"Ando devagar porque já tive pressa..."

"Ando devagar porque já tive pressa..."
"Ando devagar porque já tive pressa..."

21/07/2008

Sítio Roçado do Mato


Acredito que há projetos que não se satisfazem com poucos objetivos e que mesmo quando partem de simples idéias, redundam em algo grandioso e muito mais significativo do que a idéia original.
É desta forma, pois, que vejo o projeto da Casa de Cultura Roçado do Mato, cuja intenção extrapolou as barreiras do resgate da história de uma casa, que foi habitada por antepassados de algumas famílias da região de Boa Vista, uma das quais orgulha-me ser integrante.E se me orgulho, e não sou a única a me sentir assim, é porque nossos ancestrais nos deram motivos.
Nem sempre os motivos se dão por grandes feitos, ou melhor, dizendo, nem sempre os grandes feitos são os tão decantados pela lógica da mídia que muitas vezes nos faz acreditar que os únicos motivos de orgulho são relacionados ao poder, à riqueza ou a honra, no sentido menor deste predicado.
A honra em que acredito e é a ela que quero prestar homenagem, é a honra do saber de um dever cumprido, às vezes a dura penas outras no sabor das alegrias cotidianas, aquelas, pequeninas, das quais nem sempre nos damos conta, mas que são as responsáveis pela nossa verdadeira felicidade.
No dia 21 de abril deste ano de 2006, tive o prazer de ser avisada sobre a missa campal que aconteceria no Sítio Roçado do Mato, cujo convite estava sendo feito pelo primo Egberto Araújo em um jornal da TV local.Senti uma vontade imensa de participar da celebração, pois já sabia que vindo das bandas de Egberto e Conceição e com a proposta que tinha, seria um momento inesquecível.E eu, como minha família, estava precisando vivenciar um momento inesquecível de alegria, de contentamento.
Foi assim que nos organizamos e fomos em grupo pra aquele momento que realmente, estava fadado a não sair mais de nossas lembranças.O aconchego familiar desfrutado já dentro do carro alugado pra transportar uma parte da Turma de Zé Felinto, serviu de entrada para o prato principal que seria servido pelo casal anfitrião e sua equipe de colaboradores, todos parentes, que beleza! Fazendo as honras da casa e nos propiciando o deleite que só alguns “escolhidos” tem a oportunidade de usufruir - um vasto leque repleto de momentos agradáveis, emocionantes e inesquecíveis, tanto quanto inesquecíveis serão as vidas vividas naquela casa, naquele sítio, naquele lugar impregnado de vida que pulsa no sangue dos descendentes, que ali se encontravam em massa para saldar e louvar seus antepassados.
Foi, verdadeiramente, um momento ímpar, daqueles que nos fazem curvar os joelhos, erguer as mãos aos céus, e, principalmente, orar em agradecimento.
Projeto deste tipo, não tem fim, ele continua processualmente e vai amealhando seguidores, pessoas dispostas a colaborar, a participar.E quando menos se esperar, ele terá gerado tantos frutos que certamente ficará difícil, no frescor do cotidiano, re-lembrar onde tudo começou.Porém é bom que jamais nos esqueçamos que tudo começou a partir da singela vida dos ancestrais, os quais merecem toda honra e toda a glória, aquelas as quais verdadeiramente damos valor.
Um viva ao Projeto Casa de Cultura do Sítio Roçado do Mato, por tudo o que ele significa em termos de valor à vida, à história, à tradição, à originalidade e pelo respeito que ele merece.
Um viva também àqueles que souberam transformar uma idéia numa obra, cujo valor estimativo vai além, muito além de todo o esforço físico e financeiro para concretiza-la.. E mais que um viva, uma agradecimento, pela “parte que nos toca”, tanto enquanto familiares que somos, quanto pelo que temos de “humano, demasiado humano”.

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