"Ando devagar porque já tive pressa..."

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"Ando devagar porque já tive pressa..."

25/09/2010

Pedra Fundamental

No dia 18 de setembro estive em um evento dos que considero dos mais importantes; numa festa do tipo que eu mais gosto - encontro familiar. Além disto, o evento em destaque teve como principal motivo a bênção e lançamento da pedra fundamental da Igreja de São José Operário, da Comunidade do Sítio Roçado do Mato.

Foi um momento lindo! Daqueles que inebriam a alma e deixam o corpo desejando mais.

Uma das coisas que me encantaram, além da celebração belíssima, com a participação de Conceição, que fez ver a todos os presentes o motivo da escolha do nome da igrejinha - falando sobre o simbolismo de São José Operário, cujos significados vão além do trabalho braçal, tão necessário à humanidade, indo ao sentido mais abrangente do labor espiritual. Daquele trabalho que a alma necessita pra continuar sua peregrinação eterna. Da obra das almas que, ao serem tocadas, sempre buscarão aperfeiçoamento, e nesta busca, caminharão solidárias, nunca solitárias, devido à sua natureza comunitária – pois bem, uma das coisas, foi ver in loco o projeto que nasceu com o casal e extrapolou os limites de sua família nuclear, sendo executado de maneira extraordinária, enchendo os olhos de quem vê, enlevando o coração de quem crê, e, principalmente, envolvendo a quem, como o casal, tem interesse em fazer, em tornar concreto o que foi idealizado e, no processo de execução, vai se doando ao mesmo tempo que doa objetos, que vão compondo o que a Casa Grande do Roçado do Mato é hoje e o que ainda está por vir.

Na missa de celebração, os ancestrais foram lembrados e reafirmados como sendo o início de tudo - a verdadeira pedra fundamental. A eles, toda honra e aos que fazem o Roçado do Mato, toda a glória! A glória de ver seu feito encantando aos convidados, a glória do saber fazer.

Que muitos momentos como aquela tarde-noite voltem a fazer parte de nossas vidas. Assim, nunca haverá espaço para o esquecimento. Assim, a memória estará sendo preservada e com ela a nossa história, marcada sobremaneira pelos laços de consaguinidade, afetividade e principalmente, de sentimento de pertença ao espaço que é bem mais que geográfico, posto que é cultural, emocional e afetivo. Um lugar cujo cheiro de mato e de café fresquinho, se confunde com o cheiro do relicário exposto nas paredes, no piso, e em todos os cômodos. Permitindo-nos fundirmos-nos a ele, tal qual pedra fundamental, que depois da construção elaborada, apesar de não deixar marca, uma vez que se diluirá no todo, continuará sendo compreendida como crucial.

Lola (25/09/10)

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