"Ando devagar porque já tive pressa..."

"Ando devagar porque já tive pressa..."
"Ando devagar porque já tive pressa..."

31/07/2008

FLORA

Ainda bem pequenininha
Dois meses ainda tinha
Chegou-nos como presente
Uma linda cachorrinha

E o amor daquele instante
Cheio de medo e risos
Tornou-se muito mais lindo
Dando-nos para viver
Mais um dos grandes sentidos

A alegria passou a ser
Sempre, nossa companhia
Pois nossa querida Flora
Enche de ternura os dias

Antes compridos, vazios
Cheio da carência dela
Que bom que hoje nós temos
Nossa querida cadela

Seja noite, seja dia
Amor sempre, a qualquer hora
Não mais vivemos sem ela
Meiguice:teu nome é FLORA

Vida breve

Parece que foi ontem
Ouvi minha mãe dizer
Até achava graça, suspeitando exagero
Mas que nada, tudo passa tão ligeiro

Parece que foi ontem, que foi hoje, que está sendo
Vamos vivendo e absorvendo o que a vida tem
E o que nós temos, ela absorve também

Vida curta, vida breve
Que nos impele, mas não nos impede
De sermos quem quisermos ser

De esquecermos um pouco o ter
De desejarmos o bem fazer
De termos tempo para viver

(maio 2008)

30/07/2008

TPM

Cólica miserável
Que me atormenta a cada mês

Fazendo-me sentir bicho,
Sem condições de equilíbrio

Dizendo e fazendo coisas
Que não são do meu feitio em estado normal

Atrapalhando-me a vida
E deixando-me fazer o mesmo de outras vidas

Vai embora, me deixa TPM
Para que eu possa ressurgir das cinzas novamente

E me encher de esperança
De que a partir de agora
Tudo vai ser diferente

Amor Maior

O verdadeiro amor não tem datas marcadas
Ele começa quando nem se sabe
E termina sem ser programado

Determinar quando, onde e como, é mesquinhez de sentimento, não é amor
"Quero um amor maior,um amor maior que eu".
Que se impunha,que diga ou deixe de dizer a que veio

Mas que me toque da forma exata
Sem dor, sem rancor;
Só amor

15-05-05

Tempo

Dizem que o tempo cura as feridas
Estou doente
Doente de medo de perder-te

Tu que és o meu amor
A minha razão de ser

Eu peço ao tempo um socorro
Que venha logo
Antes que nada mais haja para curar

Pra que desapareçam as chagas
E a vida me volte a sorrir
E nós voltemos à vida

Vida que é tempo
Tempo de cura
Tempo de sorrir
Tempo de viver

Viver por nós dois
Viver em paz
A paz dos amantes.

Clamor

Te sentir a todo instante
Como parte de mim
Parte que é vida
Beleza, enfim
Amor que pulsa, aqui
Dentro do peito que te chama
Te pede carinho, atenção
E se não atendes, reclama.

(2000)

Te amo

Te amo cada vez mais
Mas não desesperadamente
Te tenho comigo, como sei que me tens contigo, apesar da distância
Pois estamos unidos pelo pensamento
É ele que me leva a ti e te trás a mim
Sempre

(2000)

29/07/2008

Quando

Quando pararmos de nos cobrar
Quando percebermos que as críticas não são a melhor opção
Talvez nos encontremos
Um ao outro
A nós mesmos
Vai ser tão bom!

(maio-2006)

Gritos

Eu grito, mas ninguém pode ouvir.
Grito e o meu grito estronda dentro de mim
Como balas de canhão
Gritos de dor
Gritos de medo
Gritos de raiva
Mas os gritos de desilusão são os que mais me arrasam
E ninguém ouve, ninguém sabe nada.
Enquanto as balas de canhão me estraçalham a alma

15-05-05

“Eu e você somos um”

Eu que pensava que o meu amor era o maior, o melhor;
Que nada!
Decepcionei-me com tão pobre forma de amar
O amor é mais, muito mais!
Vou gritar aos céus que te amo
Quem sabe ele acredite
E me mostre o caminho a seguir
Decepcionei-me comigo mesma
E isso me deixa infeliz
Mas vou superar
Pois vou aprendendo a te amar
Um dia chego lá, aos céus;
E agradeço
O caminho encontrado
O amor encontrado
Ter te encontrado
Ter me reencontrado

28/07/2008

CHARLINHO

Admirador da poesia e poeta por excelência, Charlinho é um, dos tantos amigos que fiz nos tempos de faculdade. Uma pessoa muito especial, por quem nutro um carinho muito grande.
O conheci através de Mara, amiga querida, que não poupava elogios a ele, me fazendo criar expectativas para conhecê-lo. Expectativas essas que não foram frustradas, na verdade foram até superadas e minha vida na universidade passou a ser bem melhor a partir dessa amizade, conquistada aos poucos, regada à poesia, a afeto e a companheirismo. Foram muitos momentos bons que nunca sairão da minha memória e sempre me farão agradecer a Deus por colocar pessoas especiais como ele em minha vida.
Hoje, no seu aniversário, peço aos céus que lhe cubra de bênçãos.
“Carpe dien” Charlinho!

ENEDINA

E ntre as amigas que tenho, se destaca
N ão sei porque, mas a sinto muito próxima
E la sempre me deixa à vontade
D ela tenho e terei sempre, saudade
I das e vindas a mim, não satisfazem
N ela confio muito, acredito
A ela, todas as luas e os dia mais bonitos.

ENÊ





Um misto de fortaleza com suavidade, que irradia alegria por onde passa...
Enê é cheia de graça;
Mas graças eu dou ao Senhor, que fez dela minha próxima;
E a proximidade é tanta, que não há quilômetros entre Aracaju e Campina,
que nos façam esquecer uma da outra e nos procurar constantemente, compartilhando dores, alegrias, amores...Mas principalmente amizade.
Quase todo dia nos declaramos uma a outra.
Hoje vou fazê-lo para o mundo inteiro saber:
TE AMO, ENÊ!

LUNARA

Lunara é minha sobrinha querida, ou melhor, minha terceira filha. Acredita que até cama ela tem aqui em casa? Pois é...é um amor conquistado ao longo de seus 20 anos. Menina linda, inteligente e muito "gente boa". Super fácil de se lidar. Ah...eu a amo por tantos motivos que nem saberia elencá-los aqui. Só sei de uma coisa; mexeu com Luh, mexeu comigo- viro fera!
E sei também que minha casa com Luh fica mais alegre, minhas filhas com Luh ficam mais felizes e o meu coração, ah, esse está sempre ocupadinho dela.

27/07/2008

Para Ramon, pela sua formatura

Já escrevi algumas vezes sobre Ramon, portanto fica meio difícil voltar a fazê-lo, quando de certa forma estou sendo "cobrada" para isto.

Estamos vivendo os dias que antecedem a sua formatura e fazendo de tudo, motivo para homenageá-lo.

Então, o que fazer, se me foi dada tal incumbência? Mãos às teclas, com todo gosto, até porque, não estou sob a mira de nenhuma arma.( risos)

Ramonzinho é um sobrinho querido, pessoa linda e abençoada por Deus, por isso a sua presença sempre deixa no ar o encanto do sorriso, a certeza do carinho, a esperança da experiência.

Hoje que ele conclui seu curso de graduação, se torna biólogo, eu rogo a Deus que o permita realizar sonhos, que o faça cumprir o juramento e que entenda que a ciência é arma poderosa, nas mãos de quem quer mudar o mundo.E como sei que suas intenções a respeito do mundo são as mais nobres possíveis, me abasteço de esperança de que sua influência possa ser proveitosa nos rumos da sociedade, que ora sofre pelo descaso de quem, diferente dele, não se incomoda muito em cumprir promessas e a partir de atitudes não muito nobres, vem atropelando a vida.

Parabéns, meu querido! Que a alegria destes dias festivos lhe sirva de combustível para enfrentar a vida profissional, honrando seus princípios e buscando alternativas simples, mas eficazes, como a singeleza do seu sorriso.

Com amor.

Tia Lola.

Em 26/04/07.

DURVAL

Quando eu participei da seleção do mestrado, no final de 1995, me aconteceu uma coisa durante a entrevista, que dividindo mais tarde com a turma selecionada, fiquei sabendo que quase todos tinham vivenciado a mesma experiência.Estou falando do olhar de Durval, a apoiar, a dar segurança naquele momento que pode ser definidor para um processo seletivo.Como a dizer: vai ficar tudo bem, vai dar certo, conte comigo.
Ao me deparar com esta foto que ele exibe no orkut, e vê-la de tamanho aumentado no álbum de fotografia, o que destacou seus grandes olhos verdes, veio à tona aquele momento e me deu vontade de ratificar o que já havia lhe dito: quero muito bem a Durval, ele faz parte das lembranças boas que guardo dos tempos de faculdade, tanto na graduação quanto na pós.
Não há uma única vez que escute a música "Super Homem", sem lembrar de uma certa feita que ele a levou para a turma do curso de Extensão em História dos Costumes, para ilustrar o tema abordado e a cantamos todos juntos.
Bons tempos aqueles! Deliciei-me com cada aula, onde ele, Fábio Gutemberg e Socorro Rangel deram um verdadeiro espetáculo.Durval é um professor como poucos, inteligente, simpático e muito, muito talentoso!Dá pra ficar boquiaberto ouvindo-o falar por horas e ainda querendo mais.Não é à toa que ele sempre está presente nos exemplos que dou em sala de aula, no tocante à pluralidade, à construção e reconstrução necessárias ao processo de re-elaboração das identidades.
Ler os livros de Durval é certificar-se de tal possibilidade.Costumo dizer que nunca vi uma declaração de amor ao Nordeste como a que ele faz em sua obra A invenção do Nordeste, mostrando que é necessário desconstruir a imagem negativa que se tem, para que em seu lugar brote uma refeita, que se dê sob a égide de uma valorização construída, tanto quanto a desvalorização, mas nesse caso, de forma positiva. Agradeço de coração a oportunidade de ter sido sua aluna e de ter acesso a ele a partir das portas que deixou abertas.

26/07/2008

CRISTINA

Cristina é uma pessoa do bem, como ela mesma se define.Aquela pessoa que ronda nossas lembranças boas, nossas saudades, sabe?
Semana passada sonhei com ela, com um abraço cheio de significados e a procurei.Não deu outra: Haja alegria e descontração, como se nos víssemos quase todos os dias.
Cristina é responsável pelo meu amor à antropologia, pois foi com ela que comecei a trilhar esse caminho.Foi minha professora na graduação, orientadora no PIBIC e no mestrado, quando teve também a oportunidade de junto com Durval, ficar à frente da disciplina Movimentos Sociais com enfoque em Relações de Gênero.
Duvido muito alguém ter passado por uma sala de aula de Cristina sem aprender a curtir seu jeitinho; sem apreciar a tão famosa pergunta: "Tá direitinho?" Que ela costuma fazer.Eita! Senti falta disto ao telefone!(rs...)
Mas tudo bem!Conviver com ela é aprender a adorar ser chamada de "perua" e pior; é pegar esse vício e sair chamando assim todas as pessoas que se quer agradar.
Muito do que sou hoje em sala de aula se deve à convivência que tive o prazer de compartilhar com essa amiga e professora.E como Durval, ela está sempre nos meus exemplos relacionados às possibilidades que dispomos pra ser “mil em um”, como diria Laplantine, sem nos conformarmos em ser apenas um.
Resumindo, Cristina é uma pessoa especial, pela qual peço aos céus proteção e que a conserve assim como é, capaz de fazer a diferença, no melhor sentido que isto possa ter.
Vida longa a Cristina Marin!
(26-07-06)

25/07/2008

FELINTO FILHO

Poderia alguém explicar
50 anos em menos?
Pois isso eu vou fazer,
Já que essa idade não tenho.

Desde bem pequenininha,
Percebia certas coisas
Alguém chamado NININHA
Sempre alegrava os dias;

Nos deixava no colégio,
Mesmo se achando um tédio,
Mas se era feriado,
O destino era mudado
E quando menos esperávamos
Lá estávamos no GRESSE.

Para brincar nos balanços,
Nas gangorras, visitar,
Alguém que morava lá
E nos recebia bem,
Dado o jeito de falar
Desse irmão que a gente tem.

Mas isso ainda é pouco,
Se lembrarmos que também,
Cinema, festinha, assustado,
Tudo isso e algo além,
Foi com ele que nós fomos,
Primeira e segunda vez também.

Nem vou falar de outras vezes
E o que mais ele nos deu
Pois hoje apenas desejo
Fazer a ele um agrado

Por isso digo obrigado
Por mim e por todos nós
Que em ZÉ FELA FILHO encontrou
Um amigo,irmão e mais.

Daqueles que não se esquece
E se está longe, padece
Alegra-se com a presença
E a Deus sempre agradece.


Pedindo pra ele PAZ
AMOR e muito CARINHO
Que o seu lar,seja um ninho
De HARMONIA e ALEGRIA;

Igual a que ele, todo dia
Distribui à freguesia
Que orgulhosa deleita-se
E muito bem aproveita
Da imensa LUZ que ele tem
Se iluminando também.

FELINTO FILHO não nega
Os pais que lhe deram a vida
E se pra nós ele é ZÉ,
Nunca será um qualquer
Pois lhe quero muito bem
E nossos irmãos também.

E hoje vamos falar,
Pra quem quiser escutar:
JOSÉ FELINTO DE ARAUJO,
FILHO tu és de respeito
Daquele que um dia te deu
Além de nome uma herança:

Jeito de tratar criança,
Moço, velho e moribundo,
Não é à toa que és,
Bom filho, pai, tio, amigo,

Hoje te agradecemos
Sorrindo e te desejando,
O melhor aniversário
Que possa haver nesse mundo.

MARIA LUÍZA

24/07/2008

EU



Uma das oito Marias, filhas de Zé Felinto e Nicinha.A penúltima delas, quase caçula.Além das sete irmãs, tenho cinco irmãos,(pode? E consigo amar todos eles.)
Sou casada há quase 24 anos com Rostand, com quem estou desde os meus 17 anos (parece que foi ontem).Temos duas filhas, Talitta e Priscylla,com quem construí uma relação mãe/filhas que costumo dizer que “não existe” (adoro ser mãe!).Adoro meus 20 sobrinhos(por mim seriam todos meus filhos.Pensa que é exagero?)e além deles, tenho um sobrinho neto(meu Deus que coisa!) a quem amo muito também e 3 peruinhas filhas da minha sobrinha torta (existe isso?!) Flávia - a "perua mãe 2", já que eu sou a 1 - que também são meu xodó.
Graduada em Ciências Sociais (sociologia e antropologia) e mestra em sociologia.Sou professora(adoro sala de aula!)
Sou uma pessoa "em paz com a vida e com o que ela me traz".E o que ela não me traz, corro atrás, mesmo que depois reveja minha decisão.
Adoro gente, principalmente as de boa qualidade,embora acredite que "não há bom sem defeito e não há defeito sem virtude".Portanto, não descarto experiências,já que "tudo vale à pena se a alma não é pequena".
Conviver é um ato relacional e como sei que sou 50% das relações que mantenho,faço minha parte direitinho,aí já é "meio caminho andado".

RAMON

Ramonzinho é meu sobrinho querido, filho da minha querida irmã Zezé e do meu não menos querido cunhado Ivanildo. Um filho exemplar, um irmão amigo, um primo que minhas filhas amam demais, um neto atencioso e pelo visto um amigo que todos querem por perto .Alegria de viver contagiante! É assim que ele é. E deve ser por tudo isso que o amo tanto e peço a Deus que o proteja e ilumine os caminhos que ele vai trilhando vida à fora, sempre a partir de escolhas acertadas.
Muita luz, é o que se percebe na presença dessa criatura tão meiga e delicada e ao mesmo tempo tão forte e resistente. Acho que tem tudo a ver com a simplicidade que permeia sua vida, pois acredito na beleza da simplicidade.
É isso aí: Ramonzinho é uma pessoinha bela; como diria Talitta, UMA CRIATURA DE DEUS.

FLAVINHA

Amanhã, 10 de agosto, é o aniversário de Flavinha. É assim que costumo chamar esta minha querida sobrinha, a quinta, pela ordem de chegada, (rs), mas que nem por isso ocupa um lugar assim, tão distante do primeiríssimo. Se bem, que não costumo classificar hierarquicamente, meus sobrinhos, pois todos eles ocupam lugar privilegiado no meu coração.Aliás, no meu coração não há lugar que não seja privilegiado (rs).Flavinha é uma doce menina, mas também uma mulher de fibra. Incentivadora, preocupada com as pessoas que gosta e batalhadora pelos seus ideais, estas são algumas das virtudes que me fazem sua admiradora.Amo demais essa guria, que nem sei mais o que ela é minha, pois é filha da minha irmã querida e do meu primo, madrinha da minha filha, e se mostra um amigona daquelas que todo mundo deseja ter. Difícil enquadrá-la em alguma categoria, né? Portanto não to nem aí pra isso, só sei que a amo muito, muito mesmo e é assim que vai ser pra sempre... E um dia, quando os filhinhos dela chegarem, vou me sentir um pouco avó deles e vou mimar muito, assim como fiz com ela...E essa corrente de amor nunca vai terminar...Agora, quero apenas desejar um FELIZ ANIVERSÁRIO. E que ela tenha muitos anos de vida, bem vividos, com saúde, paz, amor, harmonia e tudo de bom que desejar.
PARABÉNS, FLAVINHA!
(10-08-06)

MAJUÍ - Jujuba doce

Como JUJUBA doce, em nossas vidas
A flor JUJU desabrochou, tão linda!
Tornou-se tão alegre, tão faceira,
Que depois dela só mesmo amor.

O MA de seu nome, nada a ver
Com maledicências, coisa ruim,
Apenas principia a sua graça
Tornando-a perfumada igual fragrância
Que seu pai busca com perseverança
Para presenteá-la com amor.

Mas amor eu também tenho e dou-lhe
Mesmo que seja sem a tal fragrância,
Contudo, com tudo que desde a infância,
Dessa menina a mim vem conquistando:

Ternura, leveza, alegria,
Sem contar com o cristal doce da JUJUBA,
Na esperança que em um belo momento,
A flor MAJUI cresça, abunde e prolifere

Perfumando ainda mais os nossos dias.

MORENA - A(Mora) de Zé

A Mora de Zé,
Tem sabor de fruta que eu gosto
Doce ácido e exótico
Mais que fruta tropical
É fruta do meu quintal.

TALITTA

TALITTA significa Menina Feliz.Eu nem sabia disso quando escolhi esse nome pra ser o dela, minha filha primogênita.O surpreendente é que ela chegou em nossas vidas de um jeito tal, que superou o significado do seu nome, passando a ser a “alegria em pessoa”.Foi além, transcendeu, e não há situação em que ela não seja ótima companhia, a despeito dos momentos diante da TV, onde ela, literalmente, narra o que estivermos assistindo, né TÁH? Ai, ai...

Às vezes, quando estou meio borocoxô, basta ouvir - “o que foi mamita?” - pra eu voltar a sorrir.E se alguém está com algum problema e por isso mesmo se sente acabrunhado, eu logo falo: acho que vou te emprestar Talitta, que num instante você fica bem.

Já cheguei até a comentar que todo mundo deveria ter direito a ter uma Talitta em casa, porque assim não haveria lugar pra deprê.

Ela, parafraseando Gilberto Gil, tanto quanto o realce, “é uma espécie de salário mínimo, a que todos têm direito”.E olha que não digo isso pelo seu tamanho não, viu TITTA? É que, na verdade, se alguém nada tem além dela, consegue viver.Mas, diferente do salário mínimo que nem sempre permite uma vida boa, viver ao lado dessa menina feliz é bom demais!Tão bom que quando ela sai a casa fica meio vazia.

Talitta é a minha primeira grande conquista, pois não foi nada fácil trazê-la à luz.Em compensação, a sua luz própria nos ilumina até hoje e é assim que eu desejo que seja por muitos e muitos anos.

TITINHA é a companheira ideal, é a dose certa.É boa filha, boa irmã (apesar das brigas entre ela e Pri), boa neta, boa sobrinha – que o diga Fáti, cuja velhice vai ser cuidada por ela, (promessa é dívida), boa prima e boa amiga.

Lembro da manifestação que a turma da 8ª série fez para me convencer a deixá-la ir à viagem a Salvador, já que eu não estava querendo deixar porque ela havia ficado em recuperação.Depois que eu consenti, as adesões aumentaram e muito, segundo Rosa, coordenadora.Quando cheguei ao colégio (Regina Coeli) para confirmar, os amigos me agradeciam e se mostravam felizes.Nunca me esquecerei daquela cena.

Pois é isto: Talitta faz falta.Talitta preenche espaços vazios, Talitta alegra ambientes, Talitta faz de situações e eventos simples um festejo.Talitta é minha menina e Talitta é feliz, muito feliz, como ela mesma costuma se dizer.

Desejo, TATÁ, que nunca você perca essa aura.Que ela continue sendo sua marca registrada e que por isso mesmo, você, além de ser feliz, continue fazendo muitas outras pessoas felizes.

Ah...precisa eu dizer que te amo?

PRISCYLLA


O ano de 1985 foi muito especial para mim, pois foi nele que eu soube verdadeiramente o que é ser mãe.Não me bastasse ter iniciado o ano dando à luz, pois Talitta chegou ao mundo aos 25 dias do ano, fechei as portas de dezembro, também no 25º dia.

Tudo naquele momento me parecia meio fictício; como trazer ao mundo duas filhas num mesmo ano, dia do mês e incrivelmente na mesma hora?! Mas foi assim que aconteceu e foi assim que eu passei a ser chamada pelos mais próximos de mãe do ano e foi assim também que eu passei a gostar ainda mais de ser mãe: mãe em dose dupla, mãe de Talitta e Priscylla – a mãe mais feliz do mundo.E por isso mesmo, muito agradecida a Deus pelo presente que me deu, em pleno Natal.

E eu, que já gostava do Natal, passei a amar cada vez mais e em todos ele ratifico e enalteço a graça que me foi concedida, agradecendo ao Pai por Priscylla, minha Pri, minha Pipo’s., Meu bebê rosado, de penugens loiras e muito gostoso, que, apesar de chorona, sempre me fez muito feliz.

Priscyilla é uma moça linda, hoje, aos 21 anos de idade.E esta beleza a acompanha desde o primeiro momento, mas vem crescendo a cada passo que ela dá, rumo à maturidade.Maturidade que não dispensa o sorriso de menina e uma postura que oscila entre a do bebê e a da mulher que habitam nela.

Pri é minha filha linda, cuja serenidade e rebeldia aparecem em doses caprichadas, o que a faz um ser muito especial e que eu admiro muito.

Pipo’s é, como diria Moema, “vitaminada”, crocante e gostosa.E sempre será, desde 1985, o meu melhor PRESENTE DE NATAL.

E se levarmos em conta o quanto eu aprecio o Natal, e claro, adoro presentear e ser presenteada, poderemos avaliar todo o significado de Pipi na minha vida.

Amo demais! Mas o meu demais é sob medida e em conformidade com meu jeito de ser e por isso mesmo não pode ser visto como exagero, mas sim como o amor que ela merece ter e que eu quero lhe dar hoje e sempre.

PARABÉNS MINHA LINDA. TE AMO!

(23-12-06)


MOEMA

“Coisa mais bonita é você, assim, justinho você...”
Acho que devo iniciar assim, um pequeno depoimento que vou tentar fazer hoje, em comemoração ao aniversário de Moema que é a nº1 do da minha lista de sobrinhos.

Sobrinho pra mim é coisa séria, meio filho e é por isso que o amor que dispenso aos meus, apesar de ser cheio de graça, é revestido de uma seriedade que diz respeito a minha forma particular de amar.
“Amo tanto e de tanto amar, acho que ela é bonita...” mas não apenas bonita, é linda!E não apenas porque ostenta um sorriso maravilhoso, os cabelos deslumbrantemente cacheados, um rosto que lembra uma beleza antiga, incomum aos dias de hoje, nem mesmo pelos seus olhos negros e expressivos.Mas que tudo isso conta, ah, conta! Seria hipócrita se não considerasse tantos predicados

Mas Moema é mais: é alegria, é amor, é doçura em forma de menina, em forma de mulher em forma de sobrinha, que não tem nada a ver com as três condições anteriores.Como já falei, sobrinho pra mim é coisa muito séria e esta seriedade que eu atribuo se refere à possibilidade de ir além, de transcender a tudo que já expus aqui.

Moema é Mó, é Mema, é Mozinha e é minha.Muito minha!Minha linda e querida sobrinha, a quem desejo, hoje de forma especial, muita PAZ, AMOR, e BÊNÇÃOS DE DEUS.MUITAS BÊNÇÃOS DE DEUS!

“EU PRECISOO DIZER QUE TE AMO...”
Lola, em 05-10-06.

Mulher

Sou hoje
Com todas as marcas que a vida me deu
Mulher sou eu ontem
Com toda esperança que a vida me dava
Mulher sou eu amanhã
Sem saber hoje, o que a vida ainda há de me dar
Mas sabendo tomar as rédeas da situação
Deixando de esperar pela vida

E vivendo ao meu modo

23/07/2008

Um ano se passou..


Hoje faz um ano que senti, pela última vez, o calor das mãos do meu pai.
A saudade, traiçoeira, ao invés de aliviar, aumenta a cada dia.Mas uma coisa me conforta: A certeza da sua continuidade e o alívio das dores que cessaram.Não foi fácil segurar a sua mão naqueles últimos instantes e vez por outra sentir os gemidos e os espasmos, que se foram quando seu coração enorme parou.
A partir de amanhã, uma nova vida virá; um novo ano sem a presença física de papai- e não é fácil se acostumar a isso.Porém, ratifico a cada dia a graça que nos foi presenteada por Deus, da convivência por tantos anos com pessoa tão rara e tão cara.
Obrigada, Senhor, pelo pai que nos deste e muito obrigada também pelo conforto e alento que continuas a nos dar.
Saudade dói, é fato, mas não mata; disto eu tenho certeza. E “qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar...”

PRA RIR E PRA CHORAR


Foi com grande desejo e satisfação que assisti à peça A FEIRA, da teatróloga campinense Lourdes Ramalho, encenada pelo grupo da Escola de Atores do Teatro Municipal, no sábado, 19 de abril de 2008.
Ali vi, além do texto encenado, pessoas darem o melhor de si a uma causa.O investimento de cada ator saltava aos olhos, e a emoção tomou conta do espetáculo.
Pra rir e pra chorar, foi assim que defini o espetáculo, que, como não bastasse o fato de ter três pessoas muito queridas no palco (uma filha, uma irmã e uma sobrinha), me fez voltar ao tempo de criança, bem como a repensar minha atuação enquanto mãe.
A Feira é um lócus social onde transitam crianças, jovens e idosos de várias classes sociais,.mas fica evidente que seu público é, marcadamente, popular, no sentido de simplicidade e baixa renda.Principalmente no tempo retratado pela autora, quando os supermercados ainda não tinham tomado conta das cidades.É o lugar dos encontros e desencontros, tal qual a vida em sua esfera mais ampla.Pode-se dizer, pois, que é um micro-cosmos, que traz em si um pouco de tudo que se vive no espaço mais amplo.
Como a vida, A Feira me fez pensar, me fez sorrir, me fez chorar.E é por essa capacidade que a percebo como um acontecimento dos mais profundos que vivenciei nos últimos dias.
Estão de parabéns: o teatro Municipal, os professores envolvidos, o público que lotou o Teatro do SESC, mas principalmente, os alunos-atores, que, em sua prova de conclusão de curso, pode-se dizer, passaram com louvor na avaliação.Isto dito por mim, crítica leiga e ratificado na fala do diretor Álvaro Fernandes, bem como da diretora do Teatro Severino Cabral, Alana Fernandes.O que nos permite refletir sobre o fato de que, apesar da avaliação apaixonada que faço, há um conteúdo inquestionável a ser valorizado.
Viva as Filós, as Zabés, os aleijadinhos, os Chicos, os Bastiõs, os artistas de rua, as
Prostitutas e todos os personagens da vida real que transitam nessa grande feira que é a vida.

Lua



Deste-me a lua
A mesma que te dei numa noite linda
De ti ela me veio como presente de natal
E me fez feliz,
Tal qual uma criança no dia seguinte
Amo você
Amei a lua
O teu presente
Que me volta todo mês
Ratificando a certeza da tua presença em minha vida
O meu presente
Eternamente
Tua
Lua
Minha
Lua
Amo vocês

Tributo a D. Helena

D e onde ela vem, de que matéria bruta?”
O ntem a vi com olhos de guria
N ela a poesia me saltava aos olhos
A inda mais se tinha companhia.

H oje ainda a vejo embevecida
E seus saraus ainda rememoro
L endo seu livro ou apenas lembrando
E nquanto eu, meus poemas rabisco
N ela me inspiro e a vejo em tranças
A quelas mesmas que desde a minha infância

T ece os cabelos,como a própria vida
E la é Helena, a musa de um xerife
L endo, falando ou cantarolando
I luminando a vida de quem vê
N ela um motivo bom de ver a vida
O u melhor ainda: um jeito bom de viver.

Talitta



Naquela madrugada senti dores, mas não medo;
A segurança vinha da fé que tinha em que tudo ia dar certo, como deu.
E nasceu a menina que se tornou tão feliz quanto prenuncia o seu nome.
E as dores passaram e a minha vida mudou;
Aos vinte anos experimentei o amor maternal
E com ele aprendi da vida,
Que é linda, como a alegria de Talitta.

Esperança



Se fores a última que morre, não morre por enquanto.
Deixa-me esperar mais
Deixa-me acreditar que posso tocar a alma de quem amo
E no meu toque fazê-lo acreditar que não há vida além do amor
Que o amor é o único a tocar as almas
E que, quando as almas são tocadas, não há mais jeito.
Tudo está perfeito,
As brigas, intrigas, nada mais são que pretextos para o recomeço.

Benditas escritas


Palavras escritas
São minhas amigas
Delas eu preciso
Me ajudam a viver

Com elas insisto
Persisto ou desisto
Não fujo da vida
Mas fujo da dor

Palavras escritas
São sempre bem vindas
Por mim que as respeito
As dou bom valor

Palavras malditas
Eu nunca as escrevo
Estas não são ditas
Me causam pavor

Melhor é calá-las
Esquecer as ofensas
Viver pra escrever
O que de bom for

Palavras escritas
São minhas amigas
A minha alegria
São quase um louvor

Junho 2007

22/07/2008

Hoje

Minha verve poética está aflorada
Não consigo parar de escrever
De dizer até bobagens
É a minha alma solta
Se impondo a mim
Falando, falando...

Sem me deixar mentir

A visita

Hoje faz cinco meses que papai se foi para o alto
Foi quando eu me perguntei; E agora? José se foi...
Mas um dia ele veio visitar-me
Chegou num facho de luz e trouxe companhia
Também trouxe de volta o seu abraço e o seu carinho;
O seu amor, esse sempre esteve comigo.
Vi a saudade no seu olhar,
Mas transbordei de alegria e anunciei aos gritos sua chegada
Pude sentir novamente seu abraço e seu carinho

E o seu amor, levarei comigo aonde eu for.

21/07/2008

Almas

Se gêmeas, não sei.
Almas sentidas
Ressentidas
Mas unas, como se nunca houvesse sido diferente
Cada vez mais
Unas
Pela dor, pelo amor
Quisera as duas não mais sofressem
Apenas vivessem
Eternamente
Almas
Tão unas
Sentidas
Ressentidas
Tanta dor
Tanto amor

Sentimentos

O sentimento tem sempre que se sobrepor;
Às idéias, às falas, aos gestos.
Se assim for, assim será:
Boas idéias e bem ditas.
Quanto aos gestos, nem se fala:
Eles falam.

Reflexão

Se não sou seu número, porque me usastes?
Se me usastes é porque não sou teu numero.

Maria luz

Chegou Maria
Tereza, de todas as horas? - Não senhora
Maria Luz - Luíza.
E com ela chegou a alegria
Que voltou a ser companheira de vovó Nicinha
E de todas as tias
Sem contar os tios
Corujas não faltam lá no pé de castanhola
E os primos também sentem a alegria
E a luz, que irradia de Maria
Luíza, nossa guria

(Lola )
em 09/06/07

Quero tudo e muito mais

Quero de novo os anos 80 e inaugurar
O CPUC, conhecer alguém, me apaixonar
Quero o namoro na escada, noites, baladas
Os bares – Charriot, Galeto e o Boião
O Visual não quero não – “pintou o trauma”
Quero aquela batucada
Quero o “Forró do Entra e sai”, das madrugadas
Do Campinense; quero a vidinha da gente
Quero a feirinha do largo do Shoping Center
Quero as festinhas dos Silva, comemorando
Datas importantes e as que não sejam também
Quero a primeira narração, vestibular,
Até o exército, se não precisar ficar
Quero as feiras de ciência, as sessões de cinema
Quero as quadrilhas de rua, me quero nua
Quero meu corpo sem excessos, pra atrair
A atenção para quem sou e seduzir
Quero os natais da Cartola, a rede armada
Lá na praia, no jardim, tão disputada
Por quem, como nós, se desejava
Tanto que sequer se agüentava
Quero de novo, engravidar e me casar
Ter duas filhas num mesmo ano e me tornar
“A mãe do ano”, feliz, como igual não há
Cartões comemorando o casamento
A cada ano e que dispensam até presente
Quero a saudade que sinto nas despedidas
Que me mostra que entre as pessoas dessa vida
Ninguém se compara a que comigo
Divide a vida desde a adolescência
Quero as festinhas da escola, a inocência
Das crianças, a conquista da casa própria e apartamento
Na praia as férias, domingos livres, entretenimento
Quero as canções de Sinatra, Gil, Cauby
Quero a Bossa, mesmo se Nova não for mais
Quero tudo isso, se puder se repetir
Mas não podendo, que ainda possam vir
A formatura das gurias e os netinhos
Pra embalar , acarinhar e só curtir
Correr o mundo, conhecer vida diferente
Daquela que é de longe a que mais gosto de ter
Comungando meu dia a dia com a pessoa
Que escolhi desde tão cedo pra viver
Até o resto dos meus dias com alegria
E essa pessoa só poderia ser você

Estrelas

Quero toda a luz do dia
E a que cabe na noite também
Sou de sol e sou de lua
E meus amigos são estrelas

Janela da vida

Pela janela vejo a manhã
Toda manhã o bem-te-vi canta
Sempre que canta me lembra papai
Não por tê-lo ouvido dizer sobre o bem-te-vi,
Mas pelos comentários feitos por Lulu
Então, sempre que estudo próxima à janela,
Lembro Lulu e lembro papai
Na verdade, não esqueço deles jamais
Aniversário de Lulu e aniversário de papai são vizinhos
Lembrando de um, não dá pra esquecer do outro
Mas ao invés de o de Lulu ser triste, por ser na véspera do de papai,
Não dá para se entristecer no de papai, pela proximidade do de Lulu
E assim vamos levando a vida, celebrando-a,
Como faz o bem-te-vi que escuto todos os dias da minha janela;
Tornando prazeroso e acompanhado os meus momentos de trabalho;
É por isso que eles sempre dão bons frutos.

O que há de negro em mim

O que há de negro em mim,
Pode haver também em ti,
Desde que te dispas de preconceitos e aceites tuas origens históricas,
Que marcaram e condicionaram a cultura da qual fazes parte
E que te compõe tanto quanto tu a ela.
Tua posição perante o que a ti se apresenta, portanto, não é nula.
Então não te comportes arbitrariamente,
É mister que te posiciones, pois é o confronto entre as idéias que propicia o devir.
E que ele seja menos etnocêntrico.

NICINHA

Nunca, em lugar nenhum, se viu igual;

Imaculada, sei não é, posto que é gente

Como então, explicar tanta beleza? Será do amor, que a ela é inerente?

Imaginar a perfeição é a tentação aos que vivem sob a sua égide:

Nada mais justo e nada nos impede, de a ela, fazer muitas reverências;

Hinos em seu louvor cantar, bem alto!

Até o dia em que ela virar santa e lá do altar puder nos escutar.

DOCE AMOR

COISA MAIS DOCE, NÃO SEI SE HÁ
MAS MINHA MÃE É DE ARREPIAR
MESMO SE A VIDA AMARGUE UM POUCO
O CALDO ENTORNE, ELA VEM SUAVE

E NOS AÇUCARA DE DIA À NOITE
PARECE ATÉ, UM BEIJINHO DE COCO.
BRIGADEIRINHO, BEM MORENINHO
É SEU ABRAÇO, DADO COM CARINHO

AMAR É POUCO, PARA O QUE SINTO
ME DELICÍO, ME FARTO, REPITO
NÃO ME INCOMODO COM OS EXCESSOS
POIS SEMPRE GOSTO DELA POR PERTO

PRA EU BRINCAR E ACARINHAR
ME DELEITAR, SEM ENJOAR
QUE DOCE É ESSE, QUE NÃO ENJOA,
QUE NÃO ENFARA, QUE NÃO PIGARRA?

SÓ PODE SER UM DOCE DE JACA
MEU PREFERIDO, O QUE MAIS DESEJO
MAS NADA DISSO; É AMOR PERFEITO
MESMO SABENDO QUE É NOME DE FLOR

EMPRESTEI AGORA, PARA DEMONSTRAR
QUE EM MIM, DOÇURA, TAMBÉM SEMPRE HÁ
E HOJE SOU EU QUE POSSO ENJOAR
POIS MAMÃE EU SEI, QUE ALÉM DE MIM
VOCÊ TEM MAIS FLORES NO SEU JARDIM

E ADOÇA A TODAS, DO COMEÇO AO FIM
E JÁ QUE ESTAMOS NO DIA DAS MÃES
TODAS ELAS JUNTAS SERÃO SEU BOUQUET
TE PERFUMARÃO, AS MÃOS E O DIA
TE ADOÇARÃO, IGUAL AMBROSIA
QUE É UM DOCE DE LEITE QUE NUNCA COMEMOS
MAS QUE JÁ SABEMOS, TÃO DOCE QUE E ARREPIA

CURTA MUITO BEM ESTE
BEM COMO OS OUTROS DIAS
VIVA COM ALEGRIA, É O QUE ESPERAMOS
PEDINDO A DEUS E ATÉ ROGANDO
QUE LHE FAÇA FELIZ, LHE ABENÇOANDO


(Lola, em 11 de maio de 2008)

Benditas escritas

Palavras escritas
São minhas amigas
Delas eu preciso
Me ajudam a viver

Com elas insisto
Persisto ou desisto
Não fujo da vida
Mas fujo da dor

Palavras escritas
São sempre bem vindas
Por mim que as respeito
As dou bom valor

Palavras malditas
Eu nunca as escrevo
Estas não são ditas
Me causam pavor

Melhor é calá-las
Esquecer as ofensas
Viver pra escrever
O que de bom for

Palavras escritas
São minhas amigas
A minha alegria
São quase um louvor

Junho 2007

Poesia

Aprendi a amar a poesia com meu pai,
Pois cresci ouvindo-o declamar poemas seus e de outros.
Augusto do Anjos era o seu preferido;
Quanto ao meu,pai, sempre será você.
Que a poesia seja presença constante.
Mesmo as horas erradas com ela se acertam;
Posto que é a metáfora, a possibilidade.

A tua presença




A primeira neta se casa
E no baile de bodas, tua presença se impõe, constante
Entre cetins de seda e fru-frus, estavas lá
Teu sorriso cândido cintilava no salão
E teu compasso de valsa, deslizava suave, tanto quanto era suave o teu olhar
Estavas feliz, quase realizado
Entre Marias e Nicinha, contemplavas tudo
Mais que isto, comemoravas conosco aquele momento único.
Teu perfume inebriava minh’alma
E a tua, sequer disfarçava a saudade, contida por tantos dias
A espera de encontros efêmeros, mas tão profundos.

Lola, em 17/06/08

Eternamente papai (Sobre o dia de finados)

Hoje é como se fosse o dia dos pais
É o dia do meu pai
Pois ele jaz, em algum lugar do mundo
E eu aqui, sinto saudades
Do tempo em que pra mim este dia não tinha significado
Tenho agora o segundo domingo de agosto
E o dia de hoje pra celebrar
Aquele que na terra, foi e sempre será
Meu pai querido
Tenho na verdade, todos os dias da minha vida
Pra dizer da falta e dizer do amor que sinto
Jamais falarei no tempo pretérito
Pois ele é e sempre será, pois é eterno

Para tia Elvira, nos seus 95 anos

O bolo prontinho, ainda quentinho
Eu vi e comi, mas dele não gostei;
A tia que viu minha gulodice, olhou-me e disse: - Esse bolo presta?
Na minha inocência, embora gulosa, respondi que não, esse bolo não presta!
Mas já tinha comido quase inteirinho e a tia ali, vendo e achando engraçado,
Gravou logo o mote: Esse bolo já presta?
E a cada encontro, dele recordava e eu lhe respondia, como quem não quer nada.
Quantos anos faz? Nem eu mais me lembro.
Mas de tia Elvira jamais esquecendo, guardo recordações lindas , todas sorridentes.
E até hoje a cada encontro da gente, o mote retorna e eu fico contente.
Comer bolo é bom, mas melhor é ter na mente, emoções e lembranças;
Pensar na minha tia, que desde a infância, me fez tão alegre e agradecida;
A Deus por tê-la, aqui sempre comigo,mas sempre pedindo:
95 é bom, mas quero toda a vida.Pra poder curtí-la e a cada ano dizer:
PARABÉNS TIA ELVIRA!
(Lola em 27.09.07)

Flores de D. Felícia

Naquela tarde eu vi, o que parecia impossível
De onde viria tanta ternura,
Se aquela mulher sempre me pareceu tão dura?
Austeridade era o seu nome,
Mulher de poucos sorrisos.
Em suas mãos, flores falavam
E diziam do respeito, da consideração
E da admiração que sentia
Que linda cena presenciei
E ali mesmo agradecida, falei com Deus
E lhe disse do quanto tudo na vida vale à pena
Mesmo que seja em momentos de dor
Meu pai se foi, mas ficou o orgulho que sentimos
De ter sido gerados como frutos de seu amor-perfeito
Que, de tanto, desabrochou como carinho-de-mãe
Junto às flores de D. Felícia.

São João em Areia

Lá se ia o caminhão pelos caminhos
Carregando alegria saltitante
Em Areia encontrava fogueira em lenha
Cujo fogo iria arder mais tarde

Os balões ainda dobrados anunciavam
A noite colorida que viria
Os fogos de artifício, bem guardados
Começavam a surgir, pra enfeitar
A festa que se iniciara na véspera
Na espera do seu dia chegar

Com as crianças gritando, se esbarrando
E o forró tocando, sem parar
Com os donos da casa satisfeitos
De a família toda receber
Sem parar de rir nem de servir
Guloseimas pra a gente se esbaldar

E a noite passando, o tempo indo
Para a manhã receber de presente
O último balão e a fogueira ainda ardente
Mesmo que agora em brasas tão somente

Todo o povo cansado, desarmado
Só querendo colchão pra acomodar
O corpo fadigado da festança
Que ainda haveria muito a dar

Pois o sol já alto prenunciaria
Mais um dia de folguedo e de danças
De cachaça, de bode, de festejos
Como que a avisar a São Pedro
Que ele haveria de se desdobrar
Pra fazer festa ao menos parecida,
Já que igual aquela não há

A não ser no São João do próximo ano
Quando haveríamos de ali voltar
Pra relembrar e fazer tudo de novo
Festejar o santo que é do povo
Parabenizar o aniversariante , comer bolo
Curtir a família e acenar


Na despedida, para quem por lá ficará
Com o coração pedindo, a desejar
Pra que a viagem de volta seja tranqüila
Pois não daria para imaginar

Que a festa continuaria pela estrada
Onde cantando iam todos encantados
Com os pavilhões das pequeninas cidades
Como se fossem palcos e cenários
Já que mostravam pra nós um outro lado
Das festas juninas do nosso estado

E só acabaria bem depois, já tarde
Quando chegasse cada qual em sua casa
E pusesse as crianças pra dormir
E então elas poderiam sonhar
Com o São João melhor que pode existir.

Saudade

Saudade, da beira da praia
Do mar, da Baía da Traição
Saudade das crianças tão pequenas
Sem saber se brincavam ou se brigavam
Mas tudo tinha um porquê, razão de ser
Vivido, curtido até não mais poder

Medo de crescer, deixar de ser criança e não mais ver
Os golfinhos, o body board, a ladeirinha
Que cansadas subiam pra desfrutar
O banho, as guloseimas, a rede armada
Que as esperava e aguardava a brisa fria
Da noite tão escura se sem lua

Que as abraçava até chegar o novo dia
Que também passaria e a vida ia...

Hoje temos as crianças já crescidas
E a saudade daqueles dias na Baía
Do orelhão de tempos sem celular
Do pão doce vindo lá da padaria
Perto da pracinha, das dancinhas, que alegria!
Tudo isso nos trás a nostalgia

Saudade, da beira da praia
Do mar, da Baía da Traição
Saudade das crianças tão pequenas
Sem saber se brincavam ou se brigavam
Mas tudo tinha um porquê, razão de ser
Vivido, curtido até não mais poder

Medo de crescer, deixar de ser criança e não mais ver
Os golfinhos, o body board, a ladeirinha
Que cansadas subiam pra desfrutar
O banho, as guloseimas, a rede armada
Que as esperava e aguardava a brisa fria
Da noite tão escura se sem lua

Que as abraçava até chegar o novo dia
Que também passaria e a vida ia...

Hoje temos as crianças já crescidas
E a saudade daqueles dias na Baía
Do orelhão de tempos sem celular
Do pão doce vindo lá da padaria
Perto da pracinha, das dancinhas, que alegria!
Tudo isso nos trás a nostalgia

De um passado que foi bom e se sabia
Onde o game boy era a atração do dia
Quando não mais se tinha tempo pra passar
Quando a noite e as crianças se uniam
No ressonar e no sonhar o próximo a vir
E que viesse com tudo de direito

Que seria curtido e aproveitado
Como se fosse uma estória sem fim
Texto por todos escrito e ensaiado
E a encenação era a mais bela e a mais amada

Pois não havia cortinas a fechar
Entre o anoitecer e o amanhecer era um piscar
E ao abrir os olhos a vida estava lá
Convidando a viver, brincar, vibrar
Onde há vida, há também amor
E gente amada sabe se alegrar.
Saudade, da beira da praia
Do mar, da Baía da Traição
Saudade das crianças tão pequenas
Sem saber se brincavam ou se brigavam
Mas tudo tinha um porquê, razão de ser
Vivido, curtido até não mais poder

Medo de crescer, deixar de ser criança e não mais ver
Os golfinhos, o body board, a ladeirinha
Que cansadas subiam pra desfrutar
O banho, as guloseimas, a rede armada
Que as esperava e aguardava a brisa fria
Da noite tão escura se sem lua

Que as abraçava até chegar o novo dia
Que também passaria e a vida ia...

Hoje temos as crianças já crescidas
E a saudade daqueles dias na Baía
Do orelhão de tempos sem celular
Do pão doce vindo lá da padaria
Perto da pracinha, das dancinhas, que alegria!
Tudo isso nos trás a nostalgia

De um passado que foi bom e se sabia
Onde o game boy era a atração do dia
Quando não mais se tinha tempo pra passar
Quando a noite e as crianças se uniam
No ressonar e no sonhar o próximo a vir
E que viesse com tudo de direito

Que seria curtido e aproveitado
Como se fosse uma estória sem fim
Texto por todos escrito e ensaiado
E a encenação era a mais bela e a mais amada

Pois não havia cortinas a fechar
Entre o anoitecer e o amanhecer era um piscar
E ao abrir os olhos a vida estava lá
Convidando a viver, brincar, vibrar
Onde há vida, há também amorE gente amada sabe se alegrar.

Anjos do dia, anjos da noite

Em algum lugar eu vi anjos
Vi anjos cuidando de vida,
Da vida do meu pai.
Quisera eu ser anjo sem asa,
Para, como os alados, cuidar tão bem.
Mas não sou anjo e fiz o possível na minha condição
Não salvei a vida, mas salvei momentos.
E o que é a vida a não ser momentos?
Não fui onipresente, mas consegui presentear com o melhor de mim.
Dei meu sorriso de presente a quem mais o admirouSatisfiz-me assim.

Sítio Roçado do Mato


Acredito que há projetos que não se satisfazem com poucos objetivos e que mesmo quando partem de simples idéias, redundam em algo grandioso e muito mais significativo do que a idéia original.
É desta forma, pois, que vejo o projeto da Casa de Cultura Roçado do Mato, cuja intenção extrapolou as barreiras do resgate da história de uma casa, que foi habitada por antepassados de algumas famílias da região de Boa Vista, uma das quais orgulha-me ser integrante.E se me orgulho, e não sou a única a me sentir assim, é porque nossos ancestrais nos deram motivos.
Nem sempre os motivos se dão por grandes feitos, ou melhor, dizendo, nem sempre os grandes feitos são os tão decantados pela lógica da mídia que muitas vezes nos faz acreditar que os únicos motivos de orgulho são relacionados ao poder, à riqueza ou a honra, no sentido menor deste predicado.
A honra em que acredito e é a ela que quero prestar homenagem, é a honra do saber de um dever cumprido, às vezes a dura penas outras no sabor das alegrias cotidianas, aquelas, pequeninas, das quais nem sempre nos damos conta, mas que são as responsáveis pela nossa verdadeira felicidade.
No dia 21 de abril deste ano de 2006, tive o prazer de ser avisada sobre a missa campal que aconteceria no Sítio Roçado do Mato, cujo convite estava sendo feito pelo primo Egberto Araújo em um jornal da TV local.Senti uma vontade imensa de participar da celebração, pois já sabia que vindo das bandas de Egberto e Conceição e com a proposta que tinha, seria um momento inesquecível.E eu, como minha família, estava precisando vivenciar um momento inesquecível de alegria, de contentamento.
Foi assim que nos organizamos e fomos em grupo pra aquele momento que realmente, estava fadado a não sair mais de nossas lembranças.O aconchego familiar desfrutado já dentro do carro alugado pra transportar uma parte da Turma de Zé Felinto, serviu de entrada para o prato principal que seria servido pelo casal anfitrião e sua equipe de colaboradores, todos parentes, que beleza! Fazendo as honras da casa e nos propiciando o deleite que só alguns “escolhidos” tem a oportunidade de usufruir - um vasto leque repleto de momentos agradáveis, emocionantes e inesquecíveis, tanto quanto inesquecíveis serão as vidas vividas naquela casa, naquele sítio, naquele lugar impregnado de vida que pulsa no sangue dos descendentes, que ali se encontravam em massa para saldar e louvar seus antepassados.
Foi, verdadeiramente, um momento ímpar, daqueles que nos fazem curvar os joelhos, erguer as mãos aos céus, e, principalmente, orar em agradecimento.
Projeto deste tipo, não tem fim, ele continua processualmente e vai amealhando seguidores, pessoas dispostas a colaborar, a participar.E quando menos se esperar, ele terá gerado tantos frutos que certamente ficará difícil, no frescor do cotidiano, re-lembrar onde tudo começou.Porém é bom que jamais nos esqueçamos que tudo começou a partir da singela vida dos ancestrais, os quais merecem toda honra e toda a glória, aquelas as quais verdadeiramente damos valor.
Um viva ao Projeto Casa de Cultura do Sítio Roçado do Mato, por tudo o que ele significa em termos de valor à vida, à história, à tradição, à originalidade e pelo respeito que ele merece.
Um viva também àqueles que souberam transformar uma idéia numa obra, cujo valor estimativo vai além, muito além de todo o esforço físico e financeiro para concretiza-la.. E mais que um viva, uma agradecimento, pela “parte que nos toca”, tanto enquanto familiares que somos, quanto pelo que temos de “humano, demasiado humano”.

A suavidade das mãos de meu pai

Quando criança me questionava quanto à rudeza das mãos de meu pai
Principalmente porque as sentia suave ao tocar em mim
A vida lhe foi dura, tanto quanto os calos ressecados das suas mãos;
Porém, a forma como ele a tocou, deixou marcas indeléveis, justamente pela leveza de seus gestos.
O tempo passou...A vida mudou... E mudou também a consistência das mãos de meu pai,
Que voltou a um estado pueril que é pura suavidade, como nunca deixou de seus toques.
Hoje elas não têm mais a firmeza de outrora e nem sempre seguram objetos necessários ao seu viver,
Embora o nosso viver continue dependendo de buscá-las, para continuarmos firmes a luta pela vida.
Buscando”endurecer, sem perder a ternura”, como aconteceu com as mãos do meu pai
Até chegar a forma plena, de pura leveza e suavidade.

Chama Acesa

Quando eu nasci, meu pai já tinha completado cinqüenta anos.Isto foi uma das coisas que marcaram muito a minha vida, pois a partir do meu olhar de criança, já tinha pai velho.Era um misto de pai e avô, se comparado aos das minhas amigas.
Marcou sim; não nego até que, de certa forma, sentia um pouco de vergonha, mas nada que pudesse atrapalhar nosso relacionamento pai-filha.Papai sempre foi um pai muito bom e disso eu muito me orgulhava.Um pai presente, a despeito dos dias que passava fora de casa, no cariri.Interessante isso!Há pais que convivem diariamente com os filhos e não chegam a construir uma relação nem um pouco parecida com a nossa, quanto à intimidade.
E foi assim com todos nós.Costumo dizer que nós treze fomos criados como filhos únicos.Estranho isso, não é mesmo?Mas foi assim que se deu nosso convívio familiar, cheio de afeto e carinho, embora também repleto de brigas de irmãos.Mas quem não as vivencia?A não ser que realmente seja filho único.
Algo que fez parte da minha vida também, isso já na fase adulta, foi a iminência da sua perda, visto que a idade avançada nos dava a todos uma certa insegurança quanto ao tão
propalado “dia de amanhã”.Foi assim que eu driblei as adversidades comuns a alguém que casa jovem e que logo no segundo ano de casamento já tem duas filhas e consegui fazer a faculdade em tempo hábil, com o principal interesse de tê-lo como padrinho e entrar de braços dados com ele na cerimônia de colação de grau.E foi assim que aconteceu.Lembro que Rostand ficou um pouco enciumado, por eu não o ter convidado pra ocupar este posto, já que estávamos casados já há nove anos.
De lá para cá, muitas coisas aconteceram; entre elas a formatura de Fáti, de Moema, a primeira neta e de Maíra a segunda; e em todas elas papai esteve presente.Na de Fáti, inclusive como padrinho também.Quanto às netas, as fotografias registraram o momento da valsa, onde ele, solenemente e com a alegria de costume, dança a valsa com elas.
Lá em casa tem, inclusive, um local onde são expostas as fotografias das nossas formaturas, posto que esse sempre foi um momento muito esperado por papai, que não mediu esforços para que todos nós tivéssemos estudo de primeira qualidade, nos melhores colégios da cidade.E é com muita alegria que recordamos as Lourdinas, o Colégio das Damas, o CPUC...Em nossas lembranças constam como ponto alto as festas juninas escolares, tão apreciadas por nós e que sempre ele, tanto quanto mamãe, fez questão da nossa participação.Não dá pra esquecer as roupas matutas que mamãe varava as noites em claro para dar conta.Cada uma mais linda que a outra e que nos deixavam orgulhosos no dia da festa que curtíamos até não poder mais.Eita, que tempo bom!
Este é o primeiro ano que passamos sem sua presença nas festas juninas, o que nos faz sentir uma imensa saudade, acompanhada de uma vontade enorme de manter a tradição, por isso mesmo haja fogueira, haja fogos, haja comidas típicas e haja esforço de nos alegramos, apesar dos pesares.
Há alguns anos o ritual de acender a fogueira ficou a cargo de Flávio, o filho mais novo, já que ele não mais tinha condições de fazê-lo.
Graça lembrou que há três anos ele dava uma espiada na fogueira, lá de cima do terraço e na sua falta de lucidez temia um incêndio, bem como se apavorava com o estouro dos fogos.Ah, mas isso ele sempre fez; não gostava que soltássemos fogos, para que não machucássemos.Lembro que quando criança, os foguinhos que nos deixava soltar eram os inocentes traques e as estrelinhas.
Cheiro de fogueira acendendo, com direito a querosene e tudo o mais, e já acesa, é reminiscência certa de uma infância feliz, a esperar a hora de papai montar a fogueira e principalmente do chamado; - “venham todos, vai chamar tua mãe, vamos acender a fogueira...”
Ai que saudades do meu velho pai, cujas lembranças jamais envelhecerão na minha mente.E por isso mesmo sempre serei feliz e pedirei a Deus para que todos os filhos tenham o direito a um pai descente como o meu.Talvez assim a violência no mundo diminuísse, talvez, quem sabe, as pessoas fossem mais felizes.Quem sabe... Pois como está escrito na camiseta comemorativa dos seus noventa anos, parafraseando Tom Jobim: “Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver” – José Felinto de Araújo – 90 anos de amor.
Amanhã mais uma vez as fogueiras serão acesas, a festa vai continuar, pois será véspera de São Pedro.Irão varar a madrugada e ao amanhecer estarão apagadas, transformadas em cinza.Porém, nosso dever e nossa vontade são não deixar que a chama acesa dentro dos nossos corações se apague, pois assim poderemos reviver sempre as festas juninas passadas e encher de lembranças boas as que ainda estão por vir.

Para primos irmãos, tios pais

Ter minhas filhas sempre foi para mim motivo de alegria.Adorei cuidar delas quando bebês curti muito sua adolescência e não é muito diferente nos dias de hoje, quando já adentraram a fase adulta.
Costumo dizer que filho é mesmo dádiva e como tal, coisa sagrada.
Mas não são elas o motivo desse texto que estou querendo escrever.Na verdade, há dias venho pensando em falar sobre os meus sobrinhos queridos.
A convivência com meus irmãos me marcou a ponto de transferir para eles um carinho muito especial.Um amor “que não se mede” e por isso mesmo, por ser um amor desmedido, é com as palavras escritas que vou tentar falar um pouquinho deles, visto que as palavras por si só, têm a propriedade de transcendência.
Deus do céu! O que falar?
Talvez seja melhor calar, ou ainda finalizar dizendo assim: Para primos irmãos, tios pais.Acho que é por aí...

TIRINHAS DE PAPEL




Acabam de pousar em minha mente, as tirinhas de papel que papai fazia para medir os nossos pés quando ia comprar sapatos para nós.Quem não lembra quão satisfeitos ficávamos quando ele pegava papel e tesoura e começava a fazer os moldes, um a um.Nossa alegria seguia contagiante até que ele chegava com os sapatos novos que escolhia – todos branquinhos e de verniz – os melhores!Não tinha erro, ficavam ótimos!Pra completar a nossa alegria, chegava muitas vezes com tecidos para mamãe costurar nossas roupas.
Fecho os olhos e sinto o cheiro das “fazendas” que se transformavam, no dizer de hoje, em modelitos, não menos lindos que suas estampas.Os acabamentos se davam com os laços de fita que enfeitavam nossas cabeças, penteadas pelas irmãs mais velhas, lá no terracinho, que ainda não era “da vovó”. Tranças, cocós, metades soltas, Maria Chiquinhas... Tinha penteados para todos os gostos e tipos de cabelos e geralmente saíamos do murinho do terraço com os olhos puxadinhos. Ai, ai...Antes dos penteados e de vestirmos as roupas, ainda havia os banhos, geralmente coletivos, no quintal – eram bons demais! - a despeito das unhas de graça nas orelhas e da espuma de sabonete em outros lugares – como ardia!
Orelhas limpas, nariz limpos, unhas limpas; tudo limpinho... Limpeza total! Porém, pureza mesmo, se encontrava naquele nosso singelo cotidiano que deixou tantas reminiscências; sabonete alma de flores, colônia matinal, e outras “cositas” mais, que nos lembram que a vida tem que continuar dentro da sua lógica de pureza, de leveza, e suavidade, que geralmente só se encontram na poesia.Poesia em que se transformam as lembranças de uma vida bem vivida.

LÁPIS E PAPEL NA MÃO

Lápis e papel na mão;É tudo o que eu preciso nesse momento, para expor minha emoção, já que as lágrimas não estão dando conta do recado...
Estava ali, sentada no sofá, revendo fotografias que me fizeram transbordar.Mas não são lágrimas de sofrimento, não – embora a saudade seja "dor pungente" – são lágrimas de reconhecimento e de agradecimento a DEUS pelos pais que nos deu.
A cada fotografia re-visitada, o reviver de momentos especiais.A alegria sempre fez parte da nossa vida,embora não tenham faltado atropelos e dissabores.Acho que o bom da vida é mesmo isso, "transformar a queda em passos de dança". Quantas comemorações, aniversários, bodas, natais e reveillons; Quantos rituais de passagem gravados em nossa memória,enquanto "turma de Zé Felinto".Quantas expressões de alegria e de introspecçãovistos naqueles olhares fotografados...como a adivinhar que um dia,tudo iria ser saudade...
Ah... Mas de que vale a vida se não deixar saudade? Ela é a confirmação de momentos felizes,que acontecem como privilégio, como afirmação de um saber-fazer,refletido num saber-viver - e "é preciso saber viver"!
Acho que é isso – papai deixou saudades – tanto quanto nossos momentos bons, justamente por ter sabido imprimir neles muito de si,do seu jeito especial de ser luz.
Luz! É isso mesmo! Papai é luz! Sempre foi!E a luz não morre, ela até "nasce da escuridão"...
Enquanto houver vontade de acender uma chama,de acender os corações, a luz existirá.E acho que essa pode ser a nossa contribuição – dar continuidade ao que ele plantou a cada dia,não permitindo momentos sombrios.
No imaginário de família quelaboramos,um jeito especial de ser, de viver, de acolher e de nos refazermos,partindo da certeza que não estamos órfãos, pois um pai como o nosso não morre – ele se transporta para outro mundo,a partir do qual é capaz de continuar conosco nas lembranças,nos exemplo de pessoa boa que sempre foi.E que pessoa boa que papai sempre foi! É incrível perceber a unanimidade que ele alcançou, conseguindo até mesmo afastar a "burrice", implícita na unanimidade; fazendo-nos refletir que "o bom da vida vai prosseguir... Vai prosseguir!Vai dar pra lá do Céu azul,lá onde a lei seja o AMOR"...
E que nessa terra, onde "em se plantando, tudo dá", sejamos como nosso pai,que só plantou amor!Então poderemos "usufruir o bom, do mel e do melhor" e que tudo "seja comum a qualquer um, seja quem for"...
"Abri a porta"...
Apareceu teu sorriso,lindo pai!

Maria – Marias ou As sete roseiras e uma Maria Flor

Papai sempre se orgulhou das suas oito Marias; das Graças, Letícia, Eunice, José, de Fátima, do Socorro, do Rosário e de Lourdes.Interessante é que, apesar disto, costumava nos chamar a todas, de Maria Tereza.Isso acontecia quando ele nos pedia algum favor; um copo d’água, um corte de unhas, uma massagem nos pés...Muitas vezes, até brincávamos dizendo que este deveria ser o nome de alguma filha bastarda que deveria ter lá pelas bandas do cariri.Ele dizia que na verdade fazia isto porque ao chamar Maria Tereza qualquer uma poderia lhe atender.Astucioso o meu pai!Foi pensando nesse orgulho das oito Marias que eu, uma certa vez, plantei no meu jardim sete roseiras e em cada uma delas pus o nome de uma irmã.Elas ficaram muito felizes, mas o roseiral não teve vida longa.Escrevi As sete roseiras e uma Maria Flor, numa alusão a esse episódio.


Maria – Marias ou As sete roseiras e uma Maria Flor

Até poderia ter terminado o texto anterior assim; “abri a porta, apareci, a mais bonita, sorriu pra mim’’... Numa alusão ao que papai falou um dia pra mamãe; disse que adorava me acordar, pois eu abria os olhos e sorria...
Teria terminado assim, se eu fosse Maria das Graças – “a mais bonita mais da casa...” Ou Maria Letícia, aniversariante do dia, que como a primeira Maria já foi ate miss,
Ou se fosse Maria Eunice, autoconfiante, ou Maria José, aur concour em simpatia, quem sabe Maria de Fátima que como toda fragrância nobre se alocou em um “pequeno frasco”,
Ou Maria do Socorro, que, quase sem nenhuma vaidade, não faz segredo do quanto aprecia as covinhas que aparecem com seu sorriso.
Ah, e se eu fosse Maria de Lourdes então? – a perfeição – sinônimo de rosto bonito, que puxou a mãe...
Mas sou a sétima Maria e embora vaidosa, essa característica não é a maior ênfase do meu multe facetado leque de possibilidades...
Sou Maria que se abre em flor, que se abre em riso, que se abre em amor...
Amor perfeito? Não sei. Mas amor direito, de fato, um amor de flor.
Embora ausente dos canteiros das sete roseiras, sou a que cuidou.
Sou só amor.
Vai ver foi isso que papai gostou...
Um sorriso, que se abre em flor e contagia a manhã que chega e que ele sempre fez de sol de primavera...
Marias... Maria... Tereza...

Manhãs Frias

Manhãs frias, corações quentes; eram assim as nossas manhãs juninas, depois do apagar das chamas das fogueiras de São João e São Pedro, quando ao acordar, ainda com sono da farra da noite anterior, descíamos a pequena escada e corríamos, ainda de pijamas de flanela, feitos por mamãe, para nos aquecer pertinho das cinzas ainda em fumaça.
Era lá que esperávamos o café ficar pronto, para saborearmos, mais uma vez, as delícias de milho.Num tempo em que o clima de Campina era bem mais frio, contrastando com os costumes da época que conduziam a relações bem mais calorosas.
A casa ainda desarrumada e o terraço cheinho de papel dos traques estourados, ainda exalando um cheirinho bom de pólvora queimada.
Oh Infância que não volta mais, assim como nada é susceptível à volta .E que deixou saudades, por ter sido tão prazerosa a ponto de deixar marcas que, diferente da fogueira cujas marcas não se perenizam no chão de terra batido, se eternizaram em minha história, fazendo do que eu sou hoje, reflexo do que eu fui outrora.Sinto muitas saudades de tudo que fez parte da minha infância, mas mais do que a saudade, existe em mim um reconhecimento de que tudo foi como deveria ter sido e como eu, se tivesse planejado, assim o teria feito.

Conchinhas do mar

Trago na lembrança a saudade, daqueles dias de céu e mar.
O menino que catava as conchinhas, ratificava a cada vez que as me entregava, um querer bem que até hoje percebo em seu olhar.
A mãe que contava das similitudes entre mim e ele, também o fazia em relação à filha caçula e me aproximava ainda mais daqueles sobrinhos tão queridos.
Na aparência, a mais velha nada tinha a ver comigo, porém a identificação com as minhas filhas e com meu jeito de ser, sempre me fizeram senti-la muito “minha”.
A alegria tomava conta das brincadeiras que iniciavam no café da manhã, com a distribuição dos mistos-quentes, caminhava conosco até a praia e nos fazia companhia o tempo todo.
E todo tempo que eu recordar, terei a certeza de que foram felizes aqueles dias.
As conchinhas, até hoje estão guardadas na caixinha das lembranças mais preciosas.
E aos sobrinhos tão queridos, eu dedico estas palavras, até hoje guardadas no coração, com as quais reitero o meu amor que é de tia, mãe e amiga, que se alegra a cada reencontro e torce pelo sucesso de todos. Com o desejo de que nunca percam, das crianças que foram, o brilho no o olhar e o gosto pela vida.

O que é isto que chamamos identidade?




Quando dizemos que nos identificamos com alguma coisa ou com alguém, é porque encontramos no objeto de identificação uma parte de nós mesmos.Identidade é isto,a transferência de características que supomos nossas para alguém,algum objeto ou lugar.
Eu diria que identidade é a parte de mim que compõe o universo no qual estou inserido;algo que não se dá de forma natural, mas que como qualquer outro aspecto da vida social é construída com minha colaboração, já que eu faço parte desse todo que é a sociedade. Portanto, identidade é também a parte do universo que me compõe. É algo que vai além das aparências,das obviedades; é recoberta de sutilezas,de minúcias, de nuances. que a permitem ser oscilante,transitória,um eterno “vir a ser”.
Não foi por acaso que me debrucei sobre a canção de Geraldo Azevedo, na tentativa de exprimir o que me vem à cabeça ao abordar o tema identidade. A letra de Casa Brasileira me remete a essa questão, ou seja, eu me identifico com ela no tocante às questões relativas a este tema.Talvez porque ela diga muito do que sou, enquanto pessoa marcada sobremaneira pelos laços de família.Família grande!E que tem sua sede numa casa, que, embora não tenha exatamente as características da citada na canção, não deixa de ser tão marcante e repleta de reminiscências quanto a mesma.Posso até dizer que ela “está dentro de mim”, porquanto eu também estou dentro dela.
Identidade é, pois, esta via de mão dupla que nos permite introjetar as coisas, a ponto de podermos questionar se elas poderiam existir de outra forma, dada a “raiz que existe em nós”.
Não podemos, no entanto, perder de vista que, essa raiz, por ser material inflamável, é suscetível à queima e esta, do ponto de vista simbólico, sugere o novo que está por vir através das cinzas, tal qual uma fênix, num eterno devir.

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