduardo, todos o reverenciavam, ao ponto de dois, dos médicos que fui, a saber, Godofredo Borborema e Ricardo Wanderley, dizerem com todas as letras - " Você vai fazer com um médico que opera de olhos fechados", considerando sua experiência exitosa.
Os exames preparatórios foram avançado... Assim, Aninha se tornou Dra. Ana Paula, minha querida nutrucionista. E me prometeu cuidar de mim da mesma forma que cuidou de sua mãe, que já passou pela cirurgia. Ela vem honrando sua promessa de uma forma que me emociona. Não sei como retribuir tanta dedicação amorosa e profissional.
No início do processo, pedi a Deus que me iluminasse e que sinalizasse no sentido de fazer ou não, a cirurgia. Que se fosse realmente para eu fazer, que os exames fossem compatíveis. Quando recebi o resultado da polissonografia, entrei em pânico. A pneumologista, Dra. Andreza, em seu laudo, indicou que as primeiras horas pós cirurgia fossem na UTI, o que me abalou profundamente, visto que meu pai, minha mãe e minha irmã mais velha, morreram na
Unidade de Rerapia Intensiva do hospital que eu seria operada. Ela também me encaminhou ao fisioterapeuta da equipe de Dr. Pachú. No mesmo dia, entrei em contato com Dr. Danillo, que foi extremamente receptivo e soube lidar com minha inquietação. Daí em diante, com o trabalho desenvolvido por ele, passei a dormir, a melhorar a respiração, a ficar preparada para a cirurgia. Desde então, vejo Danillo como um anjo bom que Deus colocou em meu caminho.
Antes de chegar a ele, desabafei com a psicóloga da equipe - Elaine (sempre receptiva) - e fiquei mais tranquila, podendo me consultar com Dr. Eduardo sobre a gravidade de ser cirurgiada tendo apneia e a probabilidade de ficar em UTI. Probilidade descartada por ele. - "A coisa mais rara do mundo, é um paciente meu ir para UTI. Nem se preocupe com isso...E quanto a apneia, meu Deus do céu, a gente já faz esse tipo de cirurgia para melhorar essas coisas mesmo..." Nunca suas palavras tinham me soado tão benditas, a despeito da empatia, desde o primeiro encontro.
Daí em diante, minha fé foi reforçada, a coragem tomou conta de mim e a alegria de estar vivenciando aquele momento, rumo à saúde, me contagiou e assim se deu até a cirurgia.
No dia 08/04/19, as 6:30 estávamos, eu e Rostand, na Clínica Sta. Clara. Às 8:00 entrei alegremente na sala de cirurgia. Nunca esquecerei a oração que fiz, quando a enfermeira me avisou que iria me levar ao Centro Cirúrgico: Eu vou com Jesus, que me cura, com Maria, que me cuida e com meu anjo da guarda, que me protege. Papai, mamãe e Graça, vão conosco.
A sensação que eu tinha era que, se fosse o caso de haver uma pane e todas as luzes do CC se apagarem, ainda assim ele estaria iluminado. Luz. Muita luz iluminou aquele momento.
Desde então, tudo passou a fluir de forma ainda mais intensa, e meus dias tem sido bons dias. Hoje, no 12° dia pós cirúrgico, me sinto muitíssimo bem e vislumbro dias ainda melhores, daqui pra frente.
No dia 10/04/19, recebi alta e voltei pra casa. Mas nas minhas boas lembranças, sempre guardarei os dois dias e meio que passei na ala 600.
Renasci. E reconheço que sem Deus não teria chegado até aqui. A Ele, toda a honra e toda a glória.🙏. Foi a Ele que clamei, em minhas "noites traiçoeiras". Foi Ele que me ouviu, me entendeu e através de Seus sinais, pude chegar até aqui. Foi Ele que colocou as pessoas certas em meu caminho e eu as busquei, confiei minha história de doente. Sim, a obesidade é uma doença. E além dela, sou portadora de artrite reumatóide, que me faz sofrer de dores terríveis, maximizadas pelo peso demasiado.
Portanto, me encontro em estado de graça e sou só gratidão ao Nosso Senhor. A Ele e a cada um que contribuiu para eu sair do sofrimento em que me encontrava e estar hoje curtindo dia a dia a minha recuperação.
Destaco a equipe do ICOEP, sabendo que minhas palavras são muito pouco para dizer o quanto são profissionais competentes, engajados, equipe coeza e acima de tudo, humana.
Agradeço, de coração também aos médicos que sempre busquei e que chamo de meus - minha ginecologista, Dra. Francisca, minha endocrinologista, Dra. Marta, e minha reumatologista, Dra. Sandra. Esta última, a mais recente da lista, mas não menos importante. Foi uma simples frase dela que me deu um "estalo" e eu que já estava de consulta marcada pra Dr. Pachú, porém cheia de dúvidas, pensei - sim, este é o momento de eu me decidir.
Todas estas médicas me sugeriam, carinhosamente, a cirurgia bariátrica. Francisca, que me cuida a pelo menos 30 anos, sempre me alertou para os perigos da obesidade e percebia que minha luta vinha sendo inglória. Marta, que também me cuida desde os anos 80, embora eu tenha passado um tempo afastada e retornado há uns 3 ou 4 anos, até me revelou sua "tristeza" ao sugerir a cirurgia. Ela entende que pode passar a idéia de que a endocrinologia falhou. Mas não falhou... Desde meu retorno ao seu consultório, me sentia bem melhor do que antes. Quanto à Dra. Sandra, ao me indagar sobre a possibilidade de ser operada, ao ouvir minha resposta, que eu tinha medo e que a via como uma mutilação, me mandou essa, de maneira bem tranquila: " - Você tem medo da bariátrica mas não tem medo da obesidade..." Foi assim que passei a desmistificar a cirurgia, a tirar o véu do preconceito com o qual eu a havia coberto, e assim fui para a consulta com Dr. Pachú bem mais aberta às possibilidades.
Dizer que agradeço à minha família é pouco. Rostand se desdobra em atenção para suprir todas as minhas necessidades. Talitta e Priscylla se esmeram nos cuidados. Meu genro, meus netinhos e irmãos, também compõe a rede de solidariedade que me fortalece.
Eu nunca desisti de mim. Sofri muitas dores mas nunca deixei de sorrir. Minha máxima de vida eu a encontrei no Gênesis: "O Senhor me encheu de risos..." E mesmo com todas as limitações que as doenças me traziam ( já falo no passado), meu sorriso não se esvaiu. E hoje, posso dizer com propriedade, que outra parte da fala de Sara me representa. "- O Senhor me encheu de risos e todos os que disso souberem, rirão comigo."
Eis-me aqui, Senhor, agradecendo a dádiva e prometendo contribuir para que outras pessoas sorriam de felicidade, como estou fazendo agora.
Lola ( Abril de 2019 - em estado de graça.)
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