"Ando devagar porque já tive pressa..."

"Ando devagar porque já tive pressa..."
"Ando devagar porque já tive pressa..."

06/08/2010

Pelo Dia dos Pais

De achar a vida bela
De sorrir sempre pra ela
Encontro algo de ti
No que tenho aqui, comigo

Se me pareço contigo?
Não sei, nem me interessa
Só sei que o apreço que sinto
Por coisas que vêem de ti

“É bom à bessa”, é “um coloço”
Transbordam em mim sem alvoroço
Me trazem a paz que aprendi
No nosso encontro na vida

Por isso hoje não choro
Agradeço a Deus e lhe rogo
Que outros pais apareçam
Que façam a diferença

Que deixem como herança
Alegria de viver
Também gosto pelo saber
Pelas palavras, os livros

Que sejam grandes amigos
Como tu soubeste ser
José Felinto, querido
Meu pai, meu herói mais lindo

Saudades, muitas eu sinto
Mas aqui comigo estás
Sempre estaremos juntos
Pois amor que é amor persiste

Continua e não desiste
Esquece que a morte existe
Vive a eternidade
Mesmo deixando saudade

Mas vale muito à pena
E se “a alma não é pequena”
Não vai embora, jamais
Te terei sempre meu pai

Lola (06/08/10)

05/08/2010

Felicidade

Sou feliz por viver assim contigo
Sou feliz por estares sempre comigo
Meu menino maluquinho, tão querido

Sou feliz, pois o que fazes por mim
Teve início mas penso, não terá fim

Sou feliz e quero estar sempre juntinho
De você, meu menino tão doidinho
Que gostoso é ter-te sempre ao meu lado

À minha frente, atrás de mim, bem coladinho
Sou feliz, meu fofinho, gostosinho

E imagino que és feliz também ,por isso
Por me teres, como te tenho, contigo
Sou feliz, somos felizes, meu gatinho

Lola - (03/08/10)

Quem dera

Quem me dera tu aqui

Mas como, se estás comigo?

Vives comigo e eu contigo

Quero ficar assim para sempre

E nunca mais sentir saudades

Continuar a sentir vontade

Desejos, muitos...ai como eu quero

Me desespero, a vezes, sei

Mas só assim consigo agir

A falta que me fazes tu

Por estares bem dentro de mim

E eu não poder te ver, tocar

Que ansiedade me dá

Angustia é minha companheira

Vive também, contigo, aqui

Lola ( 06/07/10)

04/08/2010

Sonhando

Sonho acordada o que desejo
Sonhar dormindo é o meu anseio
Sonho pra mim é contigüidade
Sonhar é viver o que se quer
Sonho é motivo de alegria
Sonhar muitas vezes denuncia
Sonho de ter, de estar, de ser
Sonhar pra mim, só com você
Sonho que a noite ainda é dia

(Lola-25/04/10)

02/08/2010

Carinho

Vontade de te dar todo o carinho
Que desejas e eu tão bem sei te entregar
Sou tua inteira, também és meu por completo
Nos entregamos um ao outro de um jeito
Que não há distância nesse mundo a atrapalhar

Lola (17/07/10)

Insônia

Enquanto espero amanhecer
Meus beijos sem você não dormem
Sofrem a ausência da boca
Desejo vem e não vai embora
Espera a hora do encontro
E chora quando demora

Lola (26/07/10)

24/07/2010

Tropeiros da Borborema - Luíz Gonzaga - Composição: Raimundo Asfora / Rosil Cavalcante

Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema

São tropas de burros que vêm do sertão
Trazendo seus fardos de pele e algodão
O passo moroso só a fome galopa
Pois tudo atropela os passos da tropa
O duro chicote cortando seus lombos
Os cascos feridos nas pedras aos tompos
A sede e a poeira o sol que desaba
Ó longo caminho que nunca se acaba

Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema

Assim caminhavam as tropas cansadas
E os bravos tropeiros buscando pousada
Nos ranchos e aguadas dos tempos de outrora
Saindo mais cedo que a barra da aurora
Riqueza da terra que tanto se expande
E se hoje se chama de Campina Grande
Foi grande por eles que foram os primeiros
Ó tropas de burros, ó velhos tropeiros.

Suspiros

Ai ai, que falta você me faz

Ai ai, mas como pode ser isso?
Te tenho aqui comigo
Daqui você nunca sai

Ai ai, como te sinto comigo

Ai ai, mas como pode ser isso?
Estás a tantas milhas distante
Geograficamente incapaz

Ai ai, nem sei mais o que eu digo

Ai ai se te tenho ou não comigo
Se isso ou se aquilo
Só sei que amo demais

Ai ai...

(Lola – 24/07/10)

TRIBUTO A CAMPINA - José Felinto de Araujo

Campina Grande, eu te sinto
Às vezes quando pressinto torturas no meu coração
Por isso vem sem demora
Trazendo os tempos de outrora, aquela doce ilusão
Eu quero ver novamente a lua branca inocente prateando tuas serras
Troquei por tua pobreza
O que busquei de grandez pisando em putras terras

Campina Grande, o que importa
Ter querido em outra porta
Agazalhar o meu sofrer
O mundo estranho me deixou
Porém melhor me ensinou
A contigo smepre viver

Campina Grande, quero te ver
Campina Grande querida
Orgulho da minha vida
Eu sou doidim por você

Campina grande, meu bem-querer
Campina Grande querida
Orgulho da minha vida
Eu tô doidim pra te ver!

(José Felinto de Araujo)

23/07/2010

Meu mar



Quero navegar teu corpo inteiro
E no vai e vem das ondas me encaixar

Quero ser tua vela bem aberta
Para mais facilmente deslizar

Com teu cheiro de maresia a embriagar
Para não sentir mais nada

A não ser você, meu mar

(Lola – 22 - 23/07/10)

22/07/2010

E de novo o mar




Com asas ou mesmo a nado
Façamos a travessia
Trago-te para o meu lado
Levas-me contigo ao teu

Mas os nossos corações
Já estão juntos há tempos
São um só no pensamento
Eu no teu e tu no meu

O mais que ainda é devir
Virá quando Deus quiser
Teremos a eternidade
P’ra juntos apreciarmos
O amor que Ele nos deu

E que nos faz tanto bem
Pois o jeito que ele tem
Não se encontra por aí

Até há quem queira muito
Ter um amor tão prazeroso
Tão intenso, tão gostoso
Que não tema grandes ondas

Que nade contra a maré
Mas sempre chegue à praia
Que tenha porto seguro
Com força de tsunami

(Lola - 21 – 22/07/10)

21/07/2010

Desejo de navegar




Navegar o mar que há em ti
Quem dera pudesse eu
Aí não teria pra ninguém
Meus beijos seriam teus

Os pecados, todos meus
Mas não me arrependeria
Te amaria ainda mais (Será que seria capaz?)
E o rio em mim transbordaria

(Lola - 20/07/10)

Travessia

Querer-te por inteiro é redundância
Pois, que te tenho além da esperança
De ter-te corpo inteiro e coração

Tenho tua alma que à minha se une
E parecem estar em compasso de dança
Num movimento de amor sagrado
Que viveu guardado a esperar por ti

Dançando ao vento, quase flutuando
Atravessando os mares e oceanos
Encontrando enfim tudo o que sempre quis

Aqui chegastes e tomastes conta
De mim que agora sou tua, quase tua
É só fechar os olhos e sentir

(Lola - 15- 21/07/10)

20/07/2010

Driblando a ansiedade

Se Deus não quiser nada será
De que adianta tanta ansiedade?

Melhor acreditar que apenas vem
O que há de melhor e ficar calmo

Se não vier o que e como queremos
Certamente não seria do Seu agrado

Às vezes desejamos muito mais
E de uma forma tão exagerada

Que Ele nos encaminha a outras plagas
Para não nos permitir dar cabeçadas

Mas nem sempre é fácil entender
Os seus desígnios e entristecemos

Reclamamos, blasfemamos, nos revoltamos
Sabedoria é mesmo acreditar

Que o melhor pra nós sempre Deus dá
E o que não vier dEle não interessa

(Lola – 18/07/10)

17/07/2010

Encantos Desejados





Se me calas com teus beijos
Se sinto prazer contigo
Bem mais que um ombro amigo
Serei teu eterno amor

E se me chamas de flor
E me regas com teu suco
Nem sequer por um segundo
Quero distância de ti

Já chega um oceano
Turbulento, caudaloso
A se impor como um estorvo
Sem ter piedade de mim

Quero-te sempre aqui
No meu coração vermelho
Que é também verde-esperança
Teu aconchego sem fim

                                 
Lola (16/07/10)

15/07/2010

Olha no céu

Olhos meus
Azul de água
Beijos meus
Teus
Saudade tua

(02/07/10)

Desejo Junino

Fogo de fogueira a um santo
Vai dar luz e alimento ao sentimento
Para sempre
Da mulher mais desejada
(28/06/10)

Desencanto

Novamente a noite me atormenta
Me tirando a companhia de quem amo

Cheguei a imaginar que essa inquietude
Já repousasse longe, no passado
(E não voltasse a ser minha companhia)

Mas a angústia voltou a importunar
As minhas noites e conviver com o meu sono

Pois o contato que me satisfazia tanto
Foi interditado pra meu grande desencanto

Lola (13 - 15/07/10)

13/07/2010

Dor de amor

Prefiro acreditar que amar dói
Assim posso sonhar que nos amamos

Mas na verdade a dúvida habita
Não no que cabe a mim de sentimento

Duvidar do teu amor por um momento
Não só maxuca, mas também me debilita

Viver com dúvidas dói mais que tapas, bofetadas
Porque quem leva a maior pancada

É o coração que desmorona e não tem jeito
De sofrer tanto chega a chorar, lateja o peito

Quem ousaria dizer que amar não dói?
Eu não me atrevo, sofro mesmo, reconheço

Até nem sei se não é isto mesmo que mereço

Lola(13/07/10)

11/07/2010

Além da Fotografia














Uma fotografia que diz tanto
Tanto, tanto, que nem sei o que falar

Pra que falar se ela diz tudo e ainda chora
Ainda sorri, ainda canta e ainda dança

Sim, pois o movimento que a mesma aparenta
Tem até cheiro, quanto mais um remelexo

E eu fico pasma quando com ela me deparo
Já pensei tanto o que escrever sobre o retrato

Mas nunca me inspiro o suficiente pra dizer
Mais do que ela, por si só já não o faça

E qual a graça que existe em algo assim
Que não acrescenta nada ao que já existe

Mas nem por isso me desencanto ou fico triste
Porque se assim é, é porque as fotografadas

Estão tão próximas tão unas e tão completas
Que a mim, cabe apenas o que a todos cabe

Me inebriar com o tamanho da amizade
Que nasceu forte e que se tornou repleta
Da irmandade, cumplicidade que a foto atesta

Lola ( 11/07/10)


10/07/2010

Boa noite

Noite de sono aconchegante e bem dormida
Desejo a ti, querido, minha vida
Para que a manhã traga com o orvalho
Pra mim tuas carícias mais bonitas
E eu possa senti-las bem sentidas
Assim como te sinto em minha vida


(Lola - (09/07/10)

Sobre o que vi em alguns retratos


Da estrada a percorrer
Do caminho já trilhado
Encontrei nesses retratos
Vida de um povo que é meu

Tanto quanto ele é seu
È da gente do lugar
Boa Vista soube dar
O melhor dela a nós

E o projeto Sítio Roçado
Do mato encaminha às letras
Deixando quem é de hoje
Sabendo quem foi de outrora

Revivendo nossa história
Continuando a fazer
Dela história bem contada
Bem vivida e recordada
Pra ninguém mais esquecer

Que ali se aprende a ler
Não só o abecedário
Mas todo um imaginário
Cultural familiar

Temos muito a também dar
A ele Roçado nosso
Nosso afeto nosso abraço
Respeitando o bom lugar

E engrandecendo ainda mais
A terra que fez de nós
O que hoje todos somos
Sabendo que podemos ser
Ainda mais se nos propomos

Não permitir o abandono
É compromisso real
Nas sombras nunca, só luz
Pra iluminar a vida ancestral

E lá sempre encontraremos
Foco bem incandescente
Fazendo do que é da gente
Patrimônio cultural
(Lola – 10/06/10)

18/06/2010

Sobre o tempo

Antes de ti esperava o futuro
Pensava no passado sem viver o presente

Agora vivo o presente
Não penso no passado

O futuro já existe

Amor de fato

Amor brota em solo fecundado
Depois ou até antes do orvalho
Fonte de brisa, ternura e paz

Amor sem você? Jamais
De você sim o amor vem
Faz-me sempre muito bem

A mim convém amar assim
Demais sentir você aqui
Fundo, no peito, junto a mim

Lola (18/06/10 – 00:01h)

15/06/2010

De mim pra ti



Sem ti não há
Raio de sol ou luar
Sem ti o que habita
Na minha vida?

Sem ti nem sei
Me perco de mim
Me achei em ti
E sobrevivi

Sentir a ti
A mim sentir
Vivo agora assim

De mim pra ti
De ti pra mim
E é bom assim

Nem cogito outra hipótese
Se tu me escapas
A vida se esvai
E eu corro atrás

Quero viver mais
De mim pra ti
De ti pra mim
Pra sempre assim

Lola (14/06/10)

Arrepio da noite


Quando a noite chega
Me vem um arrepio
Seu manto negro te afasta de mim
Fica um pouco (ou muito)
Do que já vivi
Nos momentos escassos que passo junto a ti

Lola (12 e 13/06/10)

14/06/2010

Tarde fria

Tarde fria
Me falta o aconchego
Que quero, que desejo

Me faltam os beijos
Que preciso, que adoro
Falta você e eu imploro

Não faltes mais em minha vida
Que essa tarde seja exceção
Ficar assim não quero não

Só suas mãos tem meus carinhos
Seu coração o meu aninha
E é com você que quero estar (com ninguém mais)

Todas as tardes, todos os dias
Assim dormiremos todas as noites
E nossos sonhos serão reais

Lola (14/06/10)

08/06/2010

Somos assim

Estamos aí
Estamos aqui

Estou mesmo aí
Tanto quanto estás aqui

Estaremos um com o outro
Sempre

Dentro um do outro
Sempre

Somos assim

Um para o outro
Sempre

Seremos assim
Até o fim

Sempre
Sempre seremos assim

Lola (06//06/10)

04/06/2010

Desejo

Dizer de você que amo é muito pouco
Mas o amor que sinto é verdadeiro
E sendo assim, verdade, é grandioso
Não posso querer mais se não o ensejo
De ver as nossas vidas entrelaçadas
Tão aproximadas quanto um beijo
Querer você pra sempre é o meu desejo
Lola (03/06/10)

26/05/2010

Tempo

O tempo é o senhor de todas as coisas
Eu sou senhora de mim
Deus é o senhor do meu tempo
Espero o tempo passar
Acreditando em mim
Tendo fé em Deus
Que tempo ruim
Não paire aqui
E será assim
Sempre e enfim
Tudo estará no lugar certo
A cada momento
Não viverei de sofrimentos, de lamento
Lamento sim, quem faz da vida assim:
Purgatório - e nem sequer
Suaviza a alma, a deixa carregada
De lamúrias e de sofrimentos
De nada que realmente valha

Tia Fada

Quando setembro chegar
Não receberemos convite
Não ficaremos felizes
Não cantaremos o Parabéns a você

Também não ficaremos tristes
Saudade, essa é a palavra
Que vai dizer o sentimento
Quando setembro chegar não festejaremos

Mas também não haverá lamentos
É hora de agradecer
A Deus por nos tê-la dado
Por tanto tempo entre a gente

Apesar de setembro, iremos em frente
Bendizendo-nos, relembrando
Que houve tantos setembros
E que felizes nós fomos

Presença boa não cessa
Luz que irradia não para
E em tudo que for beleza
Encontraremos tua aura

Tia Elvira, tia fada
Sem precisar ser madrinha
Sabendo, e muito, ser tia
Querida, amada minha


Lola (24/-5/10)

01/05/2010

Saudade acompanhada

Há 96 anos veio ao mundo
Um ser de luz e paz
Tenho sorte de tê-lo como pai
Fulgurante, querido, inesquecível.
Bem mais que pai, um anjo amigo
A palavra se fez verso em sua vida
Na minha ela reclama sua ausência
Que se faz presença indelével e não se vai
Trazendo a alegria com a saudade
Tipo de amor que é para mim verdade
Saudade louca que não tem mais fim

(Lola – 01/05/10)

14/04/2010

Bom sono

Bom sono, amor
Dorme tranqüilo que eu velarei por ti
Dorme com os anjos mas não esquece de mim
Que estou aqui, aguardando teu carinho
E desejando ardentemente tua presença
O teu jeitinho , tua palavra, o teu amor
Dorme tranqüilo e não me esquece, por favor,
Estaremos juntos quando o novo dia iniciar
E o nosso encontro no meu sonho terminar
Bom sono, amor

11/04/2010

À mesa

Estar à mesa com alguém diz muito
À mesa só as boas companhias
Se te convido à mesa pra comer
Beber ou conversa jogar fora
Saibas que te tenho como bom amigo
Irmão talvez, pai ou mãe, até, quem sabe
Nunca duvides, porém do simbolismo
Que à mesa só tenho e terei quem aprecio
Por isso mesmo fique certo bem
Que desejando a tua companhia
Convidarei pra estares comigo
Dividindo pratos, talheres e bebida
Falaremos sobre tudo, sobre a vida
E estarei feliz por estares comigo

07/04/2010

Fuso Horário

Fuso Horário

Mal começa a madrugada aqui
Pra ti ela já se tornou metade
Eu torço pra que o dia logo venha
E traga de volta a tua companhia

A tarde por aqui se vai, bem sei
Que pra ti já é noite iniciando
E eu fico insone, sempre desejando
Que ela logo passe, não demore

Pra que voltes a fazer parte do meu dia
Trazendo assim de volta a alegria

07/04/10

28/03/2010

Dia de são José

S e hoje chover, nós teremos
A lgo pra comemorar
O u quem sabe elaborar


J á sinto o cheiro da terra
O nde há de se plantar
S ementes só das melhores
E aguardar o que vai brotar
(19/03/10)

27/03/2010

Minhas menininhas



Tenho duas menininhas
Ou serão mulherisinhas?

Às vezes as chamo gurias
Outras tantas de mocinhas

Elas são múltiplas crianças
Em quem coloco esperanças

De ver um futuro legal
Pois nelas há um sentido

De sentimento e de vida
Que não se encontra em outras

São mulheres na esperança
De igualdade, mudança

São filhas minhas e crias
De um tipo de educação

Que tem o tom da liberdade
Aquela tão almejada

E fazem disso bandeira
Das suas práticas de vida

São mais mulheres, são amigas
São mais que filhas queridas


Novas possibilidades
De convivência amigável

De relacionamento saudável
De alegria e ousadia

São felicidade minha
Materializada em filhinhas

Seja no 08 de março
Seja em qualquer dos meus dias

Festejo com alegria
A sua educação

Que as fez dois exemplares
De que podemos ser mulheres

E apreciarmos bem isso
Pois o que nos faz, de fato

Não é a biologia
É um a maneira de ser

Passada por outra via
Um trato, um gesto, um exemplo

Seja em qualquer momento
De que mulher pode tudo

Inclusive nada ser
E escolher bem, ser de tudo

Um pouco, muito, talvez
Mas decidir com altivez

Mulher é isso, é aquilo
E elas são bem assim

Por isso as quero pra mim
E para o mundo também

Quem sabe o mundo dê voltas
Que propiciem que o jeito

Que elas têm passe a ser
Hegemonia e não defeito

Sobre a Fotografia

Se eu quisesse falar sobre você
O faria através da fotografia

Nela seu semblante denuncia
O que muitas vezes se esconde

Por detrás de um homem carrancudo
Ou até de sorrisos amarelos

Aqui eu te vejo mais sincero
Do que sempre vi e me surpreendem

A candura, a meiguice, a alegria.
Genuínas, assim como a mim pareces

Tão sincero, tão essência, tão gostoso
Diria que esse sorriso é quase um gozo

Ratifica o encanto e a beleza
Que a vida muitas vezes nos esconde

Mas que não é preciso ir tão longe
Pra buscá-lo, ele existe em nosso âmago

E é a ele que devemos recorrer
Quando tentados a seguir outros caminhos

Nos desviamos do que é mais verdadeiro
E nos embreamos em vidas vulgares

Pode ser redundância e o é, de fato
Mas diria que este retrato te retrata

Em tudo e vai bem lá no fundo
Conseguindo retratar a tua alma

E é essa verdade que aprecio
Que muitas vezes não é exposta e ninguém vê

Mas eu, como sei muito de você
Sei muito bem o que pode vir à tona

E mesmo assim ainda me pego surpreendida
Ah, mas isso é bom que aconteça

Pois o que é tão declarado, escancarado
Muitas vezes não passa de um retrato

Desfigurado ou até mesmo remendado
De quem deseja falsear sua verdade
(24/03/10)

08/03/2010

FELIZ 08 DE MARÇO!

Que saibamos os motivos da comemoração;
Que tenhamos o que comemorar;
Que comemorando lembremos que a luta continua;
Que a comemoração seja alegre como geralmente somos.

PARABÉNS PELO DIA DA MULHER!

02/03/2010

"Doidim Por Você" ( em elaboração)

Se eu quisesse dizer, Campina, a ti
Sobre o que eu sinto e sempre me calo
Te diria que és pra mim um alo
Que Deus me presenteou e hoje eu falo

Campina tu és menina bela
Entre todas que conheço a mais alegre
E por isso a ti eu me entrego
Como te entrego a mim pra te cuidar

Quero ver-te sempre sorridente
Alcançando posições bem elevadas
Pra que eu sempre me volte para o Alto
E agradeça por ti, cidade amada

Grande em tudo, altaneira
Dona do Parque que é do Povo
E de um povo que é do mundo
Nele tu és sempre o destaque

Do clássico dos maiorais
Campinense e Treze, e mais:
Da narração de Joselito
Primeiro entre os principais

Campina de seu Vavá
De João Gonçalves, Capilé
De Biliu e Amazan
Do São João maior do mundo

Tem Encontro da Nova Consciência
E a poesia dos antigos carnavais
Que hoje não passam de saudade
Pois não existe mais o bloco
Micarande não tem mais

A Praça da Bandeira é dos pombos
Eles tomaram conta
O que fazer por ti,querida,
Minha cidade,minha vida?

Queria ser tua mãe mas sou tua filha
E embora possa te cuidar,
Tu me embalastes em teus braços
E assim quero ficar
Até que a morte de ti me aparte

“Campina Grande, meu bem querer
Campina Grande querida
Orgulho da minha vida
Eu sou doidim por você.”

02/03/10

27/02/2010

Menina

Menina se eu pudesse te daria
Saia rodada
Balões de noite e até de dia

Te daria um quentão gostoso
Pra que tu chegasses a pegar fogo
E eu mais então te acenderia

Menina se hoje fosse São João
Se houvesse pamonha e canjica
Eu te diria que és muito bonita

Te deixaria dançar um forró
E é claro que não dançarias sozinha
Terias a minha companhia

Menina se hoje tivesse fogueira
Te incendiaria com minha energia
E as cinzas que amanhã sobrassem

Poderiam contar aos quatro ventos
Que na noite passado houve alegria
E por aí ela se espalharia

Menina se eu te amasse tanto
Quanto o meu canto quer dizer
Não precisaria nem te convencer

Há tempos tu já serias minha
Menina
E essa canção nem existiria

Mas hoje não é São João, é qualquer dia
No céu não há nem um balão
E fogueira só em meu pensamento

Que arde, queima e espera por você
O dia já vai amanhecer
E o meu sonho vai desvanecer

27/02/10

25/02/2010

Calor Junino

                                                      No rosto o suor do fogo da fogueira
                                                      Na boca o riso de noites inteiras

                                                      Tantas brincadeiras

                                                      No céu balões e todas as cores do mundo
                                                      No fundo, o desejo das noites de são João

                                                      Nas mãos estrelinhas e no céu o luar

                                                      Na calçada e na rua tanta gente a amar
                                                      Na bacia a água e adivinhação

                                                      No coração a esperança nos dias que virão

                                                      Que tenham todas as cores e as alegrias
                                                      Que tenha todo o calor e também fantasia

                                                      Que as lágrimas não passem de fogos de artifício

                                                     Na boca perdurem todos os sorrisos
                                                     E a vida prossiga em paz e harmonia

                                                     Com o gosto do milho e o verde da esperança

                                                    Que continuemos assim, eternas crianças
                                                    Brincando, gostando e sempre dançando
                                                    Brindando a vida, festejando o santo

                                                    Sentindo no rosto o calor da fogueira
                                                    E aquecendo o corpo com quem a gente queira
                                                    Refrescando a mente de tanta canseira

                                                   Desejando voltar sempre à brincadeira
                                                   Percebendo na festa o motivo maior
                                                   Pra dizer que a vida pode ser bem melhor

                                                   E assim continuemos vivendo a esperança
                                                   De fazer prolongar sempre mais a infância
                                                   Soltando girândola e cantando a canção













21/02/2010

FORRÓ

Dizem do forró que é bom demais
Eu diria que é muito mais que isso

Forró a gente escuta e logo dança
Mesmo sem saber os passos certinhos

Quem dera a vida fosse um forró
Em que todos dançassem com alegria

Dançando assim, de noite e até de dia
O mundo muito mais se alegraria

Vigia a noite um forró bem quente
Desses que a gente ouve e logo sente

Que não dá pra fugir e então se entrega
A essa que deveria ser a nacional

Dança da esperança, da alforria
O mundo então assim melhor seria

Dançado bem quentinho como o forró
Só haveria espaço pra o melhor

21/02/2010

14/02/2010

Calor

Madrugada quente
De derreter miolos

Pensamento aflora
Mas não vinga

Se ressente do calor
E da falta do teu

06/02/2010

MAITÊ

Suspiro negro numa noite poética
Rima dos poetas loucos
Ninfa dos bosques recheados de aroma

Bela

Vale o quanto pesa tua beleza infinita
Que dura enquanto assim for

Maitê

12/01/2010

Da poesia que há em mim

Você é a poesia que há em mim
Sempre foi assim e assim sempre será

Poesia não tem início nem tem fim
E assim comigo você sempre ficará

Desejo ter você por toda a vida
A vida que é daqui e que é de lá

Alhures há poesia, onde habitas
E aqui a poesia há de ficar

(12/01/10)

Sobre o Zelito que aprecio

Diz o ditado que antes tarde do que nunca
E que em tudo se deve ver as mãos de Deus

Entortou o pé, mas não entornou o caldo
Há baques na vida que servem como alavancas

Neste sentido desejo que o susto da queda
O permita ensaiar mais um passo da dança

O bêbado e o equilibrista são duas faces da moeda
Nesta dialética da vida aguardo ansiosa

Pelo equilíbrio fazer-se presença constante
Para tocar a vida e narrar eventos

Pra lá das quatro linhas
Além das ondas sonoras do rádio

Dizer da vida que é bonita

Contribuindo incessantemente para sua beleza
Sendo simplesmente o Zelito sóbrio – em todos os sentidos

A família lhe aguarda no aconchego
E espera de você contigüidade

É isso que os pais são para os filhos
É isso que os filhos são para os pais

E o bêbado não cabe mais na corda bamba
Ela passa a ter outra serventia

De sustentáculo, de apoio, de elo, de ligação
E que de tudo isto você retire uma lição

12/01/10

30/10/2009

Das pessoas que marcaram a minha infância

Há pessoas que rondam nossas vidas a vida inteira
E a nossa vida é lembrar dessas pessoas com insistência

Há quem nem chegue a saber que sempre foi
Alguém que marcou a vida de outro alguém, fez diferença

Dessas pessoas que passaram em minha vida
E que ficaram impregnadas nas lembranças

Tem algumas que fizeram a minha infância
Um tanto quanto importante para mim

Tia Cinta, belas pernas e finess
Me despertava o gosto pelo francês
E a Fábula de La Fontaine não esquecer

Quando guria convivi pouco, mas deu
Pra marcar presença as visitas de Mozart

Que primo lindo, na aparência e no falar
Sempre apreciei seus jeitos, seus modos

E suas histórias ouvia com atenção
Da ditadura à Inglaterra e enfim Bahia
Onde todos os santos lhe ungiram

Não muito raro eu me lembro dos domingos
Em que ao acordar já ouvia anunciar

A chegada de seu Antonio, velho amigo
Que meu pai sempre recebia com prazer
Para prosear até não mais querer

Aquele sorriso era pura simpatia
Que na fase adulta desejei tanto rever (quem sabe, um dia)

Outras figuras marcaram suas presenças
Na minha história, e as guardo com alegria

Não esqueço nunca como Laete, homem tão sério
Me atendia sempre tão atencioso

E em respeito ao sobrenome que eu tenho
Satisfazia, sem ao menos questionar
Os pedidos a ele encaminhados

É com carinho que guardo entre minhas memórias
Atores coadjuvantes que se tornaram

Realçados por um feito, um jeito, um trato
E penso neles sempre com muito agrado
Me alegrando sempre que neles eu falo

É assim com D. Elianete, que me tinha
Como amiga mais chegada de “Carlinha”
Quase uma tia era pra mim, muito querida

D. Helena, com suas tranças e brincadeiras
Me atraia o olhar para a poesia

Sem se dar conta do que estava fazendo:
Se registrando em minha biografia

Fui promovida à “querubina” de Ivanildo
Junto a Lulu era uma das suas preferidas

São coisas que marcaram muito a minha vida
E delas nunca haverei de esquecer

Pessoas que se chegaram e nunca foram
Se achegaram e se entranharam dentro de mim

E foi assim também com “Jamir”
Aderbal, que se empenhava em ajudar

Nas festinhas juninas que fazíamos
E se alegrava quando tudo dava certo
Foi por isso que foi bom tê-lo por perto

Walfredo foi visita bem marcante
Tão sorridente, educado e tão falante

Quando o encontro até hoje me recordo
E ele nem sabe o que significa para mim

Mas é assim mesmo e é bom que seja assim
Porque certas coisas são importantes para mim

Estas pessoas apenas eram o que elas eram
Sem a mínima intenção de me atingir

E é assim que a vida traça suas linhas
E vai aos poucos se desenhando “sozinha”

Tendo como plano de fundo muitas vezes
Algumas cenas da minha vida singela
E é por isso que acredito que ela é bela.

(outubro 2009)

16/10/2009

5 Minutos

Era assim que chamávamos por alcunha aquela criança linda, fofinha, sorridente e bastante pesada – não conseguíamos segurá-la no colo por mais que 5 minutos, mesmo que assim desejássemos.
A criança cresceu (nem tanto), mas apareceu. E com seu carisma forjou sua capacidade para se dar bem na vida - se dar bem no sentido filosófico de ser feliz. E no início da juventude já experimentava o sucesso: faculdade, trabalho... Tudo caminhava de forma acertada, mas o desejo do verdadeiro amor o acompanhava. Foi assim que encontrou na pessoa de Marina seu acalanto.
E assim o rapaz, “gente fina”- agora homem feito - concretiza com o ritual simbólico do casamento, a união que já vem sendo construída com amor, cordialidade e alegria, sua marca registrada.
Casa Ramon e Zezé ganha Marina, mais um exemplar feminino desta família que já é grande no tamanho, mas infinita em suas potencialidades relacionadas a cada individualidade que a compõe.
O dia 11 de outubro passa a ser um marco nesta nova fase.
Daqui a pouco outras virão e o nascimento dos herdeiros iniciará mais um ciclo.
Quem sabe o porvir nos presenteará com outro bebê lindinho, fofinho e sorridente que nos fará lembrar o mote: “5 minutos”.

Lola , em 11/10/09

Pilares

Entre os pilares do Palácio procurei
De onde vinha a luz que iluminava

O salão que em frenesi dançava
Que te ocultava e eu não via a tua face

Busquei além, pedi aos céus esperança
E entre os pilares voltei a te procurar

Não estavas lá e eu triste, cabisbaixa.
Então parei para aproveitar a festa

Foi então que me dei conta que és pilar
E escondido entre eles não estarias

Posto que és daqueles a viga mestra
O sustentáculo, a base, tu és a égide

Agradeci a Deus então com uma prece
E resolvi que o teu lugar é entre nós

Quando estivermos todos juntos e em uma só voz
Reconhecermos a graça de sermos teus

Filhos, esposa, netos, genros e amigos
Assim teremos sempre como sustentáculo

Não um pilar, mas um ombro generoso (quase um abraço)
E a festa continuou, foi tão gostoso!

Outubro 2009

Sapatinhos Vermelhos


Na infância desejei todos os sapatos
E os vestidos que as minhas amigas tinham

Meus sapatos brancos de natal nem sempre
Eram aquilo que eu mais queria

Quando o ano transcorria e então eu via
As meninas com sapatinhos vermelhos

Os olhava sempre com desejo
De que eles fossem, na verdade, meus

Depois cresci e aprendi que a vida
Nem sempre nos oferece o que queremos

Mas que muito mais que sapatinhos de cores
Vale uma vida branca de sossego

De quem teve a chance de ser filho por inteiro
De pai e mãe tão bons e verdadeiros

No seu sentir e agir, e então querer
Crescer ainda mais e imitar os pais

E aos seus filhos dar, nem sempre o que pedirem
Mas o que realmente precisarem ter

Educação de boa qualidade
Propiciar-lhes além de ler, escrever

As suas vidas da melhor forma possível
Assim então, colorir os seus dias

Com tintas que não se encontram em nenhum sapato
E muito menos em vestidinhos bordados

Outubro 2009

01/10/2009

Carta para o Programa em Frente

Karl Marx afirmou que “a religião é o ópio do povo”. O senso comum brinca, dizendo ser ela “o pio do povo”, como dizia o meu professor de teoria do conhecimento, o professor Biu. Se considerarmos a analogia do pio, com o direito à fala, haveremos de considerar assertiva o dizer popular.
Dentro da perspectiva de dar ao povo um direito que é seu por “natureza”, percebo que o Programa Em Frente, veiculado pela TV Aparecida às quintas feiras à noite e reprisado as segundas,como sendo um espaço que, voltado à religião , a coloca em prática da maneira mais democrática possível, ouvindo as pessoas que a ele recorrem por diversos meios: telefone, carta e e-mail.
Fico muito feliz e esperançosa ao ver três pessoas altamente qualificadas discutirem junto aos expectadores, assuntos tão variados.
Os temas da quinta feira 13/08/09 - casamento, separação, sexualidade foram discutidos em alto nível, incluindo aí, a simplicidade com que os apresentadores os trataram, como é de praxe.
“Conheci” Padre Pedro, ou melhor dizendo, o programa, em janeiro, quando estive de férias em João Pessoa e lá tive acesso à TV Aparecida. Foi minha irmã Fáti que sugeriu a programação que ela já conhecia muito bem, tecendo elogios e se dizendo fã do trio Rodolfo, Denise e Pe. Pedro.Se disse encantada com a maneira dos três falarem sobre temas cotidianos com tanta profundidade e ao mesmo tempo com uma linguagem tão acessível, que realmente chega ao expectador, seja ele quem for.
Desde então fiquei tentando assistir, quando dispunha de tempo, (trabalho à noite), aqui em Campina Grande, minha cidade, mas na maioria das vezes sem êxito, porque a TV Aparecida nem sempre pegava na minha casa.
Ultimamente venho sendo contemplada com uma melhora na imagem e se estou em casa no horário do programa assisto com muito gosto, embora nunca tenha conseguido assistir do início ao fim, por não conciliar o horário com o das minhas aulas. Quase chego a aplaudir quando me entusiasmo com o debate. Embora não chegue a aplaudir de fato, meu aplauso simbólico é bem real e eu gostaria de compartilhar a minha satisfação com vocês, queridos apresentadores e com seus muitos fãs espalhados Brasil afora.
Peço a Deus que continue a iluminá-los para que possam realizar este trabalho que traz à luz e a esperança de dias melhores a tanta gente. Principalmente no sentido de relacionar religiosidade à vida prática, numa demonstração de que, a religião pode ser bem mais que “o pio do povo”; pode ser alavanca para sua redenção, desde que praticada a serviço do crescimento pessoal e coletivo, humanizando cada vez mais as relações entre os homens.
É neste tipo de religiosidade que acredito. Religião como prática política. Não no sentido de política institucional, partidária, mas política como inerente à condição humana, como diriam os teóricos da ciência política.
Costumo dizer que, apesar de não ser muito de freqüentar igreja, mesmo tendo estudado boa parte da minha vida em colégio de freiras, as Lourdinas, tenho muita fé em Deus, e tento compartilhá-la no meu dia a dia como mãe, esposa, irmã, filha, amiga e professora. Sempre comento sobre a minha fé e sobre o poder que acredito, tem a oração, possibilitando uma vida mais alegre e mais plena.
Adoro ouvir de Pe. Pedro, comentários isentos de preconceitos, acatando todo tipo de fiel, pois assim me incluo como um dos tantos tipos que existem.
Como socióloga de formação, não permiti que o conhecimento sobre a história da humanidade e suas múltiplas formas de “decifrar” o ser humano me afastasse da fé em Deus.Como antropóloga, reconheço a diversidade e as múltiplas maneiras de se relacionar com o “sagrado”. Percebo a religião como elemento da cultura, bem como enquanto prática pessoal, subjetiva, mesmo que sua prática seja coletiva. Émile Durkheim dizia ser a religião a primeira forma de experiência coletiva, portanto social.
Na minha experiência íntima percebo que ela não me retira nada, muito pelo contrário – não podendo, portanto, ser vista como alienante, ou como disse K. Marx, como “ópio”.
A religião e a fé, embora distintas, se complementam e transcendem à espiritualidade, deixando marcas nas relações entre as pessoas. E é neste sentido que consigo ser uma pessoa leve, apesar dos pesares que, reconheço, a vida nos apresenta, fazendo com que esta leveza envolva meu dia a dia e reflita na minha relação com a vida e com as pessoas.
Agradeço a vocês a oportunidade que estou tendo de reciclar a minha fé e de reafirmá-la a cada dia.
Lembro que no dia da minha aula da saudade, quando concluí o curso de ciências sociais na UFPB, em 1994, um colega me perguntou se eu ainda acreditava em Deus. Mesmo percebendo o tom de brincadeira, respondi seriamente que sim, “tanto quanto” antes, mas não “como” antes. Percebe-se aí, uma mudança qualitativa na minha prática de mulher de fé e esta mudança continua em processo, tendo no programa de vocês, um motivo a mais para seguir EM PRENTE.
Muito obrigada.

15/09/2009

Sobre a partida do último Felinto da irmandade

Convivi pouco com tio João. Sei muito mais dele pelas falas dos meus irmãos mais velhos do que de uma convivência mais aproximada. Isto não o fez menos tio meu que qualquer outro, justamente por saber dele a partir das conversas cotidianas domésticas. Sem contar que lembro muito bem das visitas dominicais no Landau azul (lindo!), bem como do orgulho que sempre senti por ter um tio ex combatente ( não é pra todo mundo não). Eita! É mesmo que estar vendo papai falando sobre a odisséia que foi a viagem dele a Itália, sobre o seu terno que ele, (papai) sempre expunha ao sol, para no caso de “o mano” dele (era assim que eles se chamavam um ao outro, todos eles) chegar a qualquer momento ter o que vestir.
Senti muito a sua ida deste mundo, a perda do último tio por parte de papai, além de sentir mais ainda pelos filhos dele e por tia Dôra, que estão sentindo tudo aquilo que sentimos quando papai partiu e que não é nada fácil.
Na missa de sétimo dia fui surpreendida com a crônica que um dos seus netos escreveu em sua homenagem. Não apenas pela beleza das palavras bem escritas, mas, sobretudo pelo teor das mesmas, que me revelou a imensa semelhança que tio João tinha com papai, numa demonstração de que “quem sai aos seus, não degenera”.
Dos chocolates “escondidos”, ao exalar do cheiro do banho tomado, passando pelos chinelos bem dispostos oferecidos, tudo me dava a impressão, e não só a mim, mas a todos que leram, de estar frente à frente com discrições de Zé Felinto. O cuidar dos netos e filhos, os mimos, o contar histórias, e principalmente a história de vida, tudo me faz crer que a herança maior foi deixada pelos nossos avós, (bisavós).
E cada vez mais, ratifico a importância da família num jeito de ser, nas peculiaridades que fazem de nós, seres diversos e semelhantes ao mesmo tempo, através de uma marca registrada que nos concede ser percebido como um Felinto de longe.
Viva pai Tonho! Viva mãe Nana! Estes avós que não conheci vivos, mas de quem sei muito, também pelos relatos que sempre estiveram presentes na cotidianidade da família. Eles que souberam imprimir em nós todos, um jeito de ser e um trato com as pessoas que vão existir sempre, enquanto o sobrenome Felinto existir na face da terra. Protejamos então essa marca, ela faz toda a diferença, no melhor sentido que isto possa ter.
Lola, em 15 de dezembro de 2008.

15/08/2009

Vivendo e aprendendo

O medo da morte é uma coisa incrível
Ao contrário do medo da vida,nos faz correr atrás

De viver, já que a morte é certa
De acertar, pois que errar é de morte

Erros e acertos são bem relativos
Ponderar é saber conviver

Com diferentes formas de ser
É matar preconceitos latentes

Transbordar o que consiliar

Abrandar sentimentos e atos
Deixar a suavidade vencer

Sou mais eu quando calo, não grito
Sou mais eu quando vejo e acredito

Que há motivos e não polemizo
Quando faço morrer o que é mau

Permitindo o bem renascer
Sou mais eu, pois me sinto crescer

(22/02/09)

O grande retorno

Irmão dos primeiros anos
De vida

Alegria nas vistas
De férias

Prontidão à qualquer hora

Suas vindas são poucas
Escassas

Não matam a saudade
E a esperança é o alimento

De um dia voltar a tê-lo
Mais perto

Resurge agora
Das cinzas

Tal qual fênix volta a alçar vôos
Mais altos

E a auto estima nos trará
De volta o primogênito

(05/03/09)

Solidão

Pra tudo há espaço
Há um canto
Um recanto

Só eu fico de lado
Não me acho
Em teu abraço

Que faço
Deixo de lado
E assim parto pra outras plagas

Busco outros braços
Me refaço do meu pranto

Ou persisto
Insisto
Persevero

Falo sério quando reclamo solidão

(09/05/09)

06/08/2009

FATI ( Acróstico)

F iz de ti porto seguro
A njo de amor e bondade
T anto pedi e dei pouco
I nda te devo um bocado


28/07/08

01/08/2009

Das coisas da vida

Penso da vida

Que deveria ser simples como a luz do sol
Que aparece quase sempre
E que é tão necessária

Penso da vida

Que deveria ter a alegria dos dias festivos
Em que celebramos
O que há de bom

Penso da vida, a doçura de um bombom

Cujo recheio completa, mas não é tudo
Penso que um dia duro
também ensina a viver

Penso da vida
Que é perecível
E se não cuidarmos ela se finda

Apodrecida, sem amadurecer

Penso da vida
Que é prazer
Que é bonita

Se a enfeitarmos, mesmo que de chita

Que se enfeia
Se não a respeitarmos
Se fizermos dela apenas um enfado

Penso da vida
Que é entreposto
E que com alegria e algum esforço

É possível viver tudo de novo

26/07/09

Cotidiano

Acordo

Desembaço a vista
A vida me chama a viver

Atendo meio sem coragem
Logo me envolvo em trabalho

E trato de resolver
Problemas e coisa e coisa à toa

Coisa boa também há
E lá, num canto do meu dia

Penso em coisas e pessoas
Lembrança só tenho da boa

Agora vou descançar
Pensar no dia que foi

Pra o que vier depois
Ser ainda bem melhor

Agora sim, vou sonhar
A vida é mesmo assim

Não acho nada ruim
Não tenho o que reclamar

12 e 12/10/08

30/07/2009

Sensibilidade

Ando sensível demais
Tudo me dói e eu sinto muito

Porque me sinto assim?

O passado, o presente
Até o futuro me fazem verter lágrimas

A crise avança, me domina
Eu não sei reagir

Faço coisas, faço planos
Faço o que acho que devo fazer

Outras coisas nem sei fazer

Também nem sei o que
Sei que me dói

A alma
E a palavra

Essa sinto querer vir à tona

Antes que eu desmorone
Ela não me deixa calar

2009

Para Boba, pelos seus 80 anos

Só aos nove anos de idade eu fui batizada. Isso me deu uma oportunidade que poucas pessoas tem: poder escolher os meus padrinhos. Não foi à toa que escolhi tia Céu e Boba para ocupar esse posto, haja vista o contato constante que tinha com eles, pelo fato de que todos os sábados e domingos, logo cedo da manhã, Boba chegava lá em casa para me buscar para passar o dia com Socorrinho.
Quanto tempo isso faz? Não quero nem lembrar. Mas não quero esquecer que, entre as coisas boas da minha infância consta uma relação bem estreita com aqueles que escolhi para me apadrinhar.
Hoje, alguns anos passados da minha infância, volto a me sentir privilegiada por estar comemorando os 80 anos de Boba , junto às principais pessoas que compõem a sua vida.
Peço, portanto, a Deus, neste momento tão importante, que o cubra de bênçãos e continue permitindo que ele seja essa pessoa de bem com a vida que tem sido ao longo destes anos.
Diferente de mim, minhas filhas praticamente nem um contato tiveram com Boba, vindo conhecê-lo pessoalmente depois de bem crescidas. Isto, porém, não as tornou indiferentes a ele e quando aconteceu a aproximação houve uma empatia interessante, justamente pelo que elas ouviam falar a respeito dele, constatando no momento da apresentação, a pessoa alegre e legal que ele é. No dizer delas, “uma figura”.
É assim que estamos encarando este momento singular, onde alguém de alma tão jovial, comemora oito décadas de existência neste mundo. Refletimos então, o quanto a vida é efêmera e como ela tem de ser aproveitada sempre da melhor maneira possível. Vendo na “figura” de Boba, um bom motivo para nos alegrarmos e celebramos esta que é a maior dádiva que Deus nos deu: A VIDA.
PARABÉNS, BOBA! E MUITOS ANOS DE VIDA E ALEGRIA.

Lola, em 22/07/09

09/05/2009

Sobre eu ser quem sou


É engraçado como muitas vezes deixamos marcas sem perceber.Engraçado também, é como pensamos que certas coisas que dizemos,estão sendo bem recebidas pelas pessoas, e muitas vez nem estão...
Quero falar da minha escolha de fazer vestibular para Ciências Sociais. Lembro que pedi orientação a Zé, um dos tantos irmãos que tenho, e ele sem muita dificuldade, me falou do peso que é o curso; do quanto se precisa estudar para se tornar um cientista social.
Eu sabia que não era estudiosa, sempre fui dispersa nas aulas que não eram muito do meu interesse. Fiquei então, pensando sobre as afirmações do meu irmão, que me orientou para prestar vestibular para pedagogia.
O que ele não imaginava era que, além de ter sido aluna de Fábio Freitas e ter me envolvido com uma maneira que ele trata a história, de um modo que desconhecia até então, que me empolgava cada vez mais com a possibilidade de fazer algum curso relacionado, tinha tido, bem antes, a oportunidade de vivenciar meus até então 18 anos de idade, compartilhando com ele (Zé) a cotidianidade, naquela casa tão cheia de pessoas e tão envolvida em discussões, debates e conversas de alto nível intelectual.
Sou a décima primeira filha, de uma turma de treze, e fui agraciada com irmãos mais velhos que muito me ensinaram até mesmo sem se darem conta disso.
Das brincadeiras de casinha, passando pelos jogos de pedrinha e até as festinhas de São João, com as quadrilhas no jardim, em tudo eles se envolviam e de todos os momentos tirei proveito.
Ter irmãs bem mais velhas é meio como ter mais de uma mãe. E dependendo da hora, do momento ou do acontecimento, elas se revezavam nesse papel.
Eu costumava ir ao quarto onde dormiam Graça, Leta e Mª Eunice e me enfronhava entre os seus lençóis, ora de uma ora de outra, o certo é que eu buscava naqueles momentos, o aconchego que só se sente quando se ama e se sabe amado.
Buscava também, não posso negar, o calor de uma cama sequinha, em que ninguém tinha feito xixi, como era o caso da minha. E era lá, no quarto das minhas irmãs mais velhas, que eu encontrava tudo isso.
O tempo ia passando e eu ia crescendo. Até chegar à universidade, já casada e com duas filhas. Fiz o vestibular aos 21 anos e iniciei o curso apenas dois anos depois, prestes a completar vinte e quatro.
Quanto mais estudava mais me apaixonava pelas ciências sociais e principalmente pela antropologia. A cada semestre me sentia mais identificada com todos aqueles conteúdos e ratificava certa facilidade de interpretação que tinha, e um jeito de escrever, (lembro-me que uma professora de antropologia comentava sobre um tino antropológico que percebia em mim) se justificavam pela minha história de vida; pelos bons colégios que freqüentei e pelos irmãos que, desde o primeiro momento do meu processo de socialização, me influenciaram.
Chegou um momento em que passei a andar com as minhas próprias pernas e a me sobrepor a todos eles em algumas questões relacionadas ao âmbito da minha área de estudo. Não era pra menos, me tornei mestre em sociologia e passei a lecionar em faculdades.
Percebo que às vezes sou incompreendida no que falo, mas percebo também certo respeito que conquistei de todos eles.
Hoje sou mais eu em muitos aspectos, e é bom que seja assim. Mas jamais deixarei de enaltecer a minha família, primeira instância social, no dizer da sociologia, como sendo a égide de tudo o que sou.
Se sou muito ou pouco, não me importa. O que me importa mesmo é esta certeza de que a minha família eu não troco, não vendo, mas posso até emprestar a quem desejar, se for o caso, para que outras pessoas experimentem um pouco do que recebi de bandeja de Deus, nosso Senhor: pai, mãe e irmãos e irmãs, que muito contribuíram para eu ser quem sou.

Sobre a luminosidade ( Pelo nascimento de Paulo Fernando)

Como a luz que entra pela fresta
E logo ocupa o espaço que quiser

A criança nasce, despretensiosa e bela
E toma conta da vida da mulher

Que de mulher passa a ser mãe também
E como mãe, faz tudo o que puder

E o que não for de sua alçada entrega
A Deus, para que Ele tome providências

Não meça esforços em prol do seu bebê
Pra que a luz, que já nasce com a criança

Se perenize e transcenda o berço
O acompanhe e o faça crescer

Crescer tal qual a luz que por uma fresta
Toma espaços, invade e prolifera

Sem perceber nada que a ela impeça
De ser a luz que ela bem sabe ser

E assim nascer, viver e só crescer

07/05/09

06/05/2009

Manhã







“Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou”


E com ela os convidados
Entre eles festejavas


Mais uma neta que casa
Dia de visita pra ti


Para mim a esperança
De te ver em cada canto


Na euforia da noivinha
Nas lágrimas de emoção


De quem como tu, é doce
E desposa tua querida


Enchendo-te de orgulho
E te deixando tão contente

“Canta o meu coração
Alegria voltou novamente”

Lola em 04/05/09

10/03/2009

Porque somos irmãs

Porque somos irmãs dividimos

Amor

Carinho

Atenção

Aparência


Porque somos irmãs somamos

Valores

Sentimentos

Percepções

Confidências


Porque somos irmãs subtraímos

Da vida as decepções


Multiplicamos sonhos e esperança

Porque somos irmãs


E é tão bom

02/03/2009

Sobre a estrela do Xerife

E a musa do Xerife entristeceu-se
Mas não baixou a crista e se ergueu
Com forças que nem Sansão com seus cabelos
Com tranças que nem ele teve iguais

Agora jaz uma saudade imensa
E ela haverá de saber suportar
Até porque só sente dessas coisas
Quem verdadeiramente sabe amar

E quem amou, e foi, e é ainda
Porque amor que é de verdade não se acaba
Sofre a saudade a mulher amada
Mas sofre mais quem nunca teve amor

E de tudo que se foi restou lembranças
Muito além do que sempre se esperou
Amealhadas por toda uma existência
Vivendo ainda, além da eternidade
Porque a estrela do Xerife não apagou.

Sebá

Recebi do amigo Sebá, uma fotografia dos tempos de faculdade. Mais que alegria, a foto me despertou para algumas coisas que nem sempre se pensa, principalmente em tempos que não nos dão o tempo suficiente para reflexões mais profundas. Naquele que a foto revela, “éramos alegres e jovens”, no dizer de Caetano.
Voltei à UFPB, ao tempo da graduação, que segundo o próprio Sebá, nos fazia a todos “marxistas”.
Aquele, certamente era um dia festivo, já que alguns estão com copos nas mãos. Passei então a ouvir o som que vagava pelo C.A de Ciências Sociais, os burburinhos, as misturas de vozes...a alegria que geralmente permeava o ambiente. Vi João perguntando por Dulce, Charlinho fazendo poemas, Ballo com seus shorts muito curtos, Francimar e Henrique naquele namoro velado... E claro, eu e Mara inseparáveis. Ah, Sebá sempre por perto, conversando sobre tudo, de marxismo a machismo... E como sempre foi feminina a sua alma... E como sempre foi benquista a sua presença...
Sebá é uma daquelas unanimidades que nada tem de “burra”. Querer-lhe bem é quase uma imposição que ele nos faz, devido ao seu trato fino, delicado, alegre e cheio de sabedoria. Disse sabedoria; o que o diferencia e muito de alguns intelectuais que, apesar de terem muito preparo sobre alguns assuntos, lhes falta a sabedoria para a vida.
Sentimentos não me faltam a respeito deste meu amigo, mas confesso que me tenham faltado as palavras certas para concluir esse breve depoimento. Busquei então trechos de um lindo poema que seu irmão escreveu pra ele e que me arrepia a alma a cada vez que o leio:

“[...] Porque a vida pra funcionar
Conta, sim, com um pouco de tristeza,
Mas pra azeitar seu funcionamento
Há de haver um Sebá em cada mesa.

Sebá é o fermento, é o sal
Da comida nascida desde a terra.
Hoje o mundo tem guerra e carnaval.
Sem Sebá ele só teria guerra.”

02/12/2008

Emoção ( Para Talitta, pela conclusão da monografia)

Tudo fala

Em Talitta nada cala
Emoção é seu poema

Alegria ou dissabor
Gosto de mel ou De fel

Em Talitta tudo habita

E a vida assim cintila
E ainda fica mais bonita

30/11/2008

Da imensidão do coração ( Para mamãe, pelos seus 82 anos)

“Meu coração tem catedrais imensas”
Nele há torres, altares e vãos
Onde habita o que há de mais sagrado
Neles eu faço a minha comunhão

Sinto pulsar o coração e a alma
Eternamente grata pela vida
Falo com Deus, digo dos meus anseios
Por eles passam a felicidade
De ver-te sempre bem e com saúde

E ainda mais com sorrisos nos lábios

Braços abertos, sempre me esperando
No aconchego dos teus sentimentos
Que de sentir às vezes nem se lembra
Que há tantos outros pra também “cuidar”

Se fixando em um só pensamento
Vivendo então, para realizar
Então salvar a ovelha desgarrada
Tentando dar-lhe aquilo que imagina
Não ter acesso, ter-lhe sido negado

Se desdobrando pra fazer tudo certo
E concertar os “erros” do passado
Vivendo agora e imaginando
Que o futuro pode mudar tudo

E só então ser feliz de verdade

Lola (29 e 30 de novembro de 2008)

29/11/2008

DANADINHA (Para Lilica)

Danadinha, espevitada
Cheia de graça e ternura
O que se destaca nela
É seu jeitinho safado

Cheio de brincadeirinhas
Parece até criança
Dessas que mesmo o trabalho
Que ela dá faz sorrir

Mesmo sem deixar dormir
Quando quer brincar e brincar
Não dá para disfarçar
Que a queremos muito bem

Pois o rabinho que ela tem
Que balança sem parar
Como querendo falar
Que também gosta da gente

Convida-nos a chegar
Cada vez mais, perto dela
Fazer umas piruetas
Jogar pra um lado, pra outro.

Esperar que ela dê o troco
Em lambidelas gostosas
Como que agradecida
Por receber um carinho

Um afago, um gestinho
Que a deixou satisfeita
Mas mesmo assim não dê trégua
E insista querendo mais

É isso que ela faz
Ocupa-nos o dia inteiro
Mas Deus nos livre de um dia
Viver sem esse entrevero.

02/11/2008

Eternamente papai (Sobre o dia de finados)

Hoje é como se fosse o dia dos pais
É o dia do meu pai
Pois ele jaz, em algum lugar do mundo
E eu aqui, sinto saudades
Do tempo em que pra mim este dia não tinha significado
Tenho agora o segundo domingo de agosto
E o dia de hoje pra celebrar
Aquele que na terra, foi e sempre será
Meu pai querido
Tenho na verdade, todos os dias da minha vida
Pra dizer da falta e dizer do amor que sinto
Jamais falarei no tempo pretérito
Pois ele é e sempre será, pois é eterno

Os meus mortos

Os meus mortos são mais vivos, que muitos vivos por aí. 
Se já não estão mais aqui, em lugar bem mais guardado se encontram - dentro de mim.
E daqui não sairão.
Seja inverno ou verão, primavera em mim será,
Pois jazem, dentro de mim,
Folhas de outonos passados.

16/10/2008

Quadro negro

Olho pro quadro
Vejo negro
Vejo nada
Vejo culturas massacradas

Olho pro negro
Pinto quadros
De belezas multifacetadas
De capacidades
Resistências

Do que é agora
Do que será
Do que já foi
E a escuridão dos dias que vieram depois

15 de Outubro

Faz algum tempo
Me descobri professora
Gostei tanto disso
Não deixarei nunca mais

Embora tenha que me desfazer
De mestres que já fui
Que tenho sido
Pra dar lugar à que virá
E de quem gostarei cada vez mais

É na luta diária, junto aos meus pupilos
Que vou construindo a educadora que quero ser
Viva o magistério
Essa maneira de ser

Cada vez mais plural
De se completar em todas as cores do arco-íris
E nas possibilidades que elas nos dão

Passando a mão sobre as cabeças
Não há cabeça que se faça inteira

Ponderar entre críticas e elogios
É não faltar com a verdade
Que contribui na evolução

Cabeça erguida
Mãos estendidas
E peito aberto para a vida

Pra mim ser professora é isso
Para meus alunos, que professora serei?

14/10/2008

14 de Outubro

O dia de hoje é meu
O de amanhã também será
O 12 já se foi
Ficou pra trás
Mas a menina,a criança,
Esta não passará jamais.

12/10/2008

Campina Grande (pelo 11 de outubro)

"Campina Grande, meu bem querer..." Era assim que o meu pai cantava o seu amor a Campina.
Saudades do meu pai...Saudades também, de uma Campina que não existe mais ( como poderia, sem ele?)
Mas me orgulho da Campina de hoje; essa Campina Grande que não se rende fácil aos desmandos daqueles que lutam em causas próprias, que não estão nem aí pra ela e que jamais aliviarão as "torturas dos seus corações" ao senti-la, como fazia papai.
Ele é uma presença tão grande em minha vida que tal qual fazia em relação a Campina, eu o sinto e sei que é (e sempre será) "orgulho da minha vida".
Parabéns pra você,minha cidade! E parabéns também pra mim, que, além de estar às vésperas do dia 14, lhe terei sempre, meu pai e eternamente direi:"eu sou doidinha por você".

Minhas Crianças

Minhas crianças cresceram
Isso me deixa feliz
Pois sei que bem aproveitaram
A infância que tiveram

Minhas crianças cresceram
Mas não deixaram ir embora
Um jeito bom de viver
Cresceram e conservaram
A alegria de bebê

Minhas crianças bem sabem
O valor que a vida tem
Desejo sempre assim seja
E poderei agradecer
A Deus a felicidade
De vê-las sempre crescer

07/10/2008

Nossa Senhora do Rosário

R ainha e mãe do céu
O ração é o teu presente
S anta Maria bendita
A doro-te e te peço bênçãos
R ogai por nós, oh Maria
I luminai nossa vida
O brigada, mãe querida

Outubro

Mês do rosário
Por ele as preces, as orações
À Maria, toda a honra
Para ela as atenções
Que a bendigamos, Senhora
Nossa mãe e mãe de Deus
Nos dê a mão e a esperança
Nos encaminhe aos céus

(01/10/08)

05/10/2008

Eu plural


Daqui a algum tempo, quem serei eu
Vovozinha tranqüila ou pesquisadora ativa?
Serei mais velha, bem sei
Mas serei mais plural que nunca
Estará lá, junto a mim
A eu de hoje e a que já fui
Serei assim:
Maria
Rosário
Lola
Senhora
Dona
Você
Professora
Tia
Vovó
Escritora ainda,ou emudecida?
Decidirei agora não calar jamais
Falarei pelos cotovelos
Pintarei do 7 ao 77
Rabiscarei gravuras
Caminharei traquila
Embalada pelas lembranças
E continuando a pensar no futuro.

01/09/08

04/10/2008

Sete de Setembro

Se essa pátria fosse minha
Eu mandava ela mudar
Como ela não é minha
Vou desejá-la pra mim
Quem sabe um dia eu consiga
Mudá-la um tantinho assim.

10/09/2008

BALÃOZINHO


Adoro balões, os tenho como símbolo de beleza, luz e liberdade.
Não foi à toa que Debiquei a papai todos os balões que soltamos à beira das fogueiras de São João e São Pedro.

Balãozinho

Sobe balãozinho sobe...
Sobe o mais alto que puderes...
Quem, sabe,lá nas alturas,
Tu encontres com José.

Diz a ele da saudade
Mas diz principalmente da vaidade,
De podermos gritar aos ventos,
que somos filhos da luz.

E diz também que tuas cores,
Embora beleza encerrem,
Nem de longe se comparam
À candura do sorriso, que fez morada em seu semblante;

Que nos serve de companhia, de consolo, de alegria;
Pois se tornou tão presente, tão certeza, tão perene
E envolveu tanto a gente,
Que não haveremos de esquecer.

E sempre que um teu igual, subir bem alto, às estrelas;
Enviaremos notícias
E aguardaremos na certeza,
que cheguem intactas ao céu.

(junho 2006)

01/09/2008

Dias de folga ( para Rostand pelos 24 anos de casamento)

Te Darei banho de mar, pois sei que gostas
Ou bronzeado brilhante, se quiseres
Pra ouvir ofereço de Sinatra aos Gilbertos, se aceitares

Na grelha, postas de peixe, bem dispostas
Junto à picanha acompanhando a gelada
Tudo isso é muito bom, pois se atrapalha
Com as imagens dos teus momentos de folga

Folgo em saber que minha companhia é uma destas
Que tu apontas, como sendo as mais gostosas.

(agosto 2008)

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